Capítulo 12 - Alice

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Estava na empresa perdida em pensamentos quando um rapaz chegou com um buquê de rosas brancas na mão.
-Alice Castro?- perguntou.
-Sou eu.
-Mandaram entregar pra você. - me entregou o buquê e um papel pra assinar.
-Obrigada. - sorri e ele seguiu. Procurei o cartão e abri.

"Alice, me desculpe? Nunca foi minha intenção te magoar.
Bruno Mendes"

Ele estava querendo o que com isso? Suspirei e guardei o cartão na minha bolsa. Deixei o buquê por alí e fui resolver umas coisas no arquivo e fui falar com Talita.

[...]

Quando voltei pra minha mesa percebi que Bruno já tinha chegado. Precisava da assinatura dele em uns papéis. Bati na porta e entrei. Ele me olhou e sorriu.
-Com licença, trouxe uns papéis para o Sr. assinar. - falei enquanto botava os papéis na mesa.
-Gostou das flores?
-Uhum, obrigada.
-E aí? Você me desculpa?
-Sr. Bruno, não é um buquê de flores que vai apagar o que você fez aquela noite. - falei e ele parece ter levado um tapa na cara.
-Eu sei que errei, mas poxa estou tentando arrumar as coisas. Eu adorei aquela noite, mas...
-Mas o que?
-EU TIVE MEDO, JÁ TE FALEI ISSO. - gritou e eu dei um passo pra trás.
-EU TAMBÉM TIVE... EU TRANSEI COM UM CARA QUE ME ODEIA E QUE NÃO SENTIA NADA POR MIM, NEM ATRAÇÃO.
-Eu sentia, eu ainda sinto... Você me atraí e muito. Não tem nem noção de quanto. - ignorei o que falou e continuei.
-Eu acordei sozinha naquele quarto de hotel, você me deixou um bilhete me mandando ir pra casa e acha que eu vou te desculpar apenas me mandando um buquê de flores? Sinceramente, isso não chega nem perto do que eu queria.
-E o quê você queria então? Flores, corações, bombons, uma jóia ou uma declaração de amor? Nada disso faz meu estilo.
-Eu só queria ter acordado com você do meu lado, afinal, você disse que estaria sempre alí por mim. Suas palavras foram promessas falsas Bruno. Era mais fácil ter transado comigo, e ter falado que não passaria daquilo na mesma hora. Eu entenderia.
-Mas o que eu falei foi verdade.
-Não foi e para de mentir pra mim. - ele levantou e ficou parado na minha frente.
-Aquela noite foi uma das melhores que eu tive depois de tanto tempo. E eu me arrependi de ter te deixado sozinha. Porra, Alice! Eu queria ter feito diferente, se eu pudesse voltar naquele sábado eu teria mudado muita coisa. - uma lágrima escapou dos meus olhos. Ele limpou e me deu um beijo na testa.
-Não fala essas coisas quando não as sente. - falei e me virei pra sair da sala. Quando dei alguns passos, fui puxada e recebi um beijo de esquecer até o meu nome. Quando me dei conta, já estava sentada no colo dele no sofá, esse que beijava meu pescoço. Eu estava me entregando de novo? Como eu era idiota! O meu lado racional mandava eu sair correndo dalí, mas o meu lado masoquista mandava eu continuar. E foi o que eu fiz, continuei. Mas o meu lado racional voltou a funcionar e por algum motivo eu lembrei da Amanda e da ruiva peituda. Aquilo me fez parar o beijo na hora.
-Que foi?- ele perguntou confuso.
-Isso foi um erro, Bruno. Não deveria ter acontecido. E se quiser que eu continue trabalhando aqui, não faça mais isso. - falei e saí da sua sala rápido. Peguei minha bolsa e corri para a garagem. Quando eu entrei no meu carro, senti meu corpo relaxar. Nossa! Nem sabia que estava tão tensa.
-Você é um idiota, mas por incrível que pareça consegue me deixar caidinha por você!- falei sozinha e dei um sorriso fraco.
Liguei o carro e segui pra casa. Era o melhor.
Estacionei e subi para o meu apartamento. Estava cansada e precisava de um banho.
-Oi, tudo bem?
-Oi Luh, estou bem e você?
-Estou bem. Vamos sair hoje?
-Luisa, hoje ainda é quarta. Eu tenho que trabalhar amanhã.
-Você que sabe, amiga. Eu preciso relaxar. O escritório tem acabado comigo.
-É, imagino. Vai sim. Eu vou tomar um banho, comer alguma coisa e dormir. Amanhã é outro dia. - falei e segui para o quarto. Tirei minha roupa e fui para o banheiro. Tomei um banho relaxante e quando saí fui passar meus cremes. Estava me olhando no espelho quando lembrei do beijo, no mesmo instante a minha mão foi parar nos lábios. Sorri e balancei a cabeça. Nem na época que eu namorei, fiquei assim tão idiota. Botei uma roupa confortável e fiquei deitada na sala vendo um filme de romance qualquer.

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