Capítulo 46 - Bruno

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Bruno me olhava enquanto acariciava a minha cabeça. Sentia falta de poder olhar ele. Ele estava aparentemente mais magro e com a barba um pouco grande, o que o deixava ainda mais sexy. Mas algo que me preocupou foi ver as olheiras dele. Eu fiz a gente passar por todo esse sofrimento e aquilo me deixava mal. Apoiei a cabeça no seu peito e resolvi dormir. Ele não falou nada apenas me deu um beijo e eu fechei os olhos caindo em um sono profundo.

[...]

-Alice? - virei de bruços e recebi um tapa na bunda. - Acorda! Já são 10 horas.
-10 horas? - levantei em um pulo.
-Sim, acho que dormimos demais. - falou com um sorrisinho de lado.
-Preciso me arrumar pra ir pra confeitaria.
-E eu pra empresa. - levantou e se espreguiçou. - Posso tomar um banho aqui?
-Fique a vontade. - dei de ombros e apontei para o banheiro. Ele veio na minha direção.
-Quer me acompanhar?
-Tudo bem. - tomamos um banho bem demorado. E depois de estarmos arrumados, cada um seguiu seu caminho.

[...]

Estava no escritório arrumando umas papeladas quando alguém bateu na minha porta.
-Entra.
-Rainha, olha o que chegou pra você! - Rony entrou com um buquê de girassóis enorme.
-Pra mim?
-Sim, pra você. - ele tinha essa mania de me chamar de rainha, nunca entendi o porque e não ligo também. - Tem um cartão e eu não li. Mas que noite que você deve ter tido, em?
-Você leu o meu cartão? Que abusado. - peguei o cartão e abri.

"Incrível, mas eu já estou sentindo sua falta. Será que hoje você quer passar a noite comigo novamente? No meu apartamento dessa vez!
Acho que precisamos conversar, coisa que deveríamos ter feito ontem e não conseguimos.
Um bom dia pra você e te espero hoje à noite.
Te amo!
Seu, Bruno Mendes."

Morri e fui para o céu com esse simples cartão.
-Rainha, eu quero saber tudo.
-Deixa de ser curioso, Rony.
-Curioso? Você veio aqui ontem com aquele homem e acha que eu não vou querer saber de tudo. Ande! Me conte! - sentou e ficou me olhando. Resolvi contar algumas partes pra ele.

[...]

Desci do meu carro e subi direto, o porteiro já me conhecia e a minha entrada já estava liberada. Apertei a campainha e logo ouvi um latido. Meu Thor! Que saudade dele.
-Calma, garotão! - ouvi a voz do Bruno e meu corpo arrepiou inteiro. Esse homem me enlouquecia. Ele abriu a porta e ficou me encarando por uns minutos.
-Você está linda! - corei levemente. Eu tinha colocado um vestido azul e um salto preto. Coisa simples.
-Obrigada, você também está encantador. - olhei pra ele que estava apenas de calça jeans.
-Obrigado, entre. - fiz o que falou e logo fui recebida por Thor. Abaixei e fiz um carinho nele. - Ele sentiu sua falta!
-E eu a dele.
-Poderia ter vindo visitar o Thor, eu iria adorar.
-Imagino que sim. - levantei e Bruno me puxou para os seus braços.
-Está com fome?
-Não.
-Aceita um taça de vinho?
-Sim.
-Fique à vontade, a casa é sua. - foi pra cozinha e eu sentei no sofá com Thor ao meu lado. - Aqui. - me entregou uma taça com o vinho e eu agradeci.
Ficamos nos encarando por um tempo em silêncio. Resolvi então acabar com isso.
-O que quer conversar?
-Quero que volte pra mim. - engoli em seco, ele sempre foi direto. Fiquei em silêncio sem saber o que responder. - Você não vai falar nada? - dei um sorriso de lado e pulei em cima dele. Beijei sua boca intensamente e ele retribuiu. - Isso é um sim, Alice? - perguntou quando nos separamos.
-Preciso responder?
-Não. - me deu um sorriso e colocou um fio de cabelo atrás da minha orelha.
-Mas eu não vou voltar a morar aqui, cada um com a sua casa.
-Tudo bem.
-Vamos devagar dessa vez.
-Não, isso não. - falou autoritário como sempre. - Vamos continuar de onde paramos, por favor?
-Tudo bem. - cedi logo. Eu só queria ficar perto dele.
-Sério?
-Sim.
-Ufa, achei que iria começar uma guerra agora.
-Nunca fui de brigar por qualquer coisa, nunca brigamos tanto.
-Verdade, tivemos poucas brigas e isso é maravilhoso. - deu um beijo no meu pescoço. - Quer fazer alguma coisa diferente hoje?
-Não, só quero ficar com você.
-Sair para jantar, que tal?
-Pode ser. - dei de ombros e ele levantou rápido. Terminou de se arrumar e nós saímos.
Fomos para o restaurante do Vicente, adoro comer aqui.
-Bruno, quanto tempo. - Vicente falou assim que entramos. - Estávamos preocupados com você.
-Estou ótimo agora. Tem uma mesa aí pra gente?
-Claro que tem. Como vai Alice?
-Bem e você?
-Estou bem. Aproveitem a noite.
-Iremos aproveitar sim. - seguimos para uma mesa e ficamos conversando bobagens. Eu estava feliz e vi que Bruno estava relaxado. Enfim, nossa vida tinha voltado ao normal.

[...]

1 mês depois

-Deixa eu te ajudar? - Bruno pediu pela milésima vez.
-Fica quieto aí! - falei terminado de enfeitar o bolo.
-Mas eu quero ajudar e aprender também. - me abraçou por trás e beijou meu ombro.
-Você quer fazer bagunça, como da última vez. - ri e lembrando da zona que essa cozinha se tornou. Desde que nós voltamos, estamos vivendo em uma bolha. Tudo está maravilhoso!
-Foi divertido! - me despertou dos meus pensamentos. Olhei para ele de rabo de olho. - Podemos ir?
-Preciso terminar isso aqui, se quiser ir na frente.
-Eu te espero. - falou e me soltou. Pegou o celular que estava vibrando.
-Alô?... Ele mesmo, o que deseja?... Descobriram? Que ótima notícia!... Sim, chegaremos aí em breve... Ok... Tchau.
-Quem era? - perguntei.
-Delegado Gomes, descobriram que bateu no seu carro.
-Sério?
-Uhum, precisamos ir na delegacia.
-Vamos então. - larguei as coisas e peguei minhas coisas.
-Você não precisava terminar isso?
-Depois eu termino, vamos logo. - puxei ela para fora da confeitaria. Fechei as coisas rápido e nós fomos em direção ao seu carro.
Eu estava curiosa e queria muito descobrir quem foi o monstro que matou o meu bebê.

Aprendendo A RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora