Capítulo 37

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Pov. Harry

- Merda - xinguei enquanto tentava chegar ao banheiro sem derrubar mais alguma coisa. Estava na cozinha quando deixei meu copo cair e acabei cortando minha mão com a merda do caco de vidro, o que estava sangrando e doendo, e por mais que eu gostasse da dor, aquela estava me incomodando porque eu estava querendo vomitar e ela estava me atrapalhando chegar ao meu destino. Cheguei ao banheiro vendo o rastro de sangue que havia deixado pela casa, depois me preocuparia com isso, o que me interessava agora era me livrar de alguma coisa que estava incomodando meu estomago.

Eu já estava um pouco mais alto, mas não totalmente bêbado. Eu ainda conseguia pensar mais logicamente, mas algumas funções como a visão turva e o fato do andar cambaleante ainda me atingiam. Terminei de colocar tudo que eu tinha no estomago ou seja quase nada, pois de alimento eu não tinha basicamente nada e me sentei no chão frio do banheiro sentindo uma vertigem me atingir, já estava acostumado com isso, sempre acontecia logo após os meus maus estares.

Tentei me erguer, mas desistir ao senti outra onda de enjoou me atingir. Eu realmente estava no fundo do poço. Queria que essa agonia acabasse logo e que ninguém precisasse estar ali para ver minha desgraça, mas acho que Deus se esqueceu de mim, ou estava tentando salvar pessoas mais dignas que eu, o que era bem mais provável.

Revirei os olhos para mim mesmo. Eu estava tão patético que já começava a questionar coisas que nunca foram do meu feitio. Apenas dei uma risada. Se eu tivesse uma biografia provavelmente nela estaria "extremamente patético quando está bêbado ou passando mal". Mas não teria e ninguém se lembraria desse fato, nem sequer saberia.

Apoiei minha cabeça na parede atrás de mim, sentindo um frio inexplicável, passei minha mão não cortada pela minha testa molhada de suor. Hoje eu estava pior que ontem. Fechei os olhos sentindo meu estomago doer. Gemi ao sentir essa dor se intensificar. Eu sentia meu corpo fraco e minha mão latejar, isso junto à dor no meu estomago me fez dar um gemido mais alto. Isso estava se tornado insuportável.

- Harry - ouvi uma voz doce carregada de preocupação e surpresa me chamar. Não abri os olhos deixando a ilusão daquela voz me acalmar e fazer a dor se tornar segundaria.

Meus Louis imaginários não tinha a voz tão preocupada, eles sempre apareciam enquanto eu estava bêbado, para me deixar menos melancólico, eles sempre sorriam para mim e diziam apenas um "vai ficar tudo bem Harry, estou aqui" e ficavam me fitando com aqueles olhos azuis carinhosos. Minha imaginação pecava muito quanto à voz, mas dessa vez parecia mais perfeita, assim como o cheiro. Era o perfume dele, o mesmo perfume doce amadeirado que tinha nos travesseiros do meu quarto e nas roupas minhas que ele havia usado, o cheiro que me fazia sorri, e me sentir amado.

Não abri os olhos, não queria desfazer a ilusão. Senti uma mão nos meus cabelos e sorri. Parecia tão real, talvez eu já tenha enlouquecido, mas sinceramente não me importo.

Pov. Louis

Se a parte de fora da casa estava horrível, a parte de dentro estava um lixo. Tudo fora do lugar, coisas caídas e alguns móveis fora do seu lugar, e tudo parecia estar lotado de poeira. A casa estava com cheiro de álcool o que era estranho, pois não me lembro de Harry ser um alcoólatra. O cheiro de cigarro também era forte, e me lembrei do que Karina disse. Vícios que ela nem sabia que ele tinha.

A luz da cozinha estava acessa, imaginei que Harry estaria lá. Fui ate lá hesitante, eu não sabia o que esperar, e não estava preparado para ver o que poderia encontrar, entrei na cozinha vendo cacos de vidros no chão junto com alguma coisa vermelha, que reconheci ser sangue. Olhei vendo no corredor da entrada da cozinha um rastro de sangue e gelei. Será que eu tinha chegado tarde demais? Será que ele tinha feito uma besteira?

Fifty Shades Of GreenOnde histórias criam vida. Descubra agora