Aprendendo A Recomeçar

Capítulo 25 - Bruno

O fim de semana passou tranquilamente. Eu fiquei preso dentro do meu apartamento namorando. É! Agora eu namorava... Suspirei e deixei esse pensamentos de lado.
Resolvi levantar e começar a me arrumar. Tenho uma reunião com a Bianca Goulart, essa menina vai me dar trabalho. Eu só espero que ela não atrapalhe meu relacionamento com Alice.

[...]

Chegamos na empresa de mãos dadas e todos olharam. Geralmente só chegávamos um do lado do outro.
-Todos estão olhando! - falou e eu olhei pra ela.
-Todos com inveja. - dei de ombros e nós subimos.
Fui pra minha sala e arrumei as coisas pra primeira reunião. Saí da sala e Alice estava na sua mesa falando ao telefone. Fiquei parado esperando. Segundos depois ela desligou.
-Você vai se atrasar pra reunião!- falou e eu suspirei.
-É, eu vou pra reunião. - dei um beijo casto nela e segui pra sala de reuniões.
-Bom dia, Bianca!- falei e sentei ao seu lado.
-Bom dia, está encantador essa manhã!- passou a mão sobre a minha e eu tirei rápido.
-Vamos começar essa reunião logo? - perguntei e ela concordou com a cabeça.

[...]

Estava saindo da sala de reuniões olhando no celular quando Bianca me parou.
-Bruno, vamos almoçar juntos?
-Hoje eu não posso. - respondi e continuei meu caminho. Entrei na minha sala intertido no meu celular, estava combinando de encontrar com a Diana pra conversar. Antes de qualquer coisa, nós somos amigos.
-Bruno, eu vou sair pra beber com a Talita hoje!- Alice entrou na sala e eu olhei pra ela.
-Que horas?
-Depois que eu sair da empresa.
-Tudo bem. - botei o celular no bolso e puxei Alice para perto de mim. Dei um beijo nela e aprofundei aos poucos. Ela puxou os meus cabelos levemente e eu sorri. Ela adorava fazer isso. Beijei seu pescoço e desci os beijos até que alguém bateu na porta da minha sala.
-Merda!- resmunguei. Soltei Alice e arrumei meu cabelo enquanto ela arrumava a blusa que ficou um pouco amassada. - ENTRA. - gritei irritado.
-Com licença, eu queria saber se podemos antecipar a reu... - Bianca parou de falar quando viu Alice dentro da sala. - Desculpa, eu atrapalhei vocês?
-Atrapalhou. - respondi e Alice me olhou com os olhos arregalados.
-Eu vou resolver umas coisas, depois a gente termina. - Alice falou e saiu da sala. Antes dela fechar a porta, ela me mandou um beijo. Sorri e Bianca olhou pra trás. Fui até minha mesa e sentei.
-O que quer?
-Será que podemos antecipar a reunião de sexta para hoje? Eu terei que resolver outro problema na sexta.
-Só vou estar disponível no almoço.
-Está ótimo. Podemos almoçar no Vicente's gourmet?
-Podemos. Te encontro lá 12:30. - respondi a contragosto.
-Então tá, até daqui a pouco. - saiu da sala com um sorriso e eu resolvi começar a trabalhar.

[...]

