A Verdade Sobre Hermione

Capítulo 35

Hermione Lestrange observou seu primo, Draco Malfoy, que estava deitado em sua enorme cama, jogar a bolinha de borracha na parede, e depois a bolinha quicar no chão e voltar para as mãos de Draco, que repetia o processo.
Estava assim desde que todos na mansão saíram para um ataque. Incluindo a mãe de Draco, Narcisa Malfoy, que ajudava nos ferimentos de alguns Comensais da Morte.
–Essa bolinha já está irritando - Comentou Hermione, sentada na cadeira da escrivania do primo. - Poderíamos conversar e não ficar nesse silêncio
–Ainda não acredito que você falou aquelas coisas para Natasha Romanoff.
–Grande coisa - Hermione desdenhou. - Fala como se ela fosse grande coisa.
Draco parou de brincar com a bolinha e olhou para a prima como se ela tivesse enlouquecido.
–Sabe que só porque é noiva do Lord não significa que ela não possa fazer nada com você?
–Óbvio que eu sei! Mas todos falam como se eu fosse uma garotinha que nem sabe lançar um Avada Kedrava! Só porque eu não fico aí me exibindo não significa que eu não seja poderosa - dobrou e guardou o pergaminho que achou nas coisas de Draco. - Eu fiz o grande favor de colocá-la na primeira fila, no casamento. Que honra!
–Bem, que seja. Eu não me importo com isso. Não acha que eles estão demorando?
–Não. Daqui a pouco eles voltam.
Draco resmungou alguma coisa e voltou a jogar a bolinha.
Hermione também achava que todos estavam demorando demais. A Ordem tinha ficado bem mais raivosa desde que ela fora, supostamente, sequestrada por Lord Voldemort. Mas na verdade tudo fazia parte do plano de Tom, para que ela pudesse ficar com a família e com ele.
A história que Hermione daria quando tivesse que voltar para a Ordem, porque ela teria que voltar, querendo ou não, para espionar e seguir Harry aonde quer que ele fosse.
Às vezes temos que fazer sacrifícios para conseguir o que queremos.
É claro que eles iam fazer perguntas para ela e ficar desconfiados, já que foram eles que mandaram matar os pais adotivos dela. Ela acreditara em Tom quando ele disse que ele não fez nada contra os Granger, e ela acreditara nele. Tom não mentia para ela.
Para a Ordem diria que, tomada pelo ódio e pesar, foi direto para a Mansão Malfoy atrás do monstro que matara seus amados pais, e quando perguntasse porque ela fez aquilo, diria que ela queria vingança pelos pais (o que era, tecnicamente, verdade) e depois Lord Voldemort a prendera. Ela ainda estava pensando em uma desculpa para explicar como fugira.
–Ela vai vim? - a pergunta de Draco tirou a garota do desvaneio.
–Será muito arriscado, você sabe. Tirar ela da Toca, por uma noite toda... Mas quem sabe?
Draco suspirou, se levantou da cama e começou a perbular pelo quarto.
– E se ela for sequestrada? Tipo você! - Draco se virou para Hermione, a excitação evidente nos olhos. - Um dia ela está lá e no outro não. Ninguém vai descofiar!
–É como faremos isso? - Hermione perguntou desiteressada, começando uma carta para Pansy.
–Do mesmo jeito que nos correspondemos por ela! Pelo Monstro! - Draco estava tão animado como uma criança na manhã de Natal.
–E como vamos ficar sabendo dos assuntos da Ordem? Porque até que eu volte, ela é a única fonte de informações. Sem falar que eu acho que na relação de vocês, a distância aumenta o fogo.
–E na sua relação o que aumenta o fogo? Os pijamas infantis de coração? - ele zombou da prima.
Hermione ignorou ele e continuou sua carta para Pansy, confirmando que ela iria se casar naquela sexta.
–Não acha isso engraçado? - ela perguntou para Draco assim que terminou a carta. - Digo, enquanto todos os alunos estão viajando, se protegendo da guerra ou fazendo sabe-se-lá o que. Enquanto isso, eu me caso com o Lord das Trevas.
–Sim, claro.
Ficaram mais tempo em silêncio, cada qual com seus pensamentos, até que vários barulhos de aparatação foram surgindo no hall. A princípio eles demoraram ouvir, já que estavam trancados no quarto de Draco, mas assim que ouviram, não pensaram duas vezes e já saíram correndo para encontrar os recém-chegados.
