Cap. 35 - A verdade nua e crua (parte 1)

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Maratona FL 2/5

~♥~

Enquanto descíamos, Louis fazia piada com meu desespero diante de sua pergunta anterior, e eu ria. Como o Chanceler, a maior autoridade do Refúgio, poderia ter um senso de humor tão apurado?

Quando chegamos, Kailani, Nina, Lucas e Aukai estavam lá em baixo nos esperando, na sala de reuniões. A porta estava aberta, e apesar de termos parado de rir antes de entrar, era perceptível que segurávamos o riso.

Nos acalmamos e nos sentamos, e lembrei que deveria chamá-lo de Chanceler, já que havia pessoas por perto.

Percebi Lucas me olhar de cara fechada, e depois desse olhar gélido ele não me olhou nem mais uma vez se wuer durante a reunião. Nem de relance. O que havia acontecido?

[...]

Foram quase duas horas e meia de reunião.

Acertamos todos os ajustes e o anúncio da mudança seria feita pelo próprio Louis no dia seguinte pela manhã.

De manhã, os colegiais teriam aulas e os não colegiais, treinamento. Após uma pausa de duas horas para o almoço, voltaríamos ao treinamento às duas da tarde. Os treinamentos iriam até as sete da noite com uma pausa de vinte minutos para descanso.

Mas não seria um treinamento qualquer. Escolhemos os melhores instrutores do exército para liderar cada grupo de cinquenta pessoas, em diferentes clareiras do Refúgio. Seria um treinamento para uma verdadeira guerra.

Permaneceremos nesse ritmo até todos estarem verdadeiramente prontos. Quando esse dia chegar, os treinamentos serão duplamente mais difíceis, só qur o tempo de descanso será maior.

Crianças, idosos e mães de crianças dependentes não serão treinados dessa forma. Aprenderão uma defesa básica e aprenderão a localização de todos os esconderijos seguros em caso de ataque.

O Refúgio estava em estado de alerta.

Encerramos a reunião e todos foram se levantando. Fui discretamente até Lucas, que permanecia frio, sem me olhar.

- Lucas, o que aconteceu? - perguntei, em voz baixa - Por que está agindo assim?

- Não sei do que está falando. - ele disse, encarando o chão - agora se me dá licença, tenho coisas mais importantes a resolver.

Ele saiu apressado pela porta, me deixando parada com cara de taxo, encarando o lugar onde praticamente levei um fora do meu namorado.

- Senhorita Stanford, está tudo bem? - Louis disse ao meu lado, e só então notei sua presença.

- Claro... - disse, voltando a mim - tudo ótimo. Precisa de algo, Chanceler?

- Somente que não se esqueça de sua promessa.

- Garanto que não esquecerei. Agora se me dá licença, tenho que ir.

- Claro.

Kailani e Nina me esperavam na porta da sala. Esperei elas irem um pouco mais à frente para dar um tchalsinho e sussurrar um "até mais" para Louis. Ele por sua vez, sorriu e acenou animado de volta.

Quando cheguei ao lado das meninas, elas me olhavam estranho.

- Que foi? - perguntei, incomodada com o peso dos olhares.

- O que exatamente foi aquilo? - Kailani perguntou.

- Aquilo o quê?

- Aqueles olhares, risadinhas e piadas internas com o Chanceler. Acha mesmo que nós não perceberíamos?

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