Capítulo 18 - Eles estão entre nós

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O alarme não parava de tocar. O barulho agudo reverberava das portas quebradas da farmácia para a rua, servindo como um localizador GPS para as dezenas de zumbis que vagavam pela rua.

A viatura havia quebrado as portas de vidros e batido em três, ou quatro, prateleiras de medicamentos. Albert ergueu sua cabeça, que estava encostada no volante, e passou a mão no rosto para limpar o sangue que escorria de seu nariz. Ao seu lado, John estava desacordado.

- John – cutucou Albert preocupado – John, acorda.

Como se estivesse acordado de um pesadelo, John se debateu contra a porta apavorado. Albert segurou seu braço, tentando acalmá-lo.

- Ainda estamos na farmácia? – perguntou John se lembrando do acidente, após se controlar.

- Sim – confirmou Albert – Ainda estamos.

No banco de trás, Francesca soltou um gemido de dor ao endireitar seu corpo. Sua blusa azul estava cheia de cacos de vidros e sua perna, que havia quebrado na queda do helicóptero, tinha retorcido. Mas a dor no osso quebrado foi suficiente para amenizar as dores do novo local fraturado, já que sua perna havia adormecido.

- Tudo bem com você, Francesca? – perguntou Albert olhando para ela através do retrovisor.

- Tirando que fraturei minha perna outra vez, tudo bem – respondeu Francesca, com seu sotaque espanhol, tentando ser irônica.

- Mas acho que está para piorar – comentou Albert vendo, pelo retrovisor, os primeiros zumbis se aproximando da porta.

Curioso, John olhou para trás e viu o mesmo que Albert. Apressado, tentou abrir a porta, mas estava emperrada em virtude de uma prateleira de sabonetes que caiu. Assim como John, Albert também tentou abrir sua porta, mas não havia espaço para ser aberta, pois o carro estava parado ao lado do balcão do caixa.

- Merda – murmurou Albert estressado.

Barulhos de cacos de vidros sendo pisoteados os alertavam da chegada dos zumbis. Sem perder tempo, Albert chutou o vidro da frente da viatura. Para sua sorte, esta viatura era uma das mais antigas do departamento policial e, portanto, não possuía vidros à prova de balas. Com um segundo chute, o vidro se estilhaçou, abrindo caminho para a fuga deles.

Enquanto John ajudava Francesca passar para o banco da frente, Albert se deslizou para fora do carro. Em frente ao capô do carro, aguardou a cautelosa saída de Francesca. Albert segurou seus braços e terminou de ajudá-la a sair, e John pegou uma lanterna para o caminho. Juntos, os três se viram cercados dentro da pequena farmácia.

Mais zumbis foram chegando e se acumulando atrás das prateleiras caídas, tentado pulá-las para chegar às três caças. Mais lentos que os que os outros que atacaram na Geary Boulevard, os zumbis foram ponderados pelo xerife.

- Estes são mais lentos – avisou Albert – Isso nos dá mais tempo para fugir.

- Mas não tem como passarmos por eles – alertou John – São muitos.

- Eu sei. Normalmente, os centros comerciais possuem uma porta nos fundos. Se esta farmácia possuir, poderemos sair por lá.

- E para onde iremos sem carro?

- Para a delegacia. Estamos perto dela, talvez quatro quarteirões, e assim, teremos mais oportunidades de nos defender. Consegue correr, Francesca?

- Acho que sim.

- Ótimo, venham comigo – encerrou Albert chamando John e Francesca para os fundos do estabelecimento.

Albert seguiu na frente, com a lanterna e o revólver, e John o acompanhou ajudando Francesca a caminhar. Albert encostou sua cabeça em uma porta no fundo do pequeno corredor, a fim de conseguir ouvir qualquer barulho dentro do cômodo, mas como estava silencioso, abriu a porta mantendo-se atento a qualquer ataque. Os fachos de luz de sua lanterna mostraram um pequeno cômodo com prateleiras de medicamentos. Ao lado da maior prateleira, no canto esquerdo, havia um resistor de energia.

Zombie World - A Origem (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora