Cap. 8 - Refúgio

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(Asas da Angie na mídia acima)

Meu coração estava a mil. A pressão me fazia quase não conseguir respirar. Estava tudo escuro ao redor, não enxergava nada. Me sacudia e isso me fazia rodopiar no ar.

Mantenha a calma, acima de tudo. - a voz da minha mãe veio à minha cabeça.

Fácil falar né. Até pensei em gritar por ela, mas é como naqueles tobogans super altos e íngremes do parque aquático: como você vai gritar se mal consegue respirar?

Mantenha a calma. - sua voz falou novamente em minha cabeça.

Parei de me sacudir e firmei meus braços cruzados sobre meu peito. Fechei meus olhos e imaginei tudo aquilo que me acalmava. A floresta, os pássaros, o céu. Respirei fundo (pelo menos tentei) e percebi que estava desacelerando. Abri os olhos e avistei uma luz distante abaixo de mim.

Quanto mais calma eu ficava mais eu desacelerava. Não demorou muito para eu estar caindo lentamente, e percebi que a luz era... grama? Era um buraco no meio da escuridão e quando passei por ele a lentidão parou, me fazendo ir de cara com a grama.

Ótima maneira de se chegar a um outro mundo! Pa-ra-béns Angie!

Olhei para cima, e o portal pelo qual eu tinha vindo, que pairava no meio do ar, logo desapareceu. Minha mãe estava de pé ao meu lado e estendeu a mão para eu me levantar.

- Obrigada. - eu disse, levantando-me.

Foi só então que senti um peso nas costas. Havia algo diferente, aquelas ondas de energia pela minha coluna haviam parado. A marca não me incomodava mais, mas eu sentia como se estivesse carregando uma mochila pesada.

Estendi a mão para ver como minhas costas estavam, mais é algo diferente que alcanço: penas?

Só então foi que percebi que, bem... minha mãe tinha asas. Eram negras, curtas e cintilantes e tinham enfeites em sua origem.
Isso era real. Era sério. Pera... eu tenho asas?? Dei um pequeno grito interno quando me toquei de que eu tenho asas. Imaginei estar parecendo um cão, pois estava rodando no meu lugar tentando ver.

Eram brancas e grandes e eu definitivamente não sabia controlá-las. Minha mãe segurou em meus ombros, me fazendo parar de ter meu pequeno ataque histérico.

- Hey! Calma! Isso é completamente normal aqui, com o tempo você aprende a controlá-las. Vai ficar tudo bem, okay?

- Ah... tu-tudo bem então.

Só então percebi o quão lindo (e gigantesco) o lugar era. Estávamos no meio de um campo gramado com algumas árvores, onde pessoas com asas descansavam e conversavam. Pequenos círculos com flores coloridas se espalhavam pelo lugar, em contraste com o céu extremamente azul e o sol não muito forte. As pessoas nos olhavam com curiosidade e estavam vindo em nossa direção.
- Nossa, esse lugar é lindo. - comentei.

- Esse é só o campo... espere só até você conhecer as ilhas ou a praia...- minha mãe reepondeu.

- Ilhas?! Praia?! Esse lugar é muito maior do que pensei.

- Você nem imagina.

- ROBERTA?! - Uma menina mais nova que a minha mãe pulou em cima dela, claramente animada. Ela aparentava ter uns 20 anos, era bem bonita. Sua pele pálida contrastava com seus cabelos ruivos e seus olhos eram... dourados? Eram dourados e brilhantes, como o ouro. Suas asas eram marrons, como as asas de uma águia. Sua marca era maior que a minha, e eram asas de fogo.

- Oi Laila!! - disse minha mãe, recompondo-se do cumprimento exagarado.- Prazerem revê-la também . Meu Deus, como você cresceu! - minha mãe a abraçou e confesso que senti uma pontada de ciúmes. - Essa é minha filha, Angie.

- Prazer! - Laila disse, com um sorriso simpático.

- Prazer! - retribuí o sorriso. - Desculpe a curiosidade, mas por que sua marca é de fogo?

- Sou uma fênix, minhas asas ficam em chamas quando vôo. Cada descendente reflete uma determinada ave nas suas asas, sua mãe por exemplo reflete o corvo, e eu a fênix. Vai aprender isso em História do Reino.

- História do Reino?

- É uma das matérias a mais que vai estudar na escola aqui.

Eu já me matava para estudar para as matérias que eu tinha, agora vou ter matérias a mais. Show, muito maneiro, obrigada vida!

Várias pessoas chegaram para cumprimentar minha mãe e consequentemente, me conhecer. Ficamos nessa de "Oi! ", "Prazer " por longos 15 minutos e eu, anciosa para saber mais sobre o lugar, ficava apressando minha mãe. Alguém (uma morena alta de asas azuis escuras, sim amei suas asas) chamou minha mãe para colocá-la a par de toda a situação militar atual do Refúgio.

- Bem minha filha... Vou ter que trabalhar agora, está bem? Vou te deixar com seu monitor, ele vai te explicar e te ajudar aqui no Refúgio nos primeiros dois dias, depois é por sua conta.

- Okay então.

- Quem é o monitor dela, Luísa? - perguntou minha mãe à morena alta, que descobri se chamar Luísa. A mesma checou em uma prancheta que não tinha percebido que estava na sua mão. Ela devia ser a responsável pelos novatos.

- Hum... Angie Stanford com... Lucas Santori. Vou chamá-lo, um instante. - ela disse, pegando seu celular. Mas peraí...

- Pega celular aqui dentro? - perguntei à minha mãe.

- Claro! Mas qualquer contato com o outro mundo tem que ser autorizado pelo Conselho dos Líderes.

- Ãhn?

- Uma concelho com os descendentes da antiga família real, eles lideram o Refúgio.

- Entendi.

- Lucas já está vindo! Eu e sua mãe vamos indo, ele chega daqui a pouco. - Luísa avisou.

- Ah... tudo bem.

- Divirta-se com o Lucas - minha mãe disse, de forma insinuativa.

- Nem começa mãe! - disse, rindo. Eu e minha mãe realmente estávamos muito próximas, mas mais como amigas do que como mãe e filha.

[...]

Cinco minutos depois, estou sentada na grama tentando me acostumar com o peso anormal nas minhas costas. Às vezes parece um sonho, do qual posso acordar a qualquer momento. Mas não era, e eu teria que me acostumar a isso.

- Angie Stanford? - ouvi, vindo de trás de mim.

Levantei- me e vi oque parecia ser um anjo moderno. Ele tinha cabelos castanhos escuros e olhos verdes claros, diferentes dos meus, verdes escuros. Sua pele branca era perfeitamente lisa e seu rosto perfeitamente angulado. Era relativamente musculoso e eu nem comento seu sorriso perfeito... suas asas eram grandes e de um bege claro.

- Presumo que seja Lucas Santori, estou certa?

- Certíssima! Vem, vou começar te mostrando as coisas mais simples... - ele foi falando animado, enquanto me puxava delicadamente para uma direção.

O Refúgio é muito melhor do que eu pensava.
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Sorry pelo cap meio curto :s

Estou viajando e mesmo assim não consigo parar de escrever hahaha É muito amor pelos meus leitores ♥ Beijo anjos, até a próxima sexta :)

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XOXO, Isa

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