Assim que viu sua mãe, Hermione, que estava no alto da escaria, desceu correndo para abraçá-la e garantir que ela estava bem.
–Se machucou? Está ferida? Foi atingida por algum feitiço? - Hermione perguntou para sua mãe.
–Estou perfeitamente bem, querida. Já os três que eu peguei... -Bellatrix sorriu, completamente satisfeita. E saiu saiu para se banhar.
Hermione achou seu pai e fez fazer as mesmas pergunta que fez à sua mãe, que foram respondidas quase do mesmo jeito. Rodolphus matara cinco.
E o que surpreendeu Hermione foi que ela não ligou nem um pouco para isso. Seus pais tinham matado oito pessoas e ela nem ligava.
Viu Tom conversando com dois Comensais perto da porta de entrada, parecia, ao olhar, que estava em perfeito estado.
– Espero que esteja bem, meu Lord.
Tom, que percebeu a presença da garota, dispensou os homens com um gesto da mão, depois se virou para Hermione e deu um de seus melhores sorrisos.
–Estou tão bem quanto saí. Talvez um pouco mais feliz.
–É admirável sua alegria após matar pessoas, meu Lord.
Tom olhou para ela, como se procurasse algo errado na garota.
–Sabe, eu esperava uns abraços, beijos e tudo mais - ele comentou, levando ela pelo braço até a sala de jantar.
–Mas ao que parece, seus subordinados não gostam disso. Ficam comentando quanto é esquisito e errado que o tenebroso Lord das Trevas vá se casar com uma adolescente apaixonada. Acredita que alguns até dizem que você está se casando comigo por causa de minha mãe? Porque eu sou tão parecida com ela e tudo mais.
–E qual dos nossos subordinados disse isso, minha amada senhora? - ele perguntou, arrastando uma cadeira para que Hermione pudesse sentar-se.
–Eu não sei. Quem me disse isso foi Pansy por meio de uma carta.
–Ignore-os. Estão com inveja. Vamos esperar até que todos estejam aqui.
Hermione assentiu e esperou pela sua família. Draco já estava no seu lugar e conversava com seus pais. Bellatrix e Rodolphus estavam se banhando, eles sempre se exaltavam nos ataques. Sirius e Regulus, Hermione não sabia onde estava.
–Ouvi dizer que a Ordem está mais agressiva desde que fui sequestrada.
–Eu até estou gostando disso - disse Belatrix. - Ficam mais descuidados. Viram presas fáceis, quase perde a graça.
–Como se você algum dia fosse perder a vontade de matar e torturar, Bella.
–Tem razão, Lucius, isso seria impensável!
Todos na mesa riram e o jantar seguiu com o mesmo clima, ninguém de fora poderia dizer que grande parte dos integrantes da grande e feliz família estavam em um ataque em um vilarejo trouxa.
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Os próximos dois dias passaram como um borrão para Hermione, e finalmente o grande dia tinha chegado.
Ela estava em um quarto desocupado na mansão que Tom mandara fazer. Todas as coisas dele e dela tinham sido tragas no dia anterior.
A mansão era enorme. Hall enorme, sala de jantar enorme, quartos enormes e um enorme e espetacular jardim. Tinha até um imenso salão de bailes, onde ocorreria o casamento.
Ela se olhou mais uma vez no espelho e sorriu para as mulheres no quarto. Gina estava ali graças à um plano dela e de Draco. Só o que tiveram que fazer é dar uma leve poção de sono para Gina, por meio de Monstro, depois Gina botou a poção no jantar na Toca usando a desculpa de querer ajudar a mãe dela.
Depois de todos irem dormir ela chamou o Monstro que ficou feliz em levá-la para a recém-estreada Mansão Riddle.
Se virou para as mulheres e adimirou os vestidos delas, Bellatrix vestia um vestido simples verde Sonserina, Narcisa vestia um elegante vestido prateado, Dafne usava um azul claro, como seus olhos, todo delicado. Pansy usava um provocante vestido rosa com alguns bordados em dourado.
E Gina usava um vestido marfim, arranjado de última hora por Narcisa, com as jóias dadas por Draco e o vestido de Hermione era elegante, digno de uma rainha, negro com uma faixa na cintura vermelha, com o cabelo preso em um elgante coque.
