Clarke.
Nos levaram para a entrada do estacionamento. Estava terrivelmente frio lá fora.
Íamos um por vez unidos pela corda que irritava minha pele.
– Então, pessoal, levaremos vocês para aquela rua, sim, aquela muito movimentada em frente à entrada da Instituição. Vocês deverão conseguir R$ 200,00 ao todo, peçam aos motoristas que param no semáforo. Terão que pensar não somente em vocês, mas também no coleguinha da turma. Quanto mais se esforçarem, mais rápido acabaremos com isso tudo. É bom que não tentem nenhuma gracinha. Soltaremos vocês e claro que iremos todos juntos nos divertir. Ah, e boa sorte. – dizia um garoto cheio de si, acho que Murphy era o nome dele.
Ah, que ótimo.
Soltei um suspiro só de lembrar o quanto seria cansativo. Olhei para Raven que parecia estar arrependida de ter vindo para o "trote".
Bem feito.
– Vamos lá – disse baixinho, fingindo um entusiasmo.
[...]
Estávamos sob a chuva há duas horas e até agora só havíamos conseguido R$ 120,00.
– Não, senhor, não é pra drogas. É para um trote idiota de "boas vindas", precisamos arrecadar R$ 200,00 caso contrário não sairemos daqui. Por favor, senhor – implorava a um cara que aparentava ter uns 39 anos.
– Toma aqui – disse pegando a carteira e tirando uma nota de R$ 20,00 – só por causa dos seus olhos.
Sorri em agradecimento. Estava feliz porque até agora havia feito um ótimo trabalho. Só ouvia o pessoal reclamar que não ganhavam quase nada e na maioria das vezes eram moedas. Quem se dava bem eram as meninas, que iam com um papo todo meigo para os motoristas. É claro que eles não dariam dinheiro a uns marmanjos de 20 anos.
– Não é para a obra do Senhor, mas aposto como Ele está vendo o quanto estou sofrendo aqui embaixo dessa chuva, morrendo de frio. Por favor, moça. Por favor – implorava.
– Está bem, me convenceu - disse uma mulher que aparentava ter 27 anos, tinha cabelos castanhos e olhos cor de mel.
Nunca fiquei tão feliz ao ver uma nota de R$ 10,00. Mal via a hora de acabar com tudo isso. Estava com muito frio. Certamente eu ficaria de cama. Odeio pegar resfriados, nariz entupido, ouvidos doendo. Era horrível.
Olhei e vi Raven em outro carro, pedindo dinheiro. Quando virou vi que fez um sinal de positivo com o dedo. Parecia uma criança que acabou de ganhar presente.
Fui para a calçada esperar o semáforo fechar novamente. Abracei meu corpo, na tentativa de aquecê-lo pelo menos um pouco.
– Oi? – ele se aproximava ainda com o rosto sujo de tinta azul.
– Oi – respondi, dando de ombros.
– Com muito frio? – Sorriu como se já não estivesse tão óbvio.
– Veio rir? Tchau – virei-me para sair de perto dele quando senti seus dedos encostarem em minha pele molhada, puxando meu braço suavemente.
– Ei, calma – o garoto do rosto sujo de tinta azul e olhos castanhos sorria – Parei.
Virei o rosto, tentando não encará-lo.
– Em breve isso acaba.
– Espero que sim.
– Depois você irá lembrar desse dia e rir.
– Não sei.
– Não perca seu tempo chateada comigo. Sei que está com raiva e tudo mais, mas isso faz parte da vida do universitário. Mas mesmo assim, me perdoe – ele sorriu de um jeito que não consegui mais ignorá-lo. Seus olhos me atraíam mesmo eu me esforçando para não ceder.
– Tudo bem – dei um sorriso fraco.
– Bellamy, Bellamy – uma voz de mulher, era a mesma moça que havia nos falado do "trote".
Então o nome dele era Bellamy...
– Oi, Octavia. Algum problema?
E o da mocinha Octavia...
– Não, não. Eles conseguiram arrecadar o valor.
– Leve para Murphy – Bellamy possuía controle sobre tudo o que falava, uma voz autoritária – ele deve estar na área coberta com a outra turma.
– Você não vem? – Octavia perguntara, protegendo o rosto da chuva.
– Não, eu ficarei com essa turma – olhou para mim, a tinta de seu rosto saía aos poucos.
– Tudo bem – Octavia se retirou.
Bellamy se dirigiu até onde eu estava.
– Vou sofrer muito com a próxima prova? – choramingava.
– Só um pouco, mas acalme-se. Já estamos no final – sorriu, os olhos um pouco fechados por conta da chuva que agora estava mais forte.
Apesar de tudo, Bellamy queria que acabasse logo assim como eu. A chuva forte fazia com que sua blusa colasse em seu corpo, o que era impossível não notar.
Clarke Griffin, controle-se.
Ele segurou em meu braço levando-me junto ao pessoal. Se ele soubesse como eu me sentia a cada toque seu certamente tentaria evitá-los. Seu toque era algo extremamente confuso. Uma confusão boa que me deixava fraca só de imaginar.
~.~
Oi, amoures. Só lembrando que essa é a versão que criei para o capítulo 6 que sumiu. Não ficou igual, acrescentei coisas e tirei outras, me perdoem por isso. Mas é que eu realmente não lembrava mais do capítulo. Espero que gostem. (KKKK 01/10/2019 estou aqui editando nessa data e lembrando do quão revoltada fiquei com esse bendito capítulo 6 que sumiu, na época mal sabia utilizar as ferramentas do wattpad, e acho que ainda não sei, mas hoje tento manter cópias dos capítulos. TENTO)
Beijuu, se cuidem ♡
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Stay Forever [EM REVISÃO]
FanfictionAo passar para o College London, Clarke finamente se vê fazendo algo que sempre quisera. Fotografia era, talvez, a única forma de acalmá-la, simples fotografias durante o dia a faziam apreciar cada momento como único. Um sorriso em uma de suas fotog...