Capítulo 14 - Quarentena

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Era uma grande porta de aço. As luzes baixas assombravam o fim do corredor. Estava isolado e haviam pessoas somente há pouco mais de dez metros. Em frente à porta, dois seguranças mantinham-se parados protegendo a misteriosa sala.

Um enfermeiro chegou até eles empurrando uma maca com um corpo escondido por um lençol. Um dos seguranças, o mais forte, pediu a identificação e o enfermeiro lhe entregou seu cartão. O segurança pegou o cartão e o inseriu na fenda de um equipamento preso à porta. Identificado pelo leitor óptico, a porta se destrancou e o enfermeiro entrou com o corpo.

- A porta só abre com um cartão de identificação – afirmou Nick observando as ações na porta ao lado de Kitty e Lucy – Ainda sabe como entrar naquela sala?

- Sei – respondeu Kitty – Mas vou precisar da ajuda dos dois. Venham comigo.


                                                                                      ***


- E então, doutora, como estou? – perguntou Zoe impaciente com os vários exames que passou.

- Excelente, Zoe – respondeu a doutora Carly – Não houve infecções, sintomas, sequelas e não ficou detritos da bala. Vou entregar os papéis à secretaria e providenciar sua liberação. Poderá continuar o repouso em casa.

- Que ótima notícia, doutora Carly. Muito obrigado pelo seu atendimento.

- Não precisar agradecer, Zoe. Só me prometa repousar em casa e evitar esforços físicos por cinco dias.

- Vou fazer o repouso corretamente, confie em mim – prometeu Zoe contente por ter obtido alta no hospital.

A porta escancarou e Kitty entrou correndo no quarto. Demonstrava preocupação em seu rosto, assustando não só sua mãe, mas também a médica.

- Doutora, doutora – chamava Kitty – Precisamos da sua ajuda imediatamente.

- O que foi, Kitty? – perguntou Zoe, antes mesmo de dra. Carly se pronunciar ao pedido.

- Tem uma garota desmaiada lá embaixo. Acho que ela não está respirando.

- Oh não. Me leve até ela, por favor.

A médica saiu às pressas do quarto seguindo Kitty, e Zoe manteve-se na cama, confusa. Nem mesmo quando elas chegaram no hospital, Kitty demonstrou tanta preocupação como neste momento. Talvez fosse muito sério.

Mesmo sendo magra, a médica teve dificuldades de acompanhar a jovem Kitty. Correr em um corredor lotado de pessoas deitadas no chão e macas sendo empurradas, era uma grande maratona. Kitty desceu as escadas e Carly a seguiu, chegando no primeiro andar.

- É naquela sala – apontou Kitty para uma porta identificada por B6.

- Mas aquele é meu consultório – respondeu Carly reconhecendo o lugar.

- É por isso que te chamei, doutora.

As duas desviaram de um homem que era atendido no meio do corredor e correram para a sala. Kitty chegou primeiro e abriu a porta. Era um escritório grande e bem organizado. Haviam apenas dois armários atrás da mesa da médica e uma cama hospitalar para exames no fundo. A grande janela ao fundo tornava a sala bem arejada. Havia um garoto – Nick - agachado ao lado de uma menina ruiva que estava deitada sem se movimentar, Lucy.

- Salve minha amiga, doutora – implorou Nick chorando.

- Por que estão dentro do meu escritório? – perguntou a médica se agachando para ver a vítima.

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