Capítulo 42

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   Oii, galerinha.  Perdoem-me qualquer erro.

   Boa leitura.
   Beijuu se cuidem

  

   Octavia.

   Bellamy estava sendo levado em uma maca. Sua respiração estava bem lenta, em todo tempo fiquei ao seu lado. Seu rosto estava machucado e ouvi seus gemidos de dor quando o colocaram na maca.

   - O...- chamou-me.

   - Oi, maninho.

   - Clarke... - fez uma pausa, tentando respirar - ela está bem, não está?

   Lembrei-me de vê-la em outra maca. Seu corpo estava ensanguentado. Raven chorava como criança enquanto a Sra. Griffin tentava ser forte. Não podia deixá-lo preocupado, mas era como se meu irmão soubesse tudo que eu estava ocultando apenas com o olhar.

   - Octavia, onde a Clarke está? - Bellamy mexeu-se na maca, o que o fez fazer uma careta de dor.

   Contra a minha vontade, meus olhos enxeram-se de lágrimas e sabia que nesse exato momento havia errado em ter feito isso.

   - Diz que ela tá bem...por favor - suas lágrimas misturavam-se ao sangue dos machucados de seu rosto.

   Vê-lo dessa forma, lembrar de Clarke, do tanto de sangue que tinha em sua roupa partiu meu coração.

   - Eu preciso vê-la - Bellamy estava inquieto, tentava, a qualquer custo levantar-se da maca.

   Estávamos em uma ambulância a caminho do hospital. A enfermeira me informara que ele deveria manter a calma.

   - Bells, por favor. Aquiete-se - implorei, enxugando as lágrimas que cismavam em escorrer sobre meu rosto.

   - Me leve até a Clarke, Octavia. Por favor - Bellamy agora soluçava, as lágrimas inundando seus olhos.

   Abracei-o. Ele chorava alto com a cabeça enterrada em meu ombro.

   A enfermeira então colocara uma substância a um dos tubos de Bellamy que lentamente acalmou-se e dormiu.

   [...]

    O dia estava amanhecendo. Lincoln fora em casa pegar umas roupas e logo estaria de volta.

   Não havia dormido nada. Passei a madrugada em claro. Bellamy estava com uma de suas pernas engessada e um dos braços também. Seu rosto estava com curativos e já havia passado por uma cirurgia.

   Havia acordado de madrugada e perguntara por Clarke. Queria vê-la, queria ir até onde ela estava e até arrancou os tubos que estavam em seu corpo. Fui obrigada a chamar a enfermeira e então o cederam novamente.

   Clarke estava internada em estado crítico. Havia passado por uma cirurgia para tirar a bala alojada em seu abdômen.

  Falei com a Sr. Griffin que possuía a aparência abatida. Disse que os médicos disseram que talvez Clarke não resistisse.

   Fui até ao corredor e Raven estava aérea, aproximei-me e a abracei.

   - Ela vai ficar bem - reconfortei-a.

   - Vai sim - Raven então começara a chorar.

   Deslizei minhas mãos pelas suas costas.

   - E Bellamy está bem? - perguntou-me, limpando o rosto.

   - Está sobre medicamentos. Passou por uma cirurgia, fraturou algumas costelas, a perna tá fraturada e um de seus braços também.

   - E ainda não lhe falaram sobre Clarke?

   - Ele sabe que ela levou um tiro. Ele está cedado, sempre quando acorda tenho que chamar os enfermeiros, está atordoado. Quer vê-la... nunca o vi chorar tanto.

   Sentei ao seu lado e deixei que se apoiasse em meu ombro, em alguns minutos Raven adormeceu. Tirei meu casaco lentamente e a embrulhei, enquanto apoiava sua cabeça em meu colo.

   [...]

  30 dias depois.

   Bellamy.

   Estava difícil, nem sei de onde tirava forças. Clarke estava desacordada há 30 dias.

   30 dias.

   Ia vê-la todos os dias. Todos os dias sentáva-me em uma poltrona verde que havia no seu quarto. A admirava, sentia saudade de ouví-la, saudade da risada doce e do seu andar gracioso. Do beijo, do cheiro que me enloquecia.

   Estava enjoado do cheiro do hospital e aposto como ela também estava. Queria poder tirá-la daquele lugar.

   Acariciava seu cabelo, sua mão que sempre estava gelada.

   Contava a ela como havia sido o meu dia, os remédios ruins que havia que tomar por conta da minha recuperação.

   - Ah, ainda tenho que usar essas muletas ridículas - disse enquanto afagava seus cabelos loiros - Sabe, eu lembrei de quando você caiu da escada e torceu o tornozelo, foi bem no início do nosso namoro. Agora sei o quão ruim isso era.

   Olhei pela janela de seu quarto, os cartões e as flores que haviam deixado, as fotos na parede de seu quarto. Também havia colocado fotos nossas, uma em que ela estava fazendo careta, outra em que eu a havia beijado inesperadamente, a foto em que eu estava beijando seu pescoço.

   Sentei-me na cadeira e depois levantei-me, deixei as muletas apoiadas na parede enquanto sentáva-me na beira de sua cama. Segurei em sua mão direita e a acariciei.

   - Amor... - comecei - Não sei o que fazer, sinto sua falta. Não sei o que fazer com esses dias compridos, não sei como frear as lágrimas diante de uma música . Meus dias estão assim desde então. Sinto saudade física, saudade da voz - sorri ao lembrar do cheiro - do cheiro, das risadas e dos piscar de olhos, saudade da amizade.

   Meus olhos já estavam cheios de lágrimas. Clarke não apresentava melhoras. Já haviam se passado 15 dias desde que ela dera algum sinal. Eu segurava sua mão enquanto Raven e Octavia me atualizavam sobre a faculdade quando eu senti sua mão apertar a minha suavemente. Lembro de como havia ficado feliz e Octavia e Raven não sabiam o motivo e então quando conseguir lhes dizer elas se alegraram comigo.

   Depois desse dia tudo pareceu normal novamente.

   Olhei o relógio na parede e suspirei, lembrando-me que em 3 minutos minha visita acabaria.

   Inclinei-me para beijar-lhe a face e então senti o toque meigo de Clarke, as pontas de seus dedos tocaram meu braço, parei, pensando que talvez fosse o vento que vinha da janela, mas logo em seguida olhei seus olhos e me perdi. Ela me olhava radiante, nem parecia que estava há 30 dias em uma cama sem pegar sol.

   Ela respirou fundo e sorriu.

   - Senti sua falta - disse, acariciando meu rosto.

   A abracei, e nesse momento eu tive a certeza de que a minha vida seria a mais miserável se Clarke não voltasse e eu viveria o resto da minha vida miserável procurando em outro alguém o que só Clarke seria capaz de me oferecer.

  



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