Capítulo 40 - Alice

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Eu estava arrasada com toda essa situação. Não esperava que ele soltasse fogos quando soubesse, mas ele nem pensou que eu também estava nervosa. E morrendo de medo.
Fugi dele o dia inteiro e consegui. Ele estava cheio de papéis pra analisar e nem viu a hora que eu sai.
Não queria ir pra casa, preciso ir pra algum lugar que me deixasse em paz. Fui para o parque e fiquei sentada observando as crianças correrem.
-Daqui a um tempo vai ser você. - alisei minha barriga e abri um sorriso. Eu faria qualquer coisa por esse bebê, é o fruto do meu amor com o Bruno. Pena que ele não ficou feliz quando soube da existência dele. As lágrimas caíram e eu as limpei rápido. Não iria ficar chorando mais por bobagem.
Vi uma moça sentar ao meu lado e eu olhei assustada.
-Oi. - falou.
-Oi.
-Você está bem?
-Não, mss vou ficar. - respondi e olhei pra ela.
-Meu nome é Gabriela, e o seu?
-Alice.
-Nome bonito.
-Obrigada. - ficamos em silêncio.
-Você está sozinha?
-Não, estou com o meu bebê. - passei a mão pela minha barriga e dei um sorriso.
-Você está grávida?
-Sim, cinco semanas ainda.
-Eu tenho um filho, está correndo por aí. É uma benção.
-É sim.
-Imagino que seu marido ficou muito feliz.
-Não, ele não ficou nada feliz.
-É só o susto do momento. Lembro que quando eu tive a primeira gravidez, meu marido enlouqueceu, nós éramos namorados ainda e jovens.
-Você tem dois filhos?
-Não, só tenho um. Eu perdi a primeira.
-Sinto muito.
-Eu também, achei que nunca mais fosse ter outro e depois de alguns anos veio o Rodriguinho.
-Quantos anos ele tem?
-4 anos, ele é terrível. Crianças dão muito trabalho. - falou e riu. Eu também ri.
-Imagino que sim.
-Mas vale a pena, eles te ensinam muitas coisas. Você vai aprender e crescer muito com esse bebê.
-Eu sei. - falei e botei a mão sobre a minha barriga.
-Eu espero que vocês sejam muito felizes, agora vai pra casa e conversa com o seu marido. Ele pode estar com medo.
-Eu vou fazer isso sim. - falei e levantei indo embora.
Estava indo em direção ao meu carro, quando senti alguém me observar. Dei uma observada a minha volta pra ver se via alguma coisa e nada de diferente. Existiam muitas pessoas por alí.
Entrei no carro e fui em direção ao nosso apartamento. Se Bruno não quisesse o nosso filho, eu iria embora e dessa vez não voltaria por nada. Começou uma chuva forte e eu queria chegar em casa logo. Detesto dirigir na chuva.
Em algum momento, meu carro parou. Merda! Ele tinha ido para o mecânico semana passada. Encostei ele pra não correr o risco de acabarem batendo. Tudo estava em mais perfeita ordem no carro. Resolvi ligar para o Bruno, apesar de estar com raiva dele, agora eu precisava de ajuda. Peguei meu celular e disquei seu número.
-Alice, aonde você está?
-Bruno, meu... - parei de falar quando vi uma luz forte vir na minha direção. Era um carro e estava correndo bastante. Depois disso tudo ficou preto.

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