Cap. 6 - Despedidas

141 21 2
                                    

Como era minha última noite fora do "Colégio Interno", passamos todos a noite na casa do Pedro. Nós não dormimos, claro, ficamos conversando toda a noite. Agora estamos no sofá, encarando a parede após arrumar a cama.

- Não acredito que você vai mesmo embora. - Pedro diz.

- Tem muita coisa que eu não acredito ainda. - respondo. - mas temos que continuar mesmo assim.

Antes de ir para a casa de Pedro, deixei minhas malas prontas em casa. Levei quase o meu quarto todo. Pelo menos, todo o meu guarda-roupa e a sapateira foram para quatro malas vermelhas grandes.

Tem uma mala preta média com coisas tipo: meus três travesseirinhos em formato de coração (pode parecer infantil, mas não durmo sem), maquiagem, acessórios, material escolar, perfumes, fotos, cremes, escovas e alguns objetos cruciais para decorar meu novo quarto: pôsteres das minhas séries, filmes e cantores preferidos.

Flash back on

Minha mãe ficou boquiaberta quando viu minha bagagem, meu pai riu.

- Devia ver quando fomos passar um ano na casa da Marie.

Flash back off

Sentiria saudade das risadas e do bom humor do meu pai. Sentiria falta da animação da Maria Elisa (sim, o primeiro nome dela é Maria), sentiria falta do conforto da Gigi e sentiria falta da preocupação de Pedro.

Minha mãe viria me buscar, e iríamos direto para lá. Ela podia chegar a qualquer momento. Esse provavelmente era um dos meus últimos momentos como Angie, uma garota normal ao invés de Angie, a garota com asas. Uma lágrima molha minha bochecha e vem seguida de outras mais.

- Eu vou sentir tanto a falta de vocês. - disse, e então tudo que eu estava guardando saiu em forma de lágrimas.

- Ah, minha flor, fica assim não. Meses passam rápido, você vai ver. - Gigi confortou - me.

- Miga, olha só, pelo menos a gente pode se falar por Skype né? Tem o Whatsapp também. Relaxa, você não vai se livrar de nós tão fácil. - Maria Elisa sendo Maria Elisa e me fazendo rir.

- Só fica bem tá? Se acontecer qualquer coisa você pode me ligar. - Pedro diz.

- Ai gente, assim vocês fazem parecer que vai ser para sempre. - digo, em meio a risos e lágrimas.

Eles se juntam ao meu redor e me abraçam ao mesmo tempo.

- Eu amo vocês - digo.

- Também te amamos - Pedro diz.

A campainha toca e nos desvencilhamos do abraço. Perdo vai atender a porta e eu coloco minha mochila nas costas (sim, tinha mais uma mochila).

Olhei com meus olhos inchados e molhados para as meninas. Sério cara, vocês tem ideia do quão difícil é se despedir dos seus melhores amigos de infância, por tempo indeterminado? Sei que minha mãe falou "alguns meses" mas algo me diz que esse tempo pode se estender bastante.

Elas, também chorando, me levam até a porta, onde minha mãe me espera. Ela me abraça pelo ombro e eu olho para os meus amigos pela última vez em bastante tempo.

Eles me encaram, e eu os encaro, num choro silencioso. Pode parecer muito drama para apenas uma "pequena" despedida, mas se um dia (eu realmente espero que não) você passar por isso, vai me entender.

Os abraço, e me despeço pela última vez antes de entrar no carro e minha mãe dar a partida.

[...]

Minha mãe dirigia, meu pai estava no banco do passageiro, as bagagens precionavam o banco em que eu estava sentada, encarando a janela.

Minha mãe entra com o carro no meio de uma mata e para.

- Onde estamos? Aqui é o Refúgio?

- Na mesma mata em que você andou por toda a sua vida, mas estamos na parte mais isolada dela. Acredite, ela é bem maior do que você imagina. E, não. Ainda não.

Ela desce do carro, e caminha até uma árvore um pouco a frente de onde estamos. Ela comoca a palma da mão lá e recita algo que não consigo ouvir. O contorno de sua mão começa a brilhar em azul e é absorvido rapidamente, como os pon... quer dizer, Essência.

Meu pai desce do carro e eu vou atrás.

- Pensei que você nos levaria até o Refúgio.

- Esse é o máximo que eu posso percorrer.

Já estava sensível na depedida dos meus amigos, mas agora eu quase senti meu coração se despedaçar dentro de mim. Estava me despedindo do homem que esteve sempre comigo a minha vida toda. Desabei a chorar e o abfacei muito forte.

- Eu te amo tanto pai.

- Eu também te amo demais minha filha. Por isso quero que você vá, para ficar segura.

- Filha, temos que ir. - minha mãe veio caminhando em nossa direção.

- Vou te ligar todos os dias, fica tranquila. Lá parece ser legal, e você é uma garota incrível, vai fazer muitos amigos por lá. Tchal filha. Te amo muito.

- Me ligue todos os dias, okay? Eu te amo muito, demais da conta. Tchal, pai. - o abracei mais forte e lhe dei um beijo na bochecha, depois me afastei.

- Cuide bem da minha filha, Roberta. - meu pai diz para a minha mãe.

- Nossa filha, Henry. E sim, cuidarei o melhor que posso e mais um pouco.

- Querida, pode esperar no carro por um segundo? - meu pai perguntou.

- Claro. Tchal pai, amo você.

- Também te amo, minha flor.

Fui até o carro, e sentei-me no banco de trás. Os obsrevava de longe. Vi meu pai falar algo e minha mãe negar com a cabeça. Então ele coloca a mão no ombro dela, como se a estivesse convencendo, e a entrega um envelope. Ela acente devagar e guarda o envelope no casaco, e logo depois eles se abraçam forte e... oi? Pera, tô vendo direito? Se beijam? Sério isso? Então tá então...

O chão a nossa frente estremece e eu me assusto. Minha mãe volta e entra no carro. É hora de ir.

A partir de agora, nada vai ser "normal". - lembro-me.

O chão estremece com mais força e então se abaixa, como uma porta de garagem subterrânea, e revela um túnel escuro. Minha mãe liga o farol e vai para dentro do túnel, que se fecha assim que passamos.

____________________________________

Hey galerinha! Capítulo meio sad hoje, mas sexta que vem melhora hahaha

Alguns podem ter até achado meio dramático, mas, acreditem, foi necessário. Vocês entenderão depois huehuehue *sem spoilers*

Amo vocês ♥ Té sexta que vem cambada *normalmente a -Rayanne- que nos chama de cambada, deve ser contagioso hahaha*

#Votem
#Comentem

XOXO, Isa ♥

Finalmente LivreOnde histórias criam vida. Descubra agora