–Se você chorar vai estragar a maquiagem - avisou Narcisa.
–Eu sei. Mas eu não consigo segurar - ela se virou para as mulheres.
–Eu não acredito que o meu bebê vai se casar! - Bellatrix disse, quase chorando.
–Quem diria que eu ia viver para ver o dia em que Bellatrix Lestrange tão emocional - Gina comentou com Pansy.
–Mas eu acho que você pode viver para ver Bellatrix Lestrange emotiva, mas não para ver o Lord se casando - discordou Dafne.
Hermione riu e interrompeu:
–Mas não é todo dia em que se vê Bellatrix Lestrange chorando de emoção porque Hermione Granger vai se casar com o Lord das Trevas com Gina Weasley e Draco Malfoy como padrinhos.
–É realmente um dia cheio de surpresas! Agora vamos sair, daqui a pouco seu pai vem te buscar.
As garotas saíram apressadas e Hermione voltou a se olhar no espelho, procurando algo de errado com a sua aparência.
Ouviu alguém bater na porta e ela gritou, mandando a pessoa entrar. Ela sabia que era seu pai.
–Tem muita gente? - ela sussurrou.
–Todos os Comensais com a Marca, e suas famílias - o pai dela respondeu, admirando sua filha.
–Muita gente - ela constatou sentando-se em uma cadeira.
–Não precisa ter medo deles, sabe... A maioria deles morre de medo de você - Rodolphus tentou tranquilizar a filha.
–Eles já ouviram falar de mim. E conhecem você e mamãe. Eu não tenho medo deles. -ela se levantou e chegou perto do seu pai. - Toda noiva deve ficar assim no dia do casamento. Bem, acho que seria indelicado deixar eles esperando. Vamos?
Ela estava tremendo, seu pai percebeu isso e tentava ajudar ela, dizendo o quanto estava linda e, principalmente, não deixando ela cair enquanto desciam a enorme escadaria.
Hermione viu um bruxo entrar assim que ela e o pai apareceram nas portas do Grande Salão. Ela parou e respirou fundo, se acalmando.
Ela ouviu a música que indicava que ela e o pai deveriam entrar. Assim que passou pela porta e viu Tom Riddle, parado e esperando por ela, todo o nervosismo acabou.
Ele estava vestido com uma elegante roupa preta, os cabelos arrumados e um lindo sorriso. Hermione nem reparou em Draco e Gina, parecendo radiantes pela amiga, ou Sirius e Dafne, no outro lado, como padrinhos. Ou até na cara de Natasha Romanoff, na primeira fila.
Ela só tinha olhos para ele.
O velho bruxo falou e falou, mas ambos os noivos só tinham olhos um para o outro, e nem prestavam atenção para o que ele falava. Até que ele os declarou casados, e que o noivo podia beijar a noiva.
Tom beijou Hermione com sempre beijava quando tinha alguém olhando, mas foi diferente: era o primeiro beijo deles como marido e mulher.
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Os dois estavam no meio do salão, todos os olhos estavam neles. Hermione tentou não ligar para isso e só se concentrar em Tom. Seu marido.
–Estou imensamente satisfeito eu vê-los aqui, meus caros amigos - Hermione se admirou de como ele falava, realmente parecia que ele se importava com cada mísera vida ali presente. - Hoje é um dia muito especial, não só para mim, para Hermione ou a família dela. Hoje é um dia especial para o nosso império, o mundo pelo qual lutamos. Essa mulher ao meu lado, que respeito e admiro imensamente, será a mãe dos herdeiros do nosso império, essa mulher ao meu lado, que todos pensam que é a melhor amiga de Harry Potter, a esperança dos traidores de sangue e sangues ruim. Juntos, todos nós, iremos conseguir o que queremos!
Todos no salão aplaudiram e Tom fez um sinal para Hermione. Ele queria que ela falasse.
– Também estou imensamente satisfeita em vê-los aqui, no meu casamento. Acredito que não conheço vários de vocês, mas pretendo resolver isso o quanto antes. Não tenho muito o que dizer, faço das palavras do meu admirado Lord e amado marido, as minhas. Irei lutar e me comprometer com todas as forças pelo nosso império.
As pessoas aplaudiram ela também, mas não com tanto entusiasmo como fizeram com Tom. Mas aquilo já era um começo.
–Como se ela tivesse coragem de matar alguém... - ela ouviu alguém sussurrar na multidão.
