Capítulo 17 - Bruno

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Acordei no meio da noite, olhei no relógio e marcava 2:35 da manhã. Passei a mão no lado da minha cama e estava vazia. Ué, cadê a Alice? Levantei e botei minha cueca. Procurei ela pela casa inteira. Ela não fez isso comigo! Fui no meu quarto, pegar meu celular e achei um bilhete debaixo do meu celular.

"Segunda eu passo na empresa pra acertar todas as minhas contas.
Alice."

Eu estou me sentindo usado! E eu que sempre usei as mulheres, hoje fui usado. Mas eu não me importo, eu quero a Alice e eu vou ter. Ela não vai embora mesmo.
Botei uma roupa e sai de casa, eu ia atrás dela. Dirigi enlouquecidamente até a casa dela. Bati que nem um louco na porta e a mesma gostosa daquele dia da balada atendeu a porta com a cara amassada. Devia estar dormindo.
-Quem é você e o que faz aqui tão tarde?
-Cadê a Alice?
-Ela está dormindo, eu acho. - respondeu e fechou os olhos. Essa garota está dormindo em pé.
-Com licença. - entrei e fui na direção de um corredor.
-Você não pode entrar assim. - falou e eu achei o quarto dela. Ela estava dormindo tranquilamente.
-Boa noite, Srta. - fechei a porta e sentei em uma poltrona. Ela iria acordar uma hora. Fiquei sentado alí até às 6 da manhã, ela acordou com uma carinha triste, ainda não tinha me visto.
-Eu não devia ter feito aquilo! Agora eu sou parecida com ele!
-É, eu fiquei bem chateado com o que você fez!- falei e ela sentou rápido na cama. Seus olhos estavam assustados.
-O que você está fazendo aqui?- perguntou.
-Eu não quis cometer o mesmo erro e queria estar com você quando acordasse. Já que resolveu fugir, resolvi vir aqui. Seu quarto é bem legal! - falei olhando em volta e ela fez o mesmo.
-Você é sempre perseguidor assim?
-Não, mas alguma coisa me prende a você!- respondi e ela abaixou o olhar. - Está arrependida pelo o que fez, Alice?
-Não, eu sei que vou ficar arrependida do que eu vou fazer agora.
-O quê? Nada do que você me disser ou fizer vai me fazer desistir. - falei e ela me olhou friamente. Senti um arrepio no meu corpo.
-Eu te odeio Bruno e eu não quero nada com você!
-Eu não acredito, eu vi como você se entregou pra mim ontem. A gente não se entrega a alguém que odeia.
-Foi vingança!- deu um sorriso frio e eu senti uma pontada forte no peito.
-Você não...
-Fiz sim e você não sabe como foi bom chegar em casa e lembrar de como você estava diferente, como você se humilhou pra sair comigo. - ela soltou uma gargalhada, eu estava incrédulo. - Eu consegui o que eu queria, agora se você tiver um pouco de dignidade, vá embora. É o melhor que você faz. - eu não conseguia responder. Eu levantei e sai. Apoiei na porta do quarto e ouvi o choro dela. Porque ela fez isso? Depois de todos esses anos, eu resolvi me entregar a uma mulher novamente e ela faz isso comigo? Porra! Eu era um fodido e nunca teria um final feliz! Eu preciso sair daqui e transar com quantas mulheres eu conseguir.
Saí rápido daquela casa e liguei pra Diana primeiro, fui direto pra sua casa e transei com ela de todas as maneiras possíveis pra tentar esquecer Alice e nada. Ela continuava na minha cabeça.
Depois de sair da sua casa, eu liguei pra Amanda. Eu precisava me saciar de alguma forma. Marquei com ela na empresa e não adiantou nada. Essas mulheres eram figurinhas repetidas e eu precisava de novidade. Talvez assim eu consiga esquecer Alice. Fui para uma "casa de luxo" e arrumei umas duas. No final do dia eu estava cansado e com Alice na cabeça. Paguei e resolvi ir pra casa. Estava deitado na cama quando meu celular tocou. Era Alex. Será que aconteceu alguma coisa?
-Fala, Monteiro.
-E aí, como você está?
-Bem e você?
-To ótimo. Que tal nós sairmos hoje?
-Monteiro, não estou afim de ficar sobrando hoje não.
-Não cara, só nós dois. Noite de homens. Clara vai sair com a Cléo.
-Você não tem que ficar com as crianças?
-Não, eles estão com o avô hoje.
-Entendi, tudo bem. Aonde?
-Vamos naquele bar do centro que nós costumávamos ir.
-Ok. Que horas?
-Daqui a meia hora, pode ser?
-Tudo bem. Até lá. - desliguei e fui me arrumar.

[...]

Cheguei no bar e avistei Alex no celular.
-Uma cerveja pra aquela mesa, por favor. - pedi a uma garçonete e fui pra mesa.
-Oi. - sentei e ele sorriu.
-Oi, que cara horrível!- Alex falou e eu revirei os olhos.
-Dia difícil.
-Por que?
-Não quero falar disso.
-Tudo bem. - a garçonete chegou com a minha cerveja e eu e Alex embarcamos em uma conversa agradável. Tinha muito tempo que não fazíamos isso. Depois que Alex casou, eu fiquei meio sozinho.
Olhei pra entrada do bar e vi Alice entrar com outras mulheres. Ela estava distraída, mas parecia estar triste.
-Acho melhor eu ir embora! - falei pra Alex.
-É, eu também vou. - levantamos e pagamos a conta. Sai e reparei que ela me olhava.
-Tchau, a noite foi ótima!- Alex se despediu e foi em direção ao seu carro. Fiquei parado uns minutos observando um casal e depois me virei pra ir embora.
Quando cheguei no meu carro vi que ela estava encostada nele.
-O que quer falar agora, Alice? Que eu sou um erro na sua vida?
-Que eu errei com você e que quero me desculpar.
-Tudo bem. - botei a mão no bolso da calça.
-Não está nada bem, Bruno. Eu estou me sentindo horrível.
-Estou vendo. - falei ironicamente.
-Eu tenho medo.
-Medo de quê?- perguntei.
-De gostar mais de você e no final sair machucada.
-Você gosta de mim?
-Um pouco, mas eu sei como é safado.
-Eu falei que ia tentar e eu gosto de ficar com você. - falei e olhei pra ela.
-Tudo bem.
-Tudo bem o quê?
-Vamos tentar, se você quiser. - falou e eu dei um sorriso. Puxei ela e dei um abraço forte, apesar de ainda estar magoado eu a queria muito.
-Foi a melhor coisa que eu ouvi em anos. - falei e dei um beijo nela.
-Promete que não vai fazer nada que possa me magoar?
-Prometo, prometo. - girei com ela ainda nos meus braços. Eu estava parecendo um bobão apaixonado, mas eu não estava nem ligando. Eu estava muito feliz! - Vamos pra minha casa? - pedi e ela concordou com a cabeça.
-Só preciso falar com o pessoal antes.
-Ok. Eu te espero aqui. - ela foi no bar e voltou minutos depois. Fomos pra a minha casa e nos perdemos um no outro.

[...]

-Quando eu acordar, você ainda vai estar aqui?- perguntou enquanto fazia círculos no meu peito.
-Sim, vou estar do seu lado.
-Promete?
-Prometo, eu não vou dar mais um mole desse não. - falei e ela sorriu. - Agora, dorme! - beijei sua testa e ela fechou os olhos. Puxei ela pra ficar bem colada comigo e dormi também.

Aprendendo A RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora