Capítulo 52 - Alice

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Depois que Bruno desligou na minha cara, resolvi abrir o bilhete. Ver o que tinha de tão importante.


"Oi amor, sentiu minha falta na cama hoje? É, foi difícil te deixar aí sozinha, mas sei que vai entender o motivo. E também nós teremos a vida inteira pra dormir e acordar um do lado do outro. Isso se você aceitar minha proposta maluca. Você deve estar se perguntando: Que proposta maluca?
Estava pensando se quer casar comigo? Eu sei que já respondeu essa pergunta, mas quero saber se quer casar comigo hoje? Na verdade, agora. Se você disser sim, tudo está pronto e a sua espera.
Eu, infelizmente, não estarei aí pra ver sua expressão e nem vou poder saber sua resposta.
Então, estou no altar te esperando. Se for convincente pra você, vai lá me encontrar.
Te amo hoje, amanhã e eternamente.
Seu B. M."

O que falar? Estou sem reação e aos prantos. Ele era maluco, mas era o meu maluco preferido.
Levantei e fiquei sem saber o que fazer ou pra onde ir. Tudo estava confuso.
Ouvi a campainha tocar e corri pra atender.
-Clara? - eu estava surpresa com ela alí.
-Em carne e osso. - falou rindo e entrou com uma caixa enorme na mão.
-E aí, qual é a resposta?
-Você ainda pergunta? - ela me deu um sorriso.
-Pessoal, a noiva aceitou. Vamos ao trabalho. - ela disse abrindo passagem para quatro pessoas desconhecidas e Cléo e Talita.
-Vocês sabiam de tudo isso?
-Sim. - elas responderam em uníssono.
-Grandes amigas.
-Anda, você tem um noivo lindo e maluco te esperando. - Talita falou e eu sentei em uma cadeira que eles indicaram.
Fiquei perdida em pensamentos enquanto as pessoas me arrumavam.
-Ela está pronta? - Clara perguntou entrando com a caixa na mão novamente.
-Só faltam os últimos ajustes, Sra. Monteiro.
-Vamos colocar o vestido e depois vocês terminam. - ela falou e tirou o vestido da caixa. Eu fiquei de boca aberta. Era o vestido que eu experimentei aquele dia. - É o meu presente pra você.
-Clara, você não existe. - soltei uma lágrima e limpei rapidamente.
-Coloque logo. - peguei e fui me arrumar. Depois de tudo estar arrumado, eu me sentei na cadeira novamente e eles terminaram o que faltava.
-Podemos ir? - Clara perguntou e eu concordei com a cabeça.

[...]

Eu estava em frente a igreja dentro do carro. Nervosa e sozinha. Todas as meninas já tinham entrado. E eu estava aqui esperando não sei o que.
-Srta., o Sr. Bruno deixou isso pra você. - o motorista me entregou um bilhete.

"Ufa, você aceitou a minha loucura. Imagino que deve estar nervosa. Eu também estou, pode aceditar. Até agora eu não sei se você vem ou não, mas como eu sei que me ama posso esperar até a amanhã porque sei que aparecerá aqui. Obrigado por cada minuto que passou ao meu lado e obrigado por todo esse nervosismo que estou passando agora. Sei que valerá a pena. Te amo. Até já."

-Acho que chegou a hora. - falei saindo do carro. Respirei fundo e segui para a porta da igreja.
-Vai entrar sem o seu pai? - olhei para trás e dei um sorriso enorme. Meu pai estava lindo dentro de um smoking preto.
-Pensei que não estaria aqui.
-E perder o momento mais importante da vida da minha filha?
-Minha mãe veio também?
-Claro, princesa Alice. - pegou meu braço. - Está pronta pra entrar?
-Acho que sim.
-Esse rapaz é meio doido. - falou balançando a cabeça enquanto a porta da igreja abria. Nessa hora meu coração acelerou e eu fiquei mais nervosa do que já estava. Tentei dar passos firmes até o meu Bruno que estava visivelmente nervoso.
-Vai dar tudo certo. - meu pai disse e beijou minha testa antes de me entregar ao Bruno.

-Cuida bem da minha filha rapaz.
-Darei a minha vida, se for preciso. - Bruno falou confiante e eu sorri. Ele me levou até o altar e antes do padre começar beijou minha testa.
-Achei que não viria.
-Foi convincente o jeito que me pediu. - dei o meu melhor sorriso e ele respirou fundo.
-Estamos aqui hoje para celebrar o casamento de Bruno e Alice... - eu sinceramente não prestei atenção em nada do que o padre falou, minha atenção estava voltada a Bruno que estava atento a cerimônia. Eu estava pensando na loucura que Bruno fez, mas um gesto tão carinhoso. Tão romântico.
-Bruno, você aceita Alice como sua esposa para cuidá-la, respeitá-la desse dia em diante, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? - nessa hora eu despertei dos meus pensamentos.
-Aceito.
-Alice, você aceita Bruno como seu esposo para cuidá-lo, respeitá-lo desse dia em diante, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
-Aceito.
-As alianças. - o padre falou e uma música começou a tocar e Bia entrou no seu vestido com um sorriso enorme.
-Aqui Dindo. - entregou uma caixinha pra ele.
-Obrigado, amor do dindo. - ele beijou sua bochecha rápido e ela correu para o colo do pai.
-Alice, essa aliança simboliza o desejo de tê-la como minha esposa desse dia em diante. - falou colocando o anel.
-Bruno, essa aliança simboliza o desejo de tê-lo como meu marido desse dia em diante.
-Bom, se alguém tem alguma razão para...
-Padre, ninguém tem nada pra falar. - Bruno o cortou e o padre olhou pra ele de cara feia.
-Sendo assim, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. - Bruno me deu um beijo delicado.

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