Cap. 28 - Sala de tortura

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Os outros notaram meu estado em alguns segundos, e perceberam que havia algo errado. Em alguns segundos, rastejamos para longe dali, e a Kailani me ajudou a me recuperar, sem dizer uma palavra, mas cheia de questionamentos em seu olhar.

Depois de algumas horas rastejando, minha coluna estava doendo, e eu estava suja e machucada. O s outros não estavam muito melhores, e Aukai quase foi picado por um escorpião.

Finalmente, depois de quase ter dado a volta no bendito aquartelamento, encontramos a entrada para o subterrâneo. Ficava no meio da mata, onde estávamos, e dois guardas enormes com armas tão grandes quanto eles, guardavam a pequena porta no chão.

- Tudo bem - sussurrou Lucas - nós estamos em vantagem numérica e bélica. Temos mais armas e temos os poderes da Angie. Vamos fazer o seguinte, Angie fica aqui, eu vou para o lado oposto. Aukai vai para leste e Kailani para oeste. Atacamos ao mesmo tempo, de forma fatal. Okay?

- Certo. - respondi, determinada.

Me escondi entre o mato e a lama enquanto os outros iam para suas posições. Já tinha andado tanto tempo arrastada no chão, que já estava suja o suficiente para me camuflar.

Quando vi o sinal de todos, contei até três e atacamos. Lancei cordas de Essência em suas direções, enquanto Kailani lançava água em seus rostos , impedindo-os de respirar. Imobilizados, os meninos aplicaram um golpe neles, que os fez desmaiar. Tudo aconteceu tão rápido que não tiveram nem chance.

Era uma pequena porta dupla de madeira no chão, com correntes que a trancavam. Arrebentamos as correntes que prendiam a porta com um tiro, o que significava que precisaríamos ir rápido, pois poderiam ter escutado.

Uma estreita passagem com uma escada de madeira descia para o escuro, sem nem uma lamparina. Assim que chegamos mais perto, uma rajada de vento frio soprou nossos cabelos para trás, nos assustando. Nos entreolhamos por alguns segundos, até que eu tomei a iniciativa de começar a descer. Os degraus rangiam, e não pareciam firmes. Libertei minhas asas e levantei um pouco do chão, para ativar minha transformação. Uma vez transformada, eu iluminava o lugar com cores azuladas, mas o suficiente para que enxergássemos onde estávamos indo.

Descemos durante alguns minutos, que pareciam eternidades. A escada fazia curvas para todos os lados, e as paredes eram sustentadas por toras de madeira, e eram escavadas na própria terra.

Quando chegamos finalmente na porta da sala, duas tochas, uma em cada parede, iluminavam a entrada. Uma porta de madeira bruta, e com os entornos de ferro escuro, parecia estar trancada. Padrões e desenhos de árvores e flores estavam entalhados na porta, e havia uma pequena janelinha com grades. Aukai forçou a porta e tentou abrir, mas não conseguiu. Lucas também tentou, mas a porta nem se mexeu. Kailani tentou abrir à força e com água, mas não deu certo.

- Olha, desisto. Tentamos de tudo, não dá para abrir esse troço! - Kailani exclamou.

- Não, não tentamos de tudo. - Lucas disse, olhando diretamente para mim.

- Não sei se é uma boa ideia... - eu disse.

- Angie, seu pai pode estar lá dentro. Foi para isso que viemos aqui, você podia pelo menos tentar.

Engoli em seco. Eu ainda estava transformada, e não sabia o que poderia acontecer se tocasse naquela porta. Mas Lucas tinha razão, foi para isso que viemos. Eu estava disposta a arriscar por meu pai.

Cheguei mais perto da porta e fechei meus olhos, colocando minhas mãos devagar nela, concentrada. Era como uma transferência, só que ao invés de eu transferir minha energia para uma pessoa, estava fazendo isso em uma... porta.

Por favor, abra. - pensei.

Respondendo ao meu toque, os padrões ao redor das minhas mãos acenderam em azul claro, e a luz foi se espalhando para cada desenho e padrão da porta, até chegar na maçaneta, que explodiu em um estouro azul, assustando a todos. Recuei, admirada com meu próprio poder de persuasão. Empurrei a porta, que era incrivelmente pesada e espessa.

A sala era grande, mas macabra. Algumas tochas e lamparinas iluminavam o lugar, mas não o tornava mais quente. Diferentemente do resto do túnel, o chão, as paredes e até o teto eram de pedras grandes, cinzas e frias. Um ar frio e tenso pairava no lugar, em meio a todas aquelas coisas assustadoras.

Manchas de sangue antigas estavam espalhadas por todo o lugar, respingadas nas paredes e espirradas no teto. Elas se misturavam com marcas recentes de sangue, mãos marcadas, poças de sangue no chão. Diversos instrumentos de tortura estavam espalhados pelo lugar, correntes, chicotes, estrelas da manhã (armas medievais com espinhos de metal), e muitas outros instrumentos horríveis, todos manchados com o sangue dos mais diversos descendentes.

O que mais me chamou a atenção foram as jaulas no fundo da sala. Pareciam estar vazias, todas marcadas com arranhões e pedidos de socorro escritos com sangue. Fico imaginando o que minha mãe não passou em seus anos aqui. Como ela escondia as cicatrizes?

Mas tudo se esvaiu da minha cabeça quando, em uma jaula num canto, eu o vi. Com roupas rasgadas e completamente machucado e coberto de sangue, lá estava meu pai.

- Pai! - gritei, sem conseguir conter as lágrimas enquanto corria até ele.

Não consegui me segurar para não deixar rastros de magia, explodindo a porta da jaula com um tiro de Essência. Ele levantou seus olhos para os meus, e sorriu abertamente.

- Filha... você está linda. - ele disse, com os olhos cheios de lágrimas.

- Obrigada, pai. Nunca deveria ter te deixado para trás. - eu disse, enquanto o abraçava.

O tiramos da jaula e estávamos saindo daquele lugar horrendo, quando ouvimos o barulho vindo das escadas. Não havia para onde voar, não havia para onde correr.

- Pai, eu te amo muito. Mesmo. De todo meu coração.

- Eu também te amo demais minha filha. Muito mesmo.

- Por isso, quero que você se esconda. Você está debilitado, não está em condições de lutar. Vá para trás daquele amontoado de caixas no canto, e fique ali, intependentemente do que acontecer.

- Mas filha...

- Por favor, pai. Preciso ter certeza de que você está seguro.

- Tudo bem filha. Te amo. - ele disse, e me deu um forte abraço, apesar dos ferimentos. Retribuí o abraço, sentindo seu sangue e suas lágrimas mancharem meu rosto e minha roupa.

Ele se escondeu atrás dos caixotes, e eu me virei a tempo de ver quem entrava. Meu queridíssimo amigo Pedro e mais três caçadores gigantes e tatuados entravam na sala, com uma cara nada boa.

Mas nada se compara á sensação que tive quando meu olhar cruzou com o de Pedro. Ele pareceu espantado por ver minhas asas e minha transformação, mas isso não durou mais que alguns segundos. Logo, ele sorriu friamente ao perceber o ódio que se formava em meu olhar.

- Angie! Que bom que veio, querida amiga. Então, vamos brincar um pouco? - ele perguntou, tirando duas de suas armas estranhas das costas sem perder o sorriso sarcástico e frio.

- Se é assim que quer - eu disse, formando espadas de Essência nas mãos - Vamos brincar.
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Hey galerinha! Por que postei os dois caps hoje? Bem...

Vou passar dois dias na casa da minha avó, e lá não tem wifi (e eu não tenho 3g) então, tive que postar tudo hoje.

O que vocês acham que irá acontecer? E o Pedro gente... Meu Deus!

Eu disse que haveriam duas bombas nesse capítulo? Sorry, vai ser capítulo que vem mesmo hahaha

Maybe, um cap bônus irá sair semana que vem, não tenho certeza ainda.

Amo vocês fofuras, até sexta (ou antes) ♥

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XOXO, Isa ♥

Finalmente LivreOnde histórias criam vida. Descubra agora