Capítulo 17 - Metamorfose

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O corredor estava escuro e uma luz vermelha piscava constantemente sobre cada uma das portas. A última da esquerda se abriu lentamente, enquanto dedos pálidos e sujos revelavam-se diante à porta empurrada.


***


A sirene ecoou por todo o hospital. Enfermeiros e médicos corriam apressados pelos corredores do prédio socorrendo todas vítimas que necessitavam de aparelhos. No quarto, Junior, Alice e Abbie aguardavam mais notícias ao lado de Oliver, que estava deitado na cama.

- O que aconteceu? – perguntou Oliver.

- Parece que acabou a energia do hospital também – respondeu Abbie olhando em direção à porta.

- Essa sirene não é normal – disse Alice apreensiva.

- É por causa da energia – explicou Junior.

- Não é. Está acontecendo alguma coisa muito séria lá fora.

- O que?

- Não sei, mas vou lá ver – disse Alice se dirigindo para a porta.

- Me espera – pediu Junior.

- Nos espere aqui, Abbie – falou Alice – Logo voltamos.

- Ok – respondeu Abbie se sentando em uma cadeira ao lado da cama em que Oliver estava.

Uma luz vermelha piscava ao fundo de corredor, o que atrapalhava ainda mais para caminhar por ele, que estava lotado de pessoas. O barulho da sirene era perturbador, parecia um alerta de explosão. Perto da porta, de onde Alice e Junior saíram, uma mulher tinha convulsão, mas o que assustava eles, era a falta de atendimento. Uma enfermeira passou correndo perto deles e Alice se atreveu a segurar o braço dela e pedir socorro para a mulher.

- Esta mulher está tendo uma convulsão. Será que ninguém pode socorrê-la?

Sem responder para Alice, a mulher soltou-se de sua mão e continuou correndo pelo corredor. Alice e Junior se entreolharam sem entenderem o que estava acontecendo. Inconformada, Alice agachou-se ao lado da mulher que se debatia no chão.

- O que eu faço? – perguntou Alice preocupada.

- E eu tenho cara de médico para saber – respondeu Junior também apavorado – Uma vez minha irmã teve crise e minha mãe abriu a boca dela para não obstruir a via aérea.

Alice segurou firmemente o rosto da mulher e tentou abrir a sua boca, mas ela rangia seus dentes e sua maxilar demonstrava uma força incontrolável.

- Não consigo.

- Olha para o corpo dela – apontou Junior.

Sobre o peito esquerdo dela, suas veias estavam saltadas em uma coloração bastante escura e que pareciam bombear em direção à cabeça. Enquanto os membros se debatiam no chão, a mulher movia sua barriga para cima e voltava a chocar suas costas contra o chão em um ciclo repetitivo.

- O que está acontecendo? – indagou Alice assustada.

- Isso não é uma convulsão.

De repente, a cabeça da mulher começou a se revirar, nos dois sentidos, chocando-se contra a parede e o pé da maca que estava ao seu lado. Sua boca abriu e soltou gemidos como se estivesse sem ar.

- Ela não está conseguindo respirar. Me ajuda à segurá-la, Junior.

Junior apoiou seus braços sobre a cintura da mulher, que manejava o corpo em rápidos movimentos, enquanto Alice segurou a cabeça tentando ajuda-la. A boca da mulher voltou-se a fechar e sua barriga murchou-se rapidamente. O corpo da mulher deu um novo salto e como reflexo da ação, ela tossiu. Sangue espirrou no rosto de Alice.

Zombie World - A Origem (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora