Capítulo 6 - Esconda, corra ou grite

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- O que acha que vai acontecer com Helena? – perguntou Ann.

- Não sei – respondeu Bobby.

- Mas e o que você disse para o Nick? Que ela viraria um daqueles monstros?

- Eu não sabia o que estava falando. Estava assustado, foi tudo tão... estranho.

- Estranho? Foi assustador.

- De onde veio aquilo? Por que estavam atacando os outros?

- Você não estava no salão. Não viu o que vi.

- Mas vi uma mulher sem sentimentos. Uma mulher que parecia não acreditar mais na vida.

- Estavam inconscientes, Bobby. Eram canibais, sem sentimentos, irracionais.

Bobby ficou calado e continuou caminhando ao lado de Ann. Já estavam chegando na casa dela, visto que a escola não era longe dali.

- Eu conhecia aquela mulher – comentou Bobby.

- Como?

- Era uma garçonete, de um restaurante que eu e minha família sempre frequentamos.

- Mas não foi isso que te comoveu – afirmou Ann olhando para Bobby.

- Não.

Os dois atravessaram a faixa de pedestres e seguiram pela calçada da rua da casa de Ann. Era a última casa da rua. Bobby voltou a pensar na garçonete, pálida e inconsciente, tomando a morte como rumo.

- A garçonete estava desaparecida há três semanas – disse Bobby – Ela estava noiva.

- Ah, meu Deus.

- Ela estava grávida.

Ann parou e refletiu aquilo. Não era apenas uma vida perdida. Eram duas. Isso a fazia lembrar de sua mãe que morreu grávida de gêmeos. Apenas seu irmão, Alex, se salvou.

- Me desculpe, Ann – implorou Bobby – Juro que não quis te lembrar do passado.

- Tudo bem, tudo bem – respondeu Ann, tentando aliviar a tensão do momento.

- Eu juro que...

- ANN! Ann? – gritou um homem correndo em direção à eles.

- Pai – respondeu Ann – Que bom vê-lo.

Ann correu ao encontro dele e o abraçou. O homem retribuiu o abraço e a beijou na testa.

- Eu que fico feliz de vê-la – respondeu o homem – Fiquei sabendo da tragédia na escola e fiquei preocupado.

- Pai, aquilo foi terrível. Tinham pessoas que estavam...

- Mordendo outras? Ouvi isso no rádio. Tentei te ligar, mas não atendeu.

- Me desculpe, pai, juro que não vi.

Ann colocou as mãos nos bolsos de sua fantasia, mas não encontrou seu celular em nenhum deles.

- Ah, droga. Acho que perdi meu celular.

- Ainda bem que não perdeu sua vida.

- Senhor Will – chamou Bobby – O que você ouviu falar no rádio sobre a escola?

- A mesma coisa – respondeu Will, o pai de Ann.

- Mesma coisa? – perguntou Bobby.

- Sim. Todas televisões estão sem sinal e não há internet em nenhum lugar da cidade. Assim, estão noticiando pelos rádios. Falaram apenas dos ataques e do incêndio na escola, bem rapidamente.

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