Capítulo 11 - Acreditar ou desistir

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Bruce estava prestes a realizar seu plano de sobrevivência, mas para isto, deveria estar bem preparado. Foi ao banheiro, lavou seu rosto sujo de sangue e vômito, abriu seu armário e retirou uma cueca boxer, uma calça jeans azul e uma regata branca. Se vestiu e pegou seu revólver. Pronto. Era a hora da ação.

Chegou até a porta, destrancou-a e girou a maçaneta. Sem se afastar da porta, deixou que os dois zumbis a abrissem e manteve-se escondido atrás dela. Os dois ficaram estacados no centro do quatro procurando pelo rapaz que queriam comer.

"Um, dois, três e... já", contou Bruce até se sair de trás da porta e mirar nos zumbis. Os dois homens viraram-se para ele e apreciaram o prato da noite. Com as mãos tremendo, Bruce segurava o revólver apontado para o mais forte que se aproximava. Era sua chance.

Respirou e atirou. A primeira bala atingiu a boca do homem saindo pela nuca. O tiro fez um grande estrago no rosto do homem, mas Bruce não comemorou. O homem apenas trambecou e não caiu. Bruce atirou pela segunda vez. A bala atingiu o lado esquerdo da sua testa, eclodindo os miolos do humanoide. Trambecou outra vez e caiu no chão.

Bruce tinha apenas mais uma bala. E deveria acertar a cabeça do segundo humanoide.

Atirou. Sangue espirrou na parede do fundo. Mais um corpo tombou no chão. O revólver caiu de sua mão e Bruce agachou-se encostado na porta. Levou suas mãos ao rosto e respirou fundo mais uma vez. Matou três pessoas, sendo uma delas sua amiga. Mas foi preciso, foi por legítima defesa. Será que a polícia iria acreditar nele?

Levantou-se e foi até seu quarto. Pegou seu celular e se deitou na cama. Procurou Nick nos contatos e telefonou. Estava sem sinal.

- Mas que merda!

Tentou se conectar ao Wi-fi da casa. Sem sinal.

Levantou-se e foi até o telefone fixo. Sem sinal.

Ligou a TV. Sem sinal.

Ligou o rádio de bateria que ficava na estante de seu pai. Um chiado seguido de uma voz masculina.

"... NÃO PARAM DE APARECER. ESTÃO EM TODOS CANTOS DA CIDADE. " disse um jornalista.

" REPETINDO, ENTÃO, PARA TODOS: NÃO SAIAM DE CASA. TRANQUEM TODAS PORTAS E JANELAS, OU SE NÃO ESTIVEREM EM CASA, ESCONDAM-SE EM ALGUM LUGAR SEGURO. OS POLICIAIS ADVERTEM QUE DEVEM EVITAR CONTATO COM ESTAS CRIATURAS, POIS A MORDIDA DELAS É INFECCIOSA. SE FOREM ATACADOS, CORRAM E BUSQUEM POR AJUDA." Falou um segundo jornalista.

Um estalo e o rádio se desligou. Bruce foi correndo até a cozinha, abriu uma gaveta e pegou uma faca. Se aquelas criaturas eram mesmo perigosas e estavam em toda a cidade, Bruce precisava encontrar a única pessoa importante na sua vida, seu irmão. Ele sabia que Nick estava no baile da escola, então este deveria ser o primeiro lugar para se procurar. Avançou até a porta e saiu da casa.

Na cozinha, o rádio estalou e se ligou.

"SOCORRO, ME AJUDA. "

"CORRAM TODOS. "

"NÃO PODEMOS DEIXÁ-LO LÁ. "

" ELE ESTÁ MORTO. "

Mais gritos e o rádio começou a chiar.


                                                                          ***


O bairro não parecia o mesmo. Estava mergulhado na escuridão do mal.

Na esquina, madeiras e tijolos se queimavam nas chamas ardentes provocadas pelo atentado. Não havia mais ninguém na rua, nem gato, nem rato. A rua parecia estar abandonada.

Zombie World - A Origem (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora