Capítulo 35 - Vivos ou mortos

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O céu estava bastante limpo naquela tarde e as poucas nuvens cinzas eram formadas pela poeira dos incidentes daquele dia. O calor parecia ainda maior no estacionamento do Protero Center, com as poucas árvores que haviam na área.

- Como está se sentindo? – perguntou Abbie para seu filho sem se desconcentrar de Madison e Alex que estavam sentados em um banco próximo – Ainda sente dores? E os sintomas?

- Estou bem, mãe. Já te disse isso várias vezes – respondeu Oliver irritado.

- Ao menos continua o mesmo Oliver de sempre. Sinto muito pela sua avó, meu filho.

- Acho que todos nós sentimos. Vovó irá fazer muita falta.

Abbie assentiu e acariciou os cabelos de Oliver. Notara o quanto a morte de Mary abateu-se sobre seus filhos e deveria evitar relembrar dos fatos da noite passada. Assegurar-se de Oliver e Madison eram suas prioridades e como mãe, precisava ajuda-los.

Sentados dentro de um automóvel, Nick e Lucy escutavam a transmissão das estações de rádio. Não havia sinal dos principais canais de San Francisco, mas a CBS de Los Angeles ainda funcionava.

" ... o contato do leste do país. A queda de energia elétrica aconteceu em 28 estados e parcial em Arizona e Novo México. Quanto as redes de telecomunicações, o estado da Califórnia continua sem contato com o nordeste americano", informou uma repórter.

" E Verônica, já possuímos algum número de mortos no país? ", perguntou o apresentador do jornal.

"Estima-se em mais de seiscentos mil mortos. Esta estimativa feita pelo governo estadual da Califórnia não inclui os dados de San Francisco, devido à falta de contato. Segundo o xerife Lewis, a cidade do portão de ouro já pode estar extinta do mapa".

" Mas e o exército americano que foi enviado para San Francisco...", Nick desligou o rádio.

- Extinta! – repetiu Nick a informação que escutara – San Francisco só será extinto quando o último de nós parar de respirar.

- O que acha que aconteceu?

- O que?

- O vírus. Como acha que começou?

- Achei que a natureza estivesse agindo contra a humanidade, mas aquele atentado no AT&T Park... aquilo confundiu minha cabeça. Não sei quem é inimigo, nem em quem acreditar.

- Acha que irão nos ajudar?

- Acho que estamos sozinhos.

Em um banco próximo a um poste, Alex e Madison competiam em atirar pedras para longe no estacionamento. Algumas pedras atingiam os vidros no automóvel, mas o alvo deles era um cesto de lixo na calçada da avenida.

- Não vale – reclamou Madison – Você é mais alto que eu.

- Apenas quatro centímetros. E é por causa do topete que minha irmã fez ontem à noite.

- Mas o cesto é muito longe para mim. Não pode ser naquela caçamba ali?

- Aquela caçamba é muito grande, dando uma grande probabilidade de acerto. Qual seria a graça nisso?

- Mas só você consegue acertar aquele cesto.

- Não posso fazer nada se sou melhor em mira do que você. Devo ter puxado para a minha irmã.

Competitiva, Madison arriscou arremessar outra vez uma pedra no cesto de lixo. Desta vez, com mais força, a pedra passou do cesto de lixo e caiu no meio da rua, próximo a um objeto de cor vermelha que soltava fumaça.

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