Capítulo 2 - Doçuras ou Travessuras?

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- Doçuras ou travessuras? – perguntou uma garotinha vestida de bruxa.

- Doçuras, meu bem – respondeu uma senhora, que encheu a mão de doces e colocou no balde da garota.

A garota saiu saltitante pela calçada, encontrando-se com outras crianças. Madison, a garota vestida de chapeuzinho vermelho, corre até a senhora que acabara de dar doces a outra menina.

- Vovó, vovó ... – gritou Madison – e as minhas doçuras?

Mary Caster era uma senhora muito alegre e vaidosa. Adorava festas, principalmente o halloween e o natal. Quando seu marido morreu, mudou-se para a casa do filho, John.

- As suas estavam guardadas a sete chaves - Mary enfiou a mão em um saco vermelho e retirou três barras de chocolates e várias balas com cara de abóbora e deu a Madison.

- As minhas balas favoritas. Muito obrigada, vovó – agradeceu Madison.

Quando ela voltava correndo para a calçada, um homem saiu pela porta atrás de Mary gritando.

- Madison, Madison, volte já aqui – ordenou o homem.

- O que foi, papai? – perguntou Madison voltando correndo.

- Cuidado ao andar pelo bairro. Há muitas pessoas ruins que aproveitam deste dia para cometer covardias. Ande sempre com seus amigos e por perto – aconselhou ele.

- Deixe a garota se divertir, John – pediu Mary.

John era o único filho de Mary. Tinha um perfil sério, afinal era um advogado. Era casado com Abbie, uma mulher bela e atenciosa, e tinham dois filhos, Oliver, o mais velho, e Madison, a garotinha de sete anos.

Madison acenou com a cabeça e voltou para a rua se reunindo com os amigos. Abbie chegou a porta, passou encostado com John e sentou-se ao lado de Mary.

- É tão mágico, tão vivo – contemplou Abbie admirando a festa na rua.

- É uma tradição de longas décadas – contou Mary – Lembro de quando John era pequeno e saía vestido de vampiro...

- Mãe – interrompeu John, irritado com a conversa – Sem contar estas histórias, por favor.

- Ahh... Por que, John? – indagou Abbie surpresa com a atitude dele – Deixe sua mãe contar sobre sua infância.

- Não é a infância, é o halloween – respondeu John – Não entendo o por quê de comemorar este dia, comemorar um dia para monstros.

- É uma tradição, John – opinou Mary – Você sabe disso.

- Páscoa e Natal comemoram com seus símbolos festivos, mas buscam a paz e o amor. E o halloween, pra que? Esperam por algum monstro?

Mary e Abbie conheciam muito bem John, sabiam que não podiam fazê-lo gostar do halloween. Então, as duas decidiram encerrar a discussão e apenas ficar apreciando a comemoração que seguiria pela noite toda.


                                                                                    ***


Sangue, abóboras, teias de aranhas, monstros. A escola parecia, agora, uma mansão mal-assombrada daqueles filmes da década de 60. Todos estavam fantasiados, até mesmo os professores.

Caminhando entre os fantasiados, Nick não estava envergonhado de estar sem fantasia. Passou por um corredor todo decorado, virou atrás de um jardim e chegou à uma roda de jovens, todos fantasiados.

Zombie World - A Origem (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora