Capítulo 68

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Louis não conseguia evitar chorar. Estava doendo.
O peito queimava toda vez que o nome de Harry vinha em sua mente. Ele sentia o ar fugir quando as ultimas palavras dele soavam em suas lembranças. Como ele conseguiu? Como ele pode? Era Harry afinal! Os olhos azuis de Louis pareciam em chamas de tanto que ardiam pelas lagrimas, seu peito doía, como se cada batida do seu coração fosse uma estaca sendo enfiada nele. Mas não havia nada que ele pudesse fazer, já que a culpa de tudo aquilo era dele. Ele havia ferido Harry com suas palavras, ele havia feito Harry de idiota durante aquele tempo que esteve com William. Mas ele amava Harry, apenas não soube como reagir aquelas fotos. O desespero e o medo foram maior e acabou magoando o único que não poderia machucar.
Louis estava deitado na cama que Niall e Josh dividiam no quarto do casal no apartamento do moreno, ele tinha a cabeça apoiada nas pernas de Niall que havia retirado o menor na sala vendo o súbito ódio de Zayn e evitando que o menor entrasse em conflito com o moreno naquele momento o levou para o quarto pedindo para ficar a sós com o menor. Niall sentia a dor do amigo e acariciava os fios escuros entre os dedos. Ele conseguia ver o arrependimento e a dor de Louis, mas sabia que agora isso de nada valia. O loiro se assustou quando Louis se pós de pé em um salto, o desespero estampado em suas feições delicadas.
- Harry... - o resmungo fazendo Niall erguer a sobrancelha confuso. Ele ia questionar o que quando Louis começou a andar para a porta - Ele vai se machucar de novo... Ele... não ele não pode... - o loiro correu alcançando a porta antes de Louis apoiando as costas nela impedindo o menor de abrir - SAI! - ordenou a voz alterada de Louis e Niall não se moveu, apenas resmungou um palavrão para não se estressar com o amigo.
- Louis pense comigo, Harry não vai ficar melhor com a sua presença...
- VAI SIM! Você não quer me deixar ir, ele vai se machucar. SAIA DA MINHA FRENTE - ordenou novamente e Niall apenas o empurrou de volta para a cama, mas Louis interpretou aquilo como algo agressivo e o empurrou de volta, o loiro impaciente se virou e trancou a porta. Louis andava de um lado a outro resmungando. Niall temia pela sanidade dele.
- Louis - chamou com a voz doce e o moreno se virou para com o rosto distorcido de dor. Os olhos inchados e a face vermelha e úmida de lagrimas deixaram Niall sem ação.
- Ele vai se machucar por minha causa... Zayn tem razão... Deus ele precisa de mim... - Niall se aproximou do menor o puxando para um abraço. Louis tremeu contra o corpo de Niall deixando imagens de quando reencontrou Harry invadirem sua mente. Ele acabaria se matando se ficasse como da ultima vez. Sentiu os dedos de Niall em seus cabelos e o loiro suspirou.
- Você errou Lou, sei que está arrependido e que está doendo, mas Harry não quer te ver agora. Se você está sentindo uma dor lacerante, imagina o que ele deve está sentindo? Deixe ele. Amanhã você embarca para a Alemanha, precisa está bem. - Aquela palavras atiçaram Louis novamente.
- Eu não vou! Não vou deixar essa merda que acabou com tudo me afastar de Harry! Não mesmo, vou atras dele. - ele tentou avançar novamente e Niall o arrastou para a cama o sentando de frente para ele, os olhos azuis dos dois se encontraram e Niall respirou fundo em busca de calma.
- Você vai, ah mas você vai. - ele disse com a voz severa e Niall percebeu que ter dó naquele momento não seria a melhor opção - A culpa é sua, toda sua. Você se afastou dele, colou naquele idiota daquele Willian e se afastou dele que ficou semanas se dedicando para que você tivesse essa experiencia. Josh já me disse algumas vezes o quanto Harry mudou por você, o quanto ele se dedicou a esse namoro e por Deus, sobre o que você reclamou com ele? Cuidado em excesso? Ciúmes? Você foi um idiota, e se mesmo você falando a merda que você insinuou ter dito ele ainda disse que te amava quer dizer que daqui um mês, dois, um ano, dez anos ele ainda vai amar. Você fez a besteira deixa ele ter um tempo. Vocês dois precisam desse tempo. - o loiro suspirou e passou as mãos pelos cabelos tocando o rosto do menor e limpando as lagrimas - Ver se isso, esse relacionamento, é o que vocês querem - Louis avançou sobre o loiro o abraçando apertado. Ele não sabia o que fazer. Era como se Harry fosse seu pilar e tivesse sido brutalmente arrancado. E por sua culpa. A verdade e a frieza nas palavras de Niall o acertaram fazendo com que visse tudo o que havia feito. Não era apenas culpa de Harry, era dele também. Nenhum dos dois eram vitimas, ambos eram os culpados. Ambos erraram.
- Mas doí Nialler, doí muito - resmungou contra o pescoço do loiro que deu uma risadinha cruel.
- Você precisa crescer Louis. Claro que doí, você acabou de dar um pé no homem que diz amar, queria o que? Alegria? Mas vai passar, o tempo é um bom remédio - o loiro estava impiedoso e isso fez Louis dar uma risadinha. Desde quando ele se tornou o mais sensato entre eles?
- Mas queria saber como ele está - murmurou fazendo o loiro sorrir e acariciar as costas do menor. Ele sabia o arrependimento que Louis estava sentindo, a dor que ele sentia e ainda iria sentir por muito tempo. Era uma ferida que demoraria a cicatrizar.
- Você saberá. Karina está tentando falar com ele, Josh, Zayn e Liam também. Assim que souber te falo. Mas agora, durma. Ajuda a diminuir a dor - sugeriu se afastando de Louis pretendendo ir a sala ver se alguém conseguira falar com o cacheado.
- Obrigado Nialler - o loiro sorriu doce e beijou a testa de Louis o ajudando a se acomodar na sua cama.
- Não babe e não chore nesse travesseiro, é do Josh, ele fica bravo com essa merda úmida - brincou ganhando uma risada tristonha de Louis. - Amanhã é um novo dia, tudo vai melhorar, ok? - Louis assentiu abraçando o travesseiro de Niall.
Ele sabia que não estaria tudo bem de verdade.
*
Harry encarava a cidade a sua frente girando o liquido pardo em seu copo. As lagrimas corriam soltas por sua face avermelhada pelo choro que durava algum tempo. Em silencio, Harry sentia aquela dor já sentida antes. Já experimentara essa dor e sabia o quanto ela iria ficar ali, sabia o quão atormentador seria conviver dia após dia sem Louis, mas sabia que poderia doer como o inferno, isso não faria voltar. Talvez voltasse por pena ou algum sentimento parecido, mas jamais por aquilo que Harry queria.
Os olhos verdes do homem parado diante da grande janela fitava aquela cidade em sua mais plena beleza. Era uma noite com céu estrelado e com muito movimento nas ruas, o tempo estava ameno, já que enfrentavam o outono. Mas Harry sentia que o inverso chegará mais cedo. Seu coração congelando aos poucos enquanto a distancia entre ele e Louis crescia. Pelo menos dessa vez conseguira deixar um fardo para trás. Conseguira expor o que sentia pelo menor. Não para lhe causar pena, mas sim para deixa-lo informado. Queria deixar claro que para Harry, era aquilo que Louis representava para ele. Que era aquilo que sentia. Que o amava e nunca deixaria esse sentimento puro e bom sumir, porque era ele que mantinha Harry ainda vivo.
Mas Harry era sábio, sempre soube que acabaria como estava agora, sozinho. Afinal, Louis tinha razão. Os fantasmas do seu passado não o deixavam, as lembranças, os medos... Tudo estava impregnado em si. No fundo ele queria voltar a ter seus três anos de idade onde sua maior preocupação era se seus pais iriam um dia lhe amar ou ter orgulho de si.
Naquele momento Harry se permitiu lembrar, não das partes ruins que lhe atormentavam os pesadelos, mas as coisas boas. As coisas que importavam. Como quando Josh chegou quando ele tinha quatro anos e ele viu no garotinho sua nova diversão, ou quando os dois se uniram para ter ciumes de Amy. Nunca se permitia ser tocado, mas sua mãe e seu pai eram exceções apesar do desconforto. Os abraços nas noites de pesadelo, os cafunes nos momentos de fúria, os beijos frequentes em sua bochecha, na época não via, mas eles já o amavam. Harry já era amado e aceito com todos os seus defeitos. Mas aos poucos foi perdendo a essência de garoto inocente, se tornou um adolescente rebelde, agressivo e fechado. Aquilo atraiu coisas ruins, mas coisas boas também como Liam e Karina, além de Zayn que era como seu irmão mais velho, sempre lhe dando concelhos errados e palpites.
Harry se tornou um adulto amargo, não poderia negar que teve sucesso, mas mesmo assim nada o completava. Faltava o que Louis lhe dava. Amor, cumplicidade, carinho. Coisas bobas, clichês, mas que ele almejava desde de criança.
fungou dando uma risada ao notar que estava nostálgico. Mas aquilo era a dor. A dor da perda, a dor das palavras e acusações de Louis. Aquela que ele guardaria para sempre ali, no seu coração machucado. Agora era uma ferida aberta e profunda, latejando, mas um dia seria apenas mais uma cicatriz que se juntaria a tantas outras.
Harry se moveu rápido quando um pensamento o atingiu em cheio. Não voltaria a ser o velho Harry, não iria deixar de ser quem era, mas não conseguia mais voltar a ser o dominador, o masoquista controlador depois de tudo. Não depois de experimentar o que era uma vida doce e suave ao lado de Louis. Ainda permaneceria Harry em sua essência, mas não deixaria mais seu passado lhe guiar, nem suas dores e seus vícios. Perdera Louis por isso e não queria perder mais nada.
A vida lhe encheu de oportunidades e até o momento nenhum fora aproveitada, mas Harry queria que fosse diferente. Para ele tudo aquilo estava em um limite além do que conseguia suportar.
Ao abrir a porta que escondia seus mais obscuros desejos se lembrou de todos os submissos que passaram por ali, e se perguntou quantas vidas marcou? No fundo fora só isso que fizera. Mas agora não mais. Em um ato guiado pela raiva jogou estante por estante, armário por armário, objeto por objeto no chão. Suas lagrimas se juntavam aos objetos no chão enquanto ele repassava sua vida até aquele momento decidindo o que iria guardar o que iria levar. O quarto vermelho da dor foi ao chão junto com Harry que se ajoelhou no centro dele enquanto observava ao redor toda a destruição que causara. Suas lagrimas e soluços ecoavam pelo comodo destruido enquanto ele se permitia sentir. Sentir o que cada um de seus submissos sentiu, o que Louis sentiu, os que ele havia tocado sentiram. Não era dor física, mas era ainda pior. Era seu emocional se fragmentando. Seu coração ruindo.
Era o fim de Harry Styles.
*
- Nada - Karina declarou ao ligar para Harry mais uma vez. Zayn rosnou irritado. Ele queria matar Louis.
- De novo não, eu não vou permitir que Harry se destrua por esse... esse moleque que não sabe o que quer da vida. Que fica ai brincando com os sentimentos dele - Zayn exclamou irritado e Niall suspirou sabendo que Malik não teria dó da dor que seu amigo também estava sentindo.
- Louis também sofre Zayn. Não seja injusto - Niall defendeu se acomodando melhor nos braços do namorado que o acolhia. Desde que sairá do quarto estava ali pensando o que poderia fazer para ajudar seu amigo. Mas a verdade e que nenhum deles sabia lhe dar com a situação. Nem se imaginavam passando por ela. Era um rompimento duro.
- E deveria sofrer mais. Deus, imagina Harry naquela situação novamente. Ah se isso acontecer...
- Não iremos permitir dessa vez Zayn, agora se acalme e pare de gritar. Irá acordar os dois - Liam ordenou apontando para Enzo que dormia no sofá encolhido abraçado a almofada e a Thomas que permanecia apagado no colo do pai, que para a surpresa de todos também dormia com a cabeça jogada para trás no sofá.
- Mas se Harry, não nos permitir se aproximar, não poderemos fazer nada. - Karina se intrometeu tentando mais uma vez ligar para Harry.
- Logo agora que as coisas estavam encaminhadas. Todos felizes. Esse mané vem e faz merda. Idiota, merece morrer. - Zayn praguejou novamente, mas dessa vez teve o apoio inesperado de Josh.
- Concordo com o Zayn, se ele não queria mais nada, não precisava humilhar. Apenas... dizer que acabou - o menor recebeu um gesto de aprovação de Zayn e um suspiro cansado de Liam.
- E desde quando você apoia o Zayn? - Niall questionou se afastando.
- Desde que eu vi o que ele fez para o Harry, tanto para o bem quanto para o mal. Se meu irmão cair novamente por culpa dele, ele causará mais mal que bem, já que duvido Harry suportar mais uma decepção. - o moreno se justificou causando espanto em todos os presentes. Ninguém negaria que era a mais pura verdade. Niall não conseguiu negar, afinal estava na frente dos seus olhos tudo o que cada um ali disse era apenas enxergar.
- Mas Louis não é o vilão sozinho, Harry também tem uma parcela de culpa. - Karina apontou enquanto colocava o celular para chamar, nas suas contas já ligara quase cinquenta vezes para Harry em um intervalo de três horas.
- Sabemos, mas esse anão de jardim sabe lhe dar com sentimentos e rompimentos melhor que o Harry. - Zayn estava possesso. Era seu lado de protetor falando por ele.
- Tudo bem, não adianta de nada ficarmos aqui chorando e discutindo sobre o leite derramado. - Liam disse vendo que se permitisse aquilo se prolongar logo Zayn e Niall sairiam no tapa - Primeiro porque isso é coisa deles, por mais que quisermos ajudar, não escolhemos. Segundo, porque sabemos que Louis errou e Harry também, mas que no fundo só os dois podem se perdoar e prosseguir e também não prevemos o futuro. Terceiro, precisamos ir para casa, Josh e Niall precisam dormir e nós também, ficar aqui de vigília e discutindo não ajuda em nada - Zayn encarou o marido sabendo que dos dois ele sempre seria o mais sensato.
- E pensar que viemos aqui comemorar e nos despedir do Louis - Niall murmurou e Josh riu beijando a cabeça do loiro.
- Deu tudo, absolutamente tudo errado - o menor respondeu e Zayn acabou sorrindo de forma divertida.
- Pelo menos o jantar estava uma delicia - brincou conseguindo arrancar uma risada de todos. Que logo trataram de abaixar o tom quando viram Enzo se remexer no sofá.
- Com isso eu concordo meu amigo - Josh concordou e Liam se levantou da cadeira em que estava sentado.
- Bom, temos que ir... - Liam começou a se despedir quando foi bruscamente interrompido.
- Harry? - Karina sussurrou para o telefone e todos se voltaram para ela. Depois de tanto tentar ela finalmente conseguira. Do outro lado da linha Harry atendera apenas por saber que era considerado um louco suicida deixaria seus amigos e familiares preocupados com o sumiço.
- Oi - respondeu sem uma entonação descente. Sua voz estava rouca e fraga pelo choro e pela falta de uso. O seu tom de voz foi considerado por Karina apenas cansado e triste.
- Onde você está? O que está fazendo? E o que está esperando para ir para casa? - a mulher exclamou irritada e em uma voz alta o suficiente para acordar Ian que estava dormindo na poltrona da sala com a mulher logo atrás dele. Harry deu uma risada pela preocupação da mulher do outro lado da linha. Mesmo sendo um pouco mais nova que Harry, ela sempre fora a mãe que sua mãe biológica nunca seria. Suas broncas, puxões de orelha, seu carinho e sua preocupação com Harry a deixava no mesmo patamar que sua mãe adotiva Anne. Aquelas duas mulheres poderiam ser consideradas os dois tesouros da vida de Harry.
- Estou no Plazza, não se preocupe. Estou bem e cansado. - respondeu simples e Karina soltou um suspiro aliviado ao notar a sinceridade em suas palavras.
- Harry por favor, não faça nada que vá se arrepender. Volte para o seu apartamento, se não quiser pode ficar comigo ou com o Zayn e o Liam, mas...
- Eu estou bem aqui, se quiser venha amanhã conferi. Você, o Ian, o Zayn e quem mais quiser. Não volto para aquele apartamento. Não mais. Aqui é a minha casa agora - Karina temeu naquele momento. Temeu não mais pelo bem estar físico de Harry, mas o psicológico. Ele voltaria a ser o Harry antes do Louis.
- Hazza...- disse em tom de repreensão e ouviu um suspiro cansado seguido de um bocejo do outro lado.
- Eu estou bem. Agora preciso dormir. - disse firme e a morena suspirou, o tom serio e mandão deixava claro que não iria convence-lo.
- Amanhã estarei na sua porta, com a minha gangue as cinco da manhã. - ameaçou e ganhou uma risada de Harry. Não a risada amarga que esperava, nem a sem emoção, era uma risada cansada, mas divertida.
- Não prometo café da manhã nesse caso - brincou de volta e um sorriso surgiu na face da mulher.
- Boa noite Harry - desejou sendo respondida por um boa noite rápido de Harry que desligou. Karina fitou os presentes que a encaravam em expectativa e sorriu.
- Ele está vivo e bem. Amanhã vamos visita-lo de manhã cedo no Plazza, tudo bem? - Zayn respirou aliviado ganhando um tapinha nas costas de Liam que também sorria com a noticia.
- Graças a Deus. - exclamou conseguindo acordar Enzo que abriu os olhos sonolento fitando o ambiente desconhecido.
- No momento não podemos fazer mais nada, mas agora vamos para nossas casas, para as nossas camas dormir. Amanhã depois de deixarmos Louis no aeroporto vamos ver se Harry está bem ou enganou a Karina - Josh disse se levantando com o namorado junto e Karina fez uma careta para o baixinho que riu. Saber que Harry não havia feito besteira deixou todos mais calmos.
- Você é um idiota Devine - ela rebateu pegando Thomas dos braços de Ian, o pequeno resmungava enquanto a mãe o ninava calmamente. Ian tentava colocar o ombro e o pescoço no lugar.
- Me ame menos - os dois riram da rincha infantil e enquanto todos se sentiam mais aliviados. O ódio de Zayn por Louis não havia diminuído, mas pelo menos o amigo estava bem. O moreno sorriu ao ver o filho se agarrar ao pescoço de Liam enquanto apoiava a cabeça no ombro do pai. Sorriu para ele enquanto o mesmo voltava a fechar os olhos.
- Ok, amanhã cedo nos vemos - Josh disse enquanto acompanhava os outros dois casais para a porta. O loiro também se despedia enquanto observava Liam e Zayn com Enzo, e Karina e Ian com Thomas, sem que percebesse a inveja começara a nascer dentro de si. Queria um relacionamento estável o suficiente para ter o que eles tinham: Filhos.
- Tchau crianças e durmam bem - Zayn como sempre desnecessário sugeriu com um sorrisinho malicioso. Niall negou com a cabeça enquanto Josh fechava a porta.
- Idiota - Josh resmungou enquanto puxava Niall pela cintura e o levava em direção ao quarto de hospedes. O loiro permaneceu quieto deixando ser guiado pelo namorado. Os pensamentos estavam longe. O loiro viu quando Josh retirou a rouba que vestia e entrou no banheiro do quarto o deixando ali sentando na cama do quarto no qual dormiriam aquela noite. O loiro se permitiu imaginar que um dia transformaria aquela quarto no quarto do seu filho. Não sabia de onde aquela vontade surgira, talvez de ver os filhos dos amigos ou de saber que estava envelhecendo e se tornando responsável, mas se via agora querendo um filho. Não queria imediatamente, mas sentirá o desejo de saber que um dia seria pai. Mergulhado nesse pensamentos não percebeu Josh voltando ao quarto, nem quando esse lhe mandou para o banho, apenas seguiu para o chuveiro com os pensamentos em um futuro distante. Quando retornou para o quarto com a roupa que usaria para dormir, a camisa de Josh e uma cueca se deitou ao lado do namorado ainda distraído o que atraiu Josh. O menor puxou o loiro pela cintura o abraçando. Estralou um beijo no pescoço alvo chamando sua atenção.
- Está distraído, o que foi? Louis o preocupa? - perguntou Josh fazendo Niall voltar o rosto para ele.
- Não, ele está bem, ou ficará. - afirmou recebendo um selinho do moreno.
- Então o que o distraí? - o loiro suspirou tocando a face de Josh. Não tinha o que reclamar daquele homem, que apesar de ciumento fazia de tudo para vê-lo bem.
- Será que um dia seremos como Liam e Zayn? - perguntou causando certo espanto em Josh.
- Como assim, como Liam e Zayn? - o loiro riu da confusão do namorado e deitou a cabeça no peito dele enquanto Josh segurava sua mão.
- Casados, felizes e com... filhos - hesitou um pouco antes da palavra sem saber o que aquilo causaria em Josh. Mas o menor riu beijando os cabelos loiros um pouco úmidos e bagunçados pelo banho.
- Seremos ainda mais felizes, sabe por que? - Niall negou enquanto Josh o girava na cama lhe assustando ficando sobre ele. O moreno beijou os lábios de Niall rapidamente logo fitando os olhos azuis esperançosos. - Porque não pararemos no primeiro filho, vamos ter gêmeos ou quem sabe trigêmeos! - exclamou animado fazendo o loiro rir - E claro um dálmata bem grande para eles brincarem. - o loiro riu do ar sonhador do namorado e acabou deixando um sorriso bobo se espalhar pelo seu rosto. - Não se preocupe Nialler, eu amo você e vamos nos casar e ter filhos no momento certo, tudo bem? - Josh disse espalhando beijos pelo rosto de Niall que apenas assentiu, sabendo que não tinha com o que se preocupar. Josh e ele ainda teriam muitos planos pela frente.
*
- Confesso que estou assustado - Liam sussurrou para Zayn enquanto estava dentro do eleador do prédio em que moravam, uma senhora um pouco mais a frente os olhavam com desprezo, mas o casal a ignorava deliberadamente.
- Eu também. Essa reviravolta toda na historia deles me deixa temeroso por nós - Zayn disse olhando o marido que sorriu para ele amavelmente. A mulher fez um som de nojo que ambos não deram atenção.
- Eu também, mostra que temos que ser fortes para permanecermos juntos - os olhos de ambos conectados naquele olhar que transmitia o amor que queriam que o outro visse que sentia. O elevador parou dando um leve tranco no decimo sétimo andar onde a senhora desceu resmungando algo sobre pecadores - Temo por Enzo também. - disse e Zayn entendeu o que ele queria dizer, o moreno apenas acariciou os cabelos do garoto enquanto o elevador voltava a subir.
- Não tema nem por ele, nem por nós. Somos fortes Liam, vamos enfrentar tudo e todos juntos. - O moreno declarou arrancando um sorriso esperançoso do marido.
- Eu sei, mas mesmo assim, não consigo evitar - o elevador parou novamente dessa vez no andar deles onde desceram e Zayn abriu a porta para Liam que levava o pequeno nos braços.
- Nem eu. Mas não vamos nos preocupar com besteira agora. Aposto que Louis e Harry irão se entender e tudo vai ficar bem novamente. - o moreno afirmou mesmo que não acreditasse mesmo naquelas palavras. Um fim duro como esse poderia causar uma ferida irrecuperável nos dois. Mas Zayn queria que o marido acreditasse no contrario, mesmo sabendo que Liam era mais esperto que ele. Ele queria se convencer também, afinal desejava a felicidade do amigo. Abriu a porta do quarto de Enzo batendo a mão contra o interruptor acendendo a luz enquanto Liam o levava para a cama. Liam acomodou o filho sobre a cama acendendo o abajur de personagem desenho animado ao lado da cama do pequeno, acariciou os fios de cabelo castanhos e beijou sua testa, gesto que terminou por acordar a criança.
- Oh me desculpe querido, não queria acorda-lo. Volte a dormir - sussurrou para o filho fazendo um sorriso surgir nos lábios de Zayn que observava a cena. Liam ia se levantar no entanto algo preocupava o menor. A mão pequena com dedos gordinhos seguraram o braço de Liam que voltou sua atenção para o menor.
- Tio Hazz e Tio Lou estão bem? - perguntou sonolento e Liam sorriu para ele acariciando seus cabelos e beijando novamente sua testa. A pureza e a inocência do seu filho ainda lhe encantava. O modo como se preocupou por algo que nem se relacionava a ele mostrava o quão parecido com os pais ele estava se tornando.
- Ficarão, baby.
- Vai demorar? Eles vão machuca? - Liam riu bagunçando os cabelos do menor tentando despreocupa-lo.
- Não, eles vão ser adultos e resolveram isso sem se machucar. E se vai demorar ou não depende deles, tudo bem? - Liam esperou que ele confirmasse e sorriu ao vê-lo assentir e bocejar fechando os olhos castanhos. - Agora durma, amanhã saberemos mais - afirmou apenas para conforta-lo e viu se acomodar melhor nos cobertores enquanto adormecia. Liam olhou para Zayn que estava com a face de um bobo apaixonado. Liam sabia que não ficava diferente diante dele e do filho, mas ver aquela expressão no rosto do marido era impagável. Se levantou apagando a luz do quarto ao parar diante de Zayn na porta e sorrir para o mesmo.
- Ele será um bom homem - Zayn disse e Liam riu o empurrando para fora do quarto.
- Claro que será, ele tem um bom coração como você - Zayn sorriu envergonhando e abraçou o marido pelas costas colando seus lábios a orelha dele.
- E é inteligente como você - Liam girou nos braços de Zayn quando alcançaram o quarto. Os sorrisos apaixonados como antes, o olhar amoroso de sempre fizeram Liam parar de temer a volta dos dias ruins naquele momento.
- Então não há com o que se preocupar - afirmou enquanto tomava os lábios do marido.
Naquele momento as preocupações foram esquecidas e se permitiram mergulhar no mundo onde tudo estava bem outra vez.
*
- Odeio todos esses problemas - Karina resmungou irritada e arrancou uma risada de Ian que se deitou de lado na cama fitando Thomas que estava deitado no centro da cama com a mãe do seu lado esquerdo e o pai agora no lado direito.
- Não é como se fosse o caso de amar, mas aposto que você ajudará a todos a não saírem feridos - a mulher bufou desviando o olhar do filho que brincava com a sua mão como se fosse um brinquedo interessantíssimo para o homem a sua frente a iris azul a deixando desarmada.
- Você acham que sou o que? A fada madrinha? - brincou demonstrando irritação. - Saiba que não. Harry e Louis terão que aprender sozinhos. Irei ajudar o Harry a não afundar, mas... não sei. Ian eu não sei. Louis já foi uma vez, agora já é a segunda, será que não é um sinal? Sei que ele mudou o Harry, que eles se amam e tudo mais, mas... olha, eles se destroem. Se aconteceu duas vezes pode acontecer três, quatro, cinco, dez... Milhares de vezes. Seria um ciclo vicioso. - o homem olhava com atenção as feições sofridas da mulher e acabou sorrindo para conforta-la.
- Eu sei, mas olhe para nós. - ele apontou para os três na cama - Depois que terminou comigo imaginou que isso aconteceria? - a morena negou com a cabeça e Ian estendeu a mão tocando o rosto dela levemente pressionando a ruga de preocupação na testa da amada a fazendo suavizar a expressão.
- Eu imaginei você morto, mas não antes de ser castrado com a faca de pão - o moreno riu assustado.
- Vingativa - constatou enquanto ela fazia uma careta olhando para Thomas que ainda tentava arrancar a aliança do dedo da mãe - Mas se nós que tivemos aquele fim horrível voltamos e melhores que antes, por que eles não? Pode demorar, eles tem muito o que aprender, mas você verá. Eles juntos e felizes se assim for para ser. - a mulher o encarava surpresa e soltou uma risada enquanto beijava mão do marido que tocava sua bochecha.
- Você é um concelheiro amoroso promissor - disse arrancando uma risada do companheiro que olhou o filho enquanto abaixava a mão.
- Viu filhão? Mamãe me elogiou? Sabe como isso é raro? - disse chamando a atenção da criança para ele. Karina riu enquanto via o marido entretido conversando com o filho com voz de tapado. Sabia que se fosse para ser Harry e Louis se encontrariam, de um jeito ou de outro.
*
Louis tentava entender como conseguira levantar naquela manhã tomar um banho, comer alguma coisa e se vestir para está ali. Naquele aeroporto, diante dos amigos dele e de Harry e ainda não ter desabado a chorar novamente. Mas sabia o porque.
A culpa ainda pesava em suas costas, a dor ainda estava ali, cortando seu coração, mas ele precisava honrar o esforço de Harry. Willian estava mais atras com alguns acionistas alemães, mas Louis não conseguia olha-lo tamanha a culpa que carregava. E por amor a Harry decidirá que sua amizade com Willian não era saudável. Foi um dia, mas isso era um passado distante, atualmente ele era como uma doença que atingiu a Louis o deixando cego para o que estava perdendo. Não se deixaria morrer por essa doença. Faria Harry ter orgulho dele e voltaria com méritos. Voltaria e se Harry ainda o quisesse iria se entregar de corpo e alma para o homem que deixará tanto de lado por ele.
- Não se esqueça de ligar. - Niall avisou para o amigo vendo o ar meio perdido de Louis. O menor assentiu ganhando um abraço apertado do loiro. - Não se preocupe ele irá te perdoar. - afirmou ganhando um sorriso sem vida de Louis. Aquelas palavras não o convenciam.
- Ok, sentirei sua falta - disse se afastando e encarando os olhos azuis bondosos de Niall.
- Eu também - todos observaram o chamado para o voo de Louis atentos a reação do menor que respirou fundo e abraçou um a um dos presentes que lhe desejavam sorte, e no caso de Zayn um aperto de mão e um sorriso que ele não sabia se queria dizer morra ou boa sorte. Louis tentou não imaginar como seria está longe de todos, e ainda sem Harry em um país desconhecido enquanto caminhava para a sala de embarque, mas ele sabia que precisava disso para crescer e voltar.
Voltar para decidir de vez sua vida com Harry.

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