Tom se virou para onde o som tinha vindo, e a pessoa olhou para ele com medo. Certamente receberia um castigo por isso, mas Hermione foi mais rápida:
–Está enganado, senhor Rowle, mas se quiser provar isso e ser a cobaia, sinta-se à vontade. Faz tempo que não mato alguém e temo estar perdendo o tesão por isso.
A reação dos convidados fez Hermione prender o riso. Narcisa Malfoy e a maioria das mulheres presentes parecia perplexas, Bellatrix e Sirius soltaram uma gargalhada, e a grande maioria dos homens e poucas mulheres prenderam o riso. Tom apenas deu um pequeno sorriso e guiou-a para a pista de dança.
–Metade das mulheres estão escandalizadas agora - ele comentou assim que a música começou e eles começaram a dançar. -Mas sua mãe está quase gargalhando e seu pai também. Eles nunca gostaram de Thor Rowle.
–Grande coisa falar que eu sinto tesão por matar, metade das aqui presentes também estão pirando por você!
Tom riu e a girou, eles não falaram nada e só se concentraram na dança. Hermione percebeu que Tom dançava excelentemente bem, parecia que eles estavam pisando em nuvens.
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Hermione dançou metade da noite com Tom, eles rodavam e rodavam pelo Grande Salão. Mais graciosos e elegantes do que qualquer outro casal.
Ela também dançou com o pai, tio Rabastan e Lucius, Sirius e Regulus e Draco. Também dançou com seus amigos em Hogwarts, e com o pai destes.
Quando ficou cansada de tanto dançar ela conversou com suas amigas, principalmente com Gina. Ela estava morrendo de saudades de Gina e queria passar muito tempo com ela, mas a ruiva parecia estar mais interessada em se agarrar com Draco em cantos escuros do Salão.
Também ficou com Tom, claro, ela ficou ao lado dele em conversas com bruxos que ela não conhecia, mas sabia que eram muito poderosos e importantes, então ela sorriu e agradeceu os elogios.
Sua felicidade era tal que ela nem se importou em ser mostrada como um troféu por Tom para a maioria desses homens, em sua maioria velhos.
Também desfrutou da comida e bebida, escolhida por Dafne e Narcisa, mas cuidou para não beber demais, como sua tia tinha a lembrado várias vezes.
–Esses Sonserinos sabem como dar uma festa! - exclamou Gina ao lado dela.
A ruiva estava com as bochechas coradas, se era pelo álcool ou pelos amassos com Draco, Hermione não sabia.
–É para o Lord deles. Acho que eles se esforçaram muito - Hermione comentou.
–Também é para a Lady deles. Me diga, como é ser a Lady das Trevas?
–Nunca pensei a respeito, mas se for só bailes e conversar com velhos puxas-saco eu creio que vou me cansar logo.
Gona chegou mais perto de Hermione, e falou em tom baixo:
– Sabe, eu vou embora exatamente às quatro e meia da manhã. Não vai dar para você me contar tudo, mas depois me manda uma carta.
–Contar o que?
–Da noite de núpcias!
Hermione engasgou com a bebida dela e olhou para a garota, ela tinha certeza que ela estava louca.
Decidiu que estava muito cansada e então deixou Gina sozinha e começou a passear pelo salão, sempre que passava, as pessoas se curvavam para ela.
Encontrou Tom, conversando com alguns homens em uma mesa no canto do salão, foi até ele e depois de cumprimentar os homens, que agora ela já sabia pelo menos o nome deles e pediu para falar com Tom em particular.
–Quer algo, querida? - ele perguntou quando já estavam longe dos homens.
–Não, eu estou muito cansada. Quem diria que se casar cansa tanto?
–Ouvi boatos que o que cansa de verdade é a lua de mel.
–Tom! Nós podemos ir?
–É óbvio que podemos, o casamento é nosso e bem, quem iria nos impedir? - ele perguntou, guiando ela pela pista de dança onde alguns casais ainda dançavam.
–Eles não vão se importar?
–Nem vão dar falta. Talvez se soltem mais sem a nossa intimidadora presença - levou ela até uma porta fechada. - Por aqui.
Hermione entrou, mas antes viu o olhar malicioso que Gina deu para ela. Ignorou a garota e seguiu com Tom os corredores da enorme mansão que passara a ser seu lar.