Cap. 13 - O lugar mais estranho do outro mundo

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Eu estava desesperada. Não sabia exatamente para onde eu estava indo, apenas voava para o horizonte.

O que havia acabado de acontecer? A fixa ainda não tinha caído que... Todos me viram tranformada e... cara, como eu fiz aquilo? Esferas de Essência? Eu sou uma aberração para os dois mundos aos quais "pertenço" e talvez eu não pertença a nenhum dos dois. Talvez eu seja só mais um erro que a natureza cometeu até um dia o tempo cessar a minha existência.

Senti uma lágrima quente percorrer meu rosto e minhas mãos pareciam lâmpadas azuis de tão acesas, enquanto meu cabelo soltava faíscas.

Olhei para baixo e vi as ondas cortarem a imensidão azul: já tinha ido longe demais.

Dei meia volta e vi uma das ilhas ao longe. Ela me atraía, me chamava. Voei rapidamente até ela, cortando os ventos. Pousei na praia e a areia morna sujava meus tênis. Os tirei e deixei a areia tocar os meus pés, enquanto o único barulho que escutava era o das ondas e o da mata. Meu cabelo voltava ao "normal" e minhas mãos perderam a intensidade do brilho, conforme me sentia mais calma.

Andei em direção à mata, deixando meus tênis na praia. Algo me chamava. Não sei dizer, era um... pressentimento.

Olhei em volta e a mata me lembrava a perto de minha casa, só que com um aspecto mais selvagem. Andava tranquilamente pelas árvores, brincando com as folhas.

Até que dei mais um passo firme no chão, que se desfez como areia debaixo dos meus pés, e me vi cair num... buraco, eu acho. Não sei dizer porque assim que caí, bati a cabeça e só via foscamente o buraco pelo qual eu havia caído, agora acima de mim. Levantei com dificuldade minha mão até a minha cabeça e levei- a até a frente dos meus olhos, cheia de um líquido vermelho. Sangue. Então tudo ficou escuro.

[...]

Abro os olhos devagar e vejo luzes coloridas embaçadas á minha frente. Percebo que estou deitada com o rosto no chão de terra e tento levantar, mas sinto uma dor aguda na parte de trás da cabeça. Minha visão continua turva, mas percebo um buraco no teto e vejo que já é noite. Buraco?

Só então me lembro do que ocorrera antes de despencar ali. Mas que (desculpe o termo) merda é essa?

Minha visão começa a recuperar o foco e consigo me sentar e limpar a terra do rosto. Olho em volta e percebo estar em uma gruta. Ela é arredondada e suas paredes são cravejadas do cristal mais bonito que já vi na minha vida. Eles são pontudos e acesos como lâmpadas mas cada um tem uma cor diferente, e eles iluminam todo o lugar. Seu brilho ocilava, fazendo a gruta parecer viva. O chão de terra também possui alguns deles, e ao olhar para trás percebo oque me causou o ferimento na cabeça. Um deles se localizava atrás de mim, todo ensanguentado e seu brilho era mais vivo, como se respondesse ao meu sangue.

Não era de se admirar que eu tivesse passado todo esse tempo desacordada, com a quantidade de sangue que havia perdido. Minhas asas brancas estavam bem manchadas de sangue, e meu rosto sujo de terra. Meu uniforme estava imundo, e parte da minha blusa pendia do buraco no teto, rasgada. Ainda bem que minha mãe comprou três uniformes. Estava toda suja de sangue e terra, e meus cabelos ainda pingavam sangue do ferimento na minha cabeça. Que. Droga.

Levantei com dificuldade e rasguei a barra da minha camisa (já estava rasgada mesmo, não faria diferença) e amarrei devagar na minha cabeça, em cima do ferimento, para estancar o sangue. A última coisa que queria era desmaiar de novo.

