Capítulo 19 - Bruno

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Alex tinha que me atrapalhar logo agora?
-Fala, mané!
-O que estava acontecendo aqui? - perguntou escondendo um sorriso.
-Eu estava beijando a Alice, nunca fez isso?
-Vocês estão juntos?
-Acho que sim. - dei de ombros.
-Você acha, Bruno? Tem que ter certeza.
-Nós estamos juntos, mas é cedo pra falar.
-Seguiu meu conselho?
-Acho que sim.
-Esperto esse meu amigo! - falou enquanto sentava.
-O que você queria falar?
-Resolver uns assuntos da festa.
-Tudo bem. Fala aí. - incentivei e ele começou a falar sobre a festa e outras bobagens. Eu não estava nem ligando, essa festa pouco me importava. Eu estava mais preocupado com a minha vida pessoal.
-Bruno, você está me ouvindo?- Alex estalou os dedos frente do meu rosto.
-Cara, eu não to com cabeça pra isso agora. Será que podemos nos falar mais tarde? Eu passo na sua sala!
-Então tá. - levantou e saiu.
Eu fiquei perdido em pensamentos por um bom tempo, até que o motivo da minha distração entrou.
-Sr. Bruno, chegou esse envelope pra o Sr.!- parou na minha frente e eu peguei o envelope. Joguei em cima da mesa e levantei. Tranquei a porta pra não ser interrompido. Alice observava tudo em silêncio. Seu rosto estava estranho.
-Alice, nós estamos juntos. Não vejo motivos pra você me chamar de Sr. - falei e fui na sua direção. - E agora, podemos terminar o que estávamos fazendo mais cedo! - puxei ela, mas senti seu corpo tenso. Dei um beijo nela, mas ela não retribuiu. - O que aconteceu? - perguntei olhando nos seus olhos, mas ela desviou o olhar rápido. - Alice, o que aconteceu?
-O que você fez no sábado?- perguntou e eu parei pra pensar. Aconteceu tanta coisa na minha vida esse fim de semana que eu tinha até esquecido.
-Por que essa pergunta agora?
-Você transou com a Amanda aqui, né?- pronto! Vadia que não consegue guardar nada! Eu contava a verdade pra ela ou mentia até a morte? A verdade em primeiro lugar!
-Sim. Eu estava com raiva de você e precisava tentar te esquecer!
-Foi só ela?
-Não, teve mais umas três. - ela me olhou chocada e se soltou dos meus braços. Fechou os olhos e respirou fundo. - Foi a última vez! Agora é só você! - afirmei e ela abriu aqueles olhos azuis que mais me pareciam cinzas e fixou nos meus.
-Tudo bem. - me deu um sorriso fraco e eu a puxei para os meus braços. Dei um beijo na sua testa e senti seu corpo relaxar.
-Como você soube da Amanda?
-Ela estava contando vantagem para umas meninas. E disse que você vai ser dela.
-Eu não vou ser de ninguém!- falei irritado e Alice me encarou séria. - Alice, nem de você eu vou ser. Não sou um objeto, sou um humano. Estar com você é diferente de ser seu.
-Uhum. - ela ainda estava séria.
-Você está irritada?
-Não. - dei uma gargalhada e ela me olhou séria.
-Alice, você está com ciúmes?
-Claro que não, Bruno. - soltou dos meus braços e abriu a porta irritada. Fui atrás dela rindo. Ela sentou irritada na sua mesa e começou a pegar uns papéis com raiva.
-Você fica uma graça com ciúmes. - fechei a porta antes dela responder e fui trabalhar.

[...]

Já tinha um mês que eu e Alice estávamos juntos. E, por enquanto, tudo estava ótimo. Hoje, graças à Deus, era sexta-feira. Só queria descansar esse fim de semana. A empresa está uma loucura com esse negócio de festa.
-Vamos embora, Bruno?- Alice entrou na sala. Eu olhei pra ela e dei um sorriso. Tínhamos combinado de fazer alguma coisa hoje.
-Vamos. Que tal nós irmos jantar fora? - perguntei enquanto desligava meu notebook.
-Que tal nós jantarmos no seu apartamento?
-Podemos ligar e pedir então!- respondi e peguei a mão dela pra gente ir embora.
-Não, nós podemos fazer a nossa comida!
-Na minha casa não tem comida! - entramos no elevador. Ela me olhou chocada.
-Como assim?
-Eu não faço compras. Eu não como em casa, só na rua ou na casa dos meus amigos.
-Sério?
-Sério. Por que tanto espanto?
-Porque geralmente nós sempre temos comida em casa. - respondeu como se fosse óbvio.
-Não seja por isso, nós vamos ao mercado fazer compras. - saímos do elevador e ela entrou no meu carro. Eu entrei logo depois.
-Onde fica o mercado mais próximo?- perguntei e ela me passou as coordenadas.

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