Como eu estava aqui? Porque eu estava aqui? Que porcaria de voz é essa? Novamente, minha mente disparava com várias perguntas não respondidas.
- Olá criança. - A voz feminina que me chamava surge atrás do pedestal, e me assusto ao ver que ela vem de uma figura.
Ela era muito, muito , parecida comigo. Ela vestia um vestido antigo e pesado, estila princesa, verde escuro. Seu cabelo era mais liso que o meu, mas o tom era o mesmo. Seus olhos eram verdes, um pouco mais claros que os meus. Mas a feição era quase idêntica.
Como isso era possível?
- Q-quem é v-você? - perguntei, agora realmente assustada.
- Meu nome é Celeste. Era Celeste.
Sei que deve estar assustada, mas acalme-se. Não vou te fazer nenhum mal. Só estou aqui para esclarecer as coisas.- Esclarecer o que exatamente? Porque eu tenho várias perguntas, tipo, que roupa é essa e por que você é tão parecida comigo? Eu...
- Acalme-se criança. Estou vestindo a última roupa que usei, antes de... bem, eu era a rainha do Reino do Ar, a alguns milhares de anos atrás.
- Como isso é POSSÍVEL? - é, eu estava surtando. Não é para menos.
- Eu já disse para se acalmar. - ela falou com voz firme e autoritária, era impossível não obedecer. Ela devia ser uma ótima rainha.
- Desculpe, é só que eu... Desculpe. - Estava fraca demais, então sentei- me no chão de terra.
- Tudo bem. Vamos do começo. Eu posso estar aqui, graças a imensurável concentração de essência nesse lugar. Quando a perseguição por nosso povo começou, ela transferiu sua origem para cá, onde nem o povo do Ar sabe de sua existência. Sou tão parecida com você pois... bem... eu sou sua tataravó.
- Quê? Como?
- O povo do ar acha que não tive filhos, e o Conselho que lidera o refúgio é formado apenas pelos herdeiros de meus irmãos e irmãs. Mas, eu tive um herdeiro. Ele nasceu numa época complicada, quando nos escondíamos no Reino da Terra. Por causa de nossa situação delicada na época, decidi esconder sua existência até mesmo do povo do Ar. Então eu disse que encontrei a criança na rua, e a acolhi. Foi difícil. Entretanto, ele não herdou meus dons, que também escondia do povo. A família real tinha muitos segredos.
- Dons?
Em resposta, ela formou uma esfera de Essência, como eu havia feito mais cedo, e lançou contra a parede fazendo com que ela estourasse em vários pedaços e depois desaparecesse no ar.
- Então... eu não sou um erro da natureza?
- Claro que não, querida. Você é... um modo de mantê-la mais segura. - Ela me direciona a duas pedras um perto do pedestal, e nos sentamos. - Você tem um dom raríssimo. Só a minha linhagem a possui. De meu filho, nasceu seu avô, que possuía o mesmo dom que você. Só que ele foi morto por um grupo de caçadores a muito tempo. Quando ele faleceu, sua avó estava grávida de sua mãe, que não possui seu dom. E então, você nasceu com esse maravilhoso dom.
- Espera... Não era para ter mais gente aí? São milhares de anos.
- O povo do Ar antigamente vivía várias centenas de anos normalmente. Com o tempo, esse tempo de vida foi diminuindo, até chegar no que é hoje. Sua mãe não sabe do dom de seu avô, então, ela não entende o que você significa.
- E o que eu significo?
- Esperança. Angie, tempos realmente difíceis estão por vir, e suas habilidades vão ser mais necessárias do que nunca. Você não é uma aberração. Não tem que esconder sua transformação e nem as suas habilidades.
- E se... eles quiserem me pesquisar, e eu virar um rato de laboratório?
- Eles nunca fariam isso, até por que seria um crime contra a natureza e eles seriam punidos pela Essência.
Assenti com a cabeça e olhei para as paredes.
- O que são esses cristais?
- São a própria Essência, em sua forma física sólida. Ela só corresponde ao sangue dos seus.
- Como assim?
- Querida, o dom que possuímos, é porque nós... Nossa linhagem a muito foi escolhida pela Essência, e nós somos herdeiras da própria.
- O que isso quer dizer?
- O tempo irá te responder,menina. Eu posso treinar você, se quiser. Sou a única que conhece bem as suas habilidades.
- Claro, eu só... preciso descansar. Toda essa informação, mais o ferimento na minha cabeça, eu... Estou muito fraca.
- Claro. Mas antes...
Ela formou uma esfera de Essência e a achatou no ar, depois veio até mim, retirando o curativo que fiz com a minha blusa em minha cabeça, e colocou a Essência em meu ferimento.
Queimou como quando recebi a marca, mas depois que ela se afastou e coloquei a mão em minha cabeça, não havia mais ferimento. Os outros cortes e hematomas nas pernas e nos braços continuavam, mas a dor principal havia parado.
- Obrigada. - disse, e ela sorriu de forma doce.
- Venha treinar quando estiver pronta. Estarei te esperando. E, não conte para ninguém deste lugar, tudo bem? Se perguntarem, diga que não se lembra.
- Tudo bem. Mas, como vou saber que estou pronta?
- Vai saber. Até mais, criança.
- Tchau. - disse, e ela tocou em meu ombro, formando uma claridade que me fez fechar os olhos e quando os abri, estava na floresta novamente.
Caminhei até a praia, e meus tênis ainda estavam na areia. Os peguei mas não coloquei.
Aquele toque me deu forças o suficiente para voar até os dormitórios. Levantei vôo, e o sangue nas minhas mãos contrastava com seu brilho azul. Só então percebi que já devia ser bem tarde, e eu havia sumido o dia inteiro. Minha mãe deveria estar desesperada.
Cheguei na clareira dos dormitórios e de cima, pude ver um grupo de pessoas, com todos que conheço e mais algumas pessoas. Pude ver minha mãe, dizendo algo para eles, mas quando me viram sobrevoando a área eles pararam.
Pousei e os encarei. Alguns me olhavam espantados, outros, adimirados. Não sei se era pelo meu estado, ou pela transformação. Talvez pelos dois. Mas, não importa, não vou mais esconder quem sou. Larguei os tênis no chão e olhei para minha mãe. Ela me encarava boquiaberta, assim como Michele e Lucas.
- Angie... o que aconteceu? - ela conseguiu dizer.
- Nada. Estou bem, mas estou cansada. Vou descansar. Agradeço a preocupação de todos mas, vou me retirar. Com licença.
Passei por eles e fui até meu quarto correndo. Cheguei lá, e joguei minha blusa no lixo, deixando minha saia para lavar (ainda deu para salvar alguma coisa).
Entrei no banho e a água quente fazia meus cortes arderem, mas eu não ligava. Lavei minhas asas, retirando todo o sangue que as manchava.
Saí do banho e bati minhas asas, secando-as, e recolhendo-as logo em seguida. Me sequei com cuidado e procurei nas gavetas um anti-inflamatório. Apliquei em meus cortes e vesti meu pijama. Terminei minhas higienes e fui para o quarto.
Deitei-me sobre a cama, que nunca me pareceu mais macia, e caí num sono profundo.
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Hey galerinha! Agora sim, joguei a bomba e saí correndo hahaha
Estava pensando em fazer umas paradas aí, mas ia ser muita maldade para os primeiros capítulos... quem sabe nos próximos? MUAHAHAHAHA *risada maléfica*
Fiquem atentos porque essa semana tem uma surpresa pra vocês ♥
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#ComentemXOXO, Isa ♥
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Finalmente Livre
FantasyVocê raramente acreditaria se te contassem que o mundo não é exatamente o que você imagina. Que as coisas ao seu redor vão muito além do que você vê e percebe. Fato, soa como baboseira hippie de algum culto. Era o que eu pensaria se as coisas não ti...