Caí de uma altura consideravelmente grande, até voaria até lá mas não tinha forças nem pra andar direito, quanto mais voar. E minhas asas doíam com o impacto, sorte eu não tê-las quebrado. Como sairia daqui?

Um vento leve soprou em meu ouvido e tão leve quanto ele, uma voz dizia meu nome. Quando olhei para cima novamente não tinha mais buraco nenhum. Ótimo. Presa em uma gruta assombrada por um troço que sabe meu nome. Meu coração batia rápido e a adrenalina corria por minhas veias. Olhei em volta, e atrás de mim havia uma passagem que jurava que não estava ali antes. Que lugar é esse?

Não conseguia ver oque havia no final, pois estava escuro. Fui andando devagar até lá, mas percebi que seu chão não era terra, e sim água. Abaxei-me e a toquei, e respondendo ao meu toque, pequenas esferas de fogo se formaram e foram rodopiando para o fundo do "rio" que parecia não ter fundo.

Eu ein. Que lugar estranho. Preciso mesmo sair daqui. Mas... e se minha única saída estiver no fim desta passagem? Como posso atravessa-la?

Quase que instantaneamente, percebo pedras que formavam um ziguezague até a escuridão do fim da passagem.

Preciso arriscar. Pode ser minha única chance de sair daqui. Ou eu posso cair, afundar e morrer, e ninguém nunca vai me achar.

Pisei na primeira rocha fria, e correspondendo ao meu tique, ela solta um brilho colorido na água. As paredes da passagem são de pedra úmida, e trepadeiras percorrem toda sua extensão. Algumas até pendem do teto, caindo sobre meu rosto e me fazendo afastá-las. Vou pisando nas pedras, que correspondem ao meu toque.

Quando chego na escuridão, tento me apoiar nas paredes, mas algo pontudo corta a minha mão, sinto o sangue escorrer e eu parar de andar, por não enxergar nada. Merda.

Alguns segundos depois, a coisa pontuda na qual eu havia me cortado começa a brilhar, e percebo ser um cristal, como o da gruta. Depois dele, vários outros começam a brilhar, revelando um espaço gigantesco.

O "rio" largo se dividia em duas faixas curtas, do diâmetro do meu braço, e contornava o chão de todo o espaço, colado às paredes arredondadas. As paredes eram cravejadas de cristais, mas esses eram maiores que os da gruta, e os mesmos também pendiam do grande teto côncavo.

Pisei no chão, e senti a terra úmida nos meus pés descalços. Parei e observei. Havia um objeto no centro, de mármore branco, mas desgastado e velho. Tinha metade da minha altura e um topo achatado.

Mais uma vez, um vento que não sei de onde vem bate em meu rosto, trazendo uma voz feminina delicada, que me chamava. Continuei parada, e mais uma vez ela sussurou meu nome. Isso está começando a me assustar.

Ando até o objeto e o olho com atenção. É um pedestal, com topo achatado dividido em quatro partes, e seu corpo de vidro e mármore está quebrado. Os cristais fluem de dentro do compartimento vazio, saindo pelo buraco que antes era vidro, e se espalhando na terra a sua volta.

Este é o pedestal do Equilibrium. Essa é a origem da Essência.

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Hey galerinha! TCHARAAN vocês podem estar pensando que eu joguei a bomba e saí correndo, mas eu só puxei o pino, a explosão é só no próximo cap hahahahaha

Queria muito contar spoiler... mas não posso, só nos próximos caps huehue

Tenho prova na segunda e tô desesperada com as minhas provas de quarta.

A inspiração para aquela prova de biologia não é de Deus!

Curiosidade: Esse "rio" com as esferas flamejantes e as pedras que soltavam brilho correspondendo ao toque, eu tirei de um sonho meu. Era a entrada de uma caverna no sonho, exatamente assim. Loco, né?

Enfim... Até sexta que vem meus amores ♥ Fiquem com Deus.

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XOXO, Isa ♥

Finalmente LivreOnde histórias criam vida. Descubra agora