Faltava meia hora para o horário que eu tinha marcado com a Bianca, mas eu não estava nem um pouco afim de ir almoçar com ela. Resolvi que iria enrolar um pouco.
-Bruno?- Alice entrou na minha sala e eu sorri pra ela.
-Vem aqui. - chamei e ela veio. Sentei ela no meu colo e beijei ela. - Já estava sentindo sua falta! - falei e ela riu.
-Eu estou alí fora! É só você levantar e abrir a porta pra me encontrar.
-Está muito longe, acho que vou passar sua mesa aqui pra dentro da minha sala.
-Ai você vai enjoar de mim!
-Acho difícil. - falei sério e ela me encarou por alguns segundos. Balançou a cabeça e me deu um selinho.
-Então, eu vou almoçar com as meninas hoje. - falou feliz.
-Que meninas?
-Clara e Cléo.
-Ah, é mesmo? Fico feliz que esteja arrumando outras amizades!
-É, eu sei. Elas são muito legais!
-São sim.
-Você não se importa se eu não almoçar com você hoje, né?
-Não, eu tenho um almoço de negócios.
-Não tem nada na sua agenda hoje. - falou e me olhou confusa.
-Almoço de última hora. - dei um beijo nela, mas senti seu corpo tenso. Ela deve estar desconfiada, mas se eu falar pra ela que irei encontrar com a Bianca, ela vai ficar irritada.
-Tudo bem, eu vou almoçar então.
-Uhum.
-Não se esqueça que você tem duas reuniões hoje. Uma na empresa Ferraz, outra na empresa Guimarães.
-Sim Sra., não irei esquecer. Depois do almoço eu vou seguir direto pra lá. Eu te encontro em casa. Você pode tirar o resto da tarde de folga.
-É, tenho que passar no mercado. - falou e revirou os olhos.
-Queria eu poder te ajudar como da outra vez.
-Seria ótimo.
-Eu vou tentar chegar cedo em casa. - falei e ela me deu um sorriso de lado.
-Eu vou sair pra beber com Talita hoje.
-É verdade. Tinha me esquecido disso. Hoje eu serei um cara sozinho!- falei fingindo estar magoado e ela deu na gargalhada gostosa.
-Você é ótimo em fazer drama. Eu não irei demorar. Você poderia até preparar o jantar. - brincou e eu ri.
-Acho que irei fazer isso. - beijei ela.
-Preciso ir agora. Até mais tarde, Bruno. - levantou e eu fui atrás.
-Vamos descer juntos!- falei e ela concordou com a cabeça. Peguei minhas coisas e sai da sala. Alice estava desligando o computador e pegando as suas coisas. Depois de ter feito tudo, ela pegou minha mão e nós seguimos para o elevador. Puxei ela pra ficar colada em mim e no meio do trajeto a beijei, e só me separei dela quando ouvi uma tosse fraca. Olhei para o lado e o tal Felipe nos olhava espantado junto com um senhor. Dei um sorriso pra ele e olhei pra frente. Agora ele sabe que ela é minha, posso respirar aliviado.
Chegamos na garagem e eu levei ela até o seu carro.
-Você precisa de um carro novo!- falei e ela me olhou séria.
-Gosto desse carro.
-Mas ele está velho! - ela revirou os olhos e me deu um beijo casto. Entrou no carro e saiu. Balancei a cabeça e segui para o meu carro.
Fiz o caminho para o restaurante o mais devagar possível. Cheguei 15 minutos atrasado, Bianca estava me esperando do lado de fora.
-Desculpe o atraso, tive um imprevisto!- falei e ela me olhou.
-Sem problemas, vamos entrar?
-Vamos. - abri a porta e dei passagem pra ela. Assim que entrei Vicente veio falar comigo.
-Cria de casa sempre volta. - falou e eu ri.
-Eu disse que iria voltar. - abracei ele. - Tem uma mesa disponível pra dois aí?
-Pra você sempre.
-Fico feliz. Essa é Bianca Goulart, filha do Daniel Goulart. - Vicente olhou pra ela e deu um sorriso que não chegou aos seus olhos.
-Prazer em conhecer o dono desse magnífico restaurante!- falou.
-O prazer é meu. - respondeu meio decepcionado. Fiquei sem entender.
-Jaque, arruma uma mesa para o Bruno e para essa Srta. - falou.
-Sim, Vicente. - Jaque respondeu. - Por aqui, por favor. - apontou para um local e Bianca foi na frente. Quando fiz menção em ir, Vicente segurou meu braço e eu parei.
-Que foi?
-Você está traindo a Alice?- perguntou e eu arregalei os olhos.
-Enlouqueceu?
-Bruno, ela não merece isso.
-Eu sei, Bianca está trabalhando na empresa. Vai ser um almoço de negócios.
-Eu espero que seja só isso mesmo. - falou e entrou. Segui para a mesa e sentei.
-Já pediu? - perguntei.
-Já e você?
-Vicente sabe o que eu como quando venho aqui. - dei de ombros. - Podemos começar logo? Eu ainda tenho duas reuniões importantes hoje.
-Tudo bem. - ela começou a falar dos assuntos e eu prestei atenção até que algo desviou a minha atenção pra entrada do restaurante. E eu fiquei nervoso quando vi Alice entrar com as meninas. Eu deveria ter imaginado que ela viria pra cá.
-Bruno?- Bianca botou a mão sobre a minha no mesmo instante que Alice olhou pra mim. Seus olhos foram diretamente na minha mão e eu fiquei sem reação. Vi ela sair do restaurante e levantei meio desnorteado indo atrás. Consegui achar ela tentando abrir a porta do seu carro.
-Alice, não é nada disso que você está pensando. - falei nervoso e ela me olhou.
-É o que então? Você diz pra mim que vai estar em um almoço de negócios e eu te acho aqui com essa vadia?
-O almoço de negócios é com ela. - respondi.
-E por que não me disse?
-Não achei que precisasse.
-Mas precisa. - ela estava tremendo e não conseguia enfiar a chave no local.
-Desculpa, amor?- pedi e ela parou o que estava fazendo e me olhou.
-O que foi que disse?
-Eu pedi desculpas.
-Não, o que disse depois? - merda! Eu chamei ela de amor.
-Eu só pedi desculpas.
-Fala a verdade.
-Tá, eu te chamei de amor. - falei e ela me deu um sorriso. Ganhei ela! - Você me desculpa?- pedi puxando ela para os meus braços.
-Você sabe que ela quer dar pra você, né?
-Sei, mas eu só quero o meu amorzinho. - zombei e ela deu aquela gargalhada gostosa.
-Você não existe.
-Existo sim e estou aqui só pra você! - falei sério. Ela me olhou intensamente e eu a puxei para um beijo.
-Você está mudando muito.
-Isso é bom, né?
-Sim, é ótimo. - me olhou e se soltou.
-Vamos voltar para o restaurante. Você vai almoçar com as meninas e eu vou terminar aquele almoço insulportável e seguir para as minhas reuniões. Depois vou pra casa e irei te esperar.
-Tudo bem. - revirou os olhos. - Se eu ver aquela mulher tocando em você de novo, vou fazer um estrago na sua cara!- me ameaçou e eu olhei pra ela assustado. - Peguei você! - sussurrou no meu ouvido e riu. Balancei a cabeça e peguei sua mão seguindo para o restaurante. Deixei ela na mesa com as meninas e dei um beijo nela pra invejar qualquer mulher. Voltei pra minha mesa e sentei como se nada tivesse acontecido.
-O que você tem com a Alice? - Bianca perguntou e eu olhei pra ela sério.
-Minha vida particular não é do seu interesse, mas ela é minha namorada. Podemos continuar?
-Sim. - respondeu sem graça e começou a falar sobre os negócios. Eu prestei atenção em tudo o que ela falou, mas vez ou outra eu olhava pra Alice. Essa que estava sempre rindo ou me observando de longe.
Eu estava quase indo embora quando Alice se levantou e veio na minha direção.
-Desculpe atrapalhar, mas é que eu estou indo embora e queria me despedir de você.
-Claro, não atrapalha nunca. - dei um sorriso e ela me deu um beijo doce.
-Vou tentar não demorar a chegar em casa!- falou e eu ri. Sabia que ela estava demonstrando que era ela quem mandava no pedaço.
-Eu estarei te esperando.
-Então tá. - olhou na direção da Bianca. - Tchau, Bianca.
-Tchau e parabéns pelo namoro. Espero que sejam muito felizes. - aquilo não me passou verdade nenhuma.
-Nós somos!- respondeu friamente e eu ri disfarçadamente. Mulheres! - Tchau, Bruno. - me deu um selinho e saiu. Observei por um tempo e resolvi olhar no relógio.
-Bianca, preciso ir. Depois você marque com a Alice um horário em que esteja disponível na semana que vem.
-Ainda é cedo, podemos conversar mais um pouco.
-Não, eu não posso. Tenho outras reuniões agora, não posso me atrasar.
-Ah, que pena! - falou e eu concordei com a cabeça. Paguei a conta.
-Tcha. - levantei e nem esperei resposta. Saí e fui para as minhas reuniões.
Passei o resto do dia ocupado e quando eu cheguei em casa eu só queria saber de banho e cama. Estava realmente cansado.
Entrei em casa e tudo estava apagado. Será que Alice já chegou? Ela geralmente deixa uma luz acesa. Resolvi deixar pra lá e ir tomar banho.
A água caia sobre mim e eu fechei meus olhos pra aproveitar aquele momento de paz. Depois de estar realmente bem, saí e fui pra sala. Liguei em um filme qualquer e fiquei assistindo até meu celular tocar. Era Diana.
-Oi, Diana. - atendi.
-Bruno, quanto tempo. Queria saber se podemos nos encontrar? Estou sentindo falta de ficar com você.
-Diana, eu estou com a Alice.
-Ai Bruno, ela é só mais uma diversão na sua vida! - falou rindo. Ela ainda não sabia que estávamos namorando e morando juntos.
-Estamos morando juntos! - ela ficou em silêncio por um tempo.
-Então é mais sério do que eu pensava!
-Sim.
-Você a ama?- perguntou e eu fiquei sem reação.
-Não, quer dizer, não sei. É cedo pra falar de amor.
-Me desculpa, Bruno? Eu não imaginei que estava levando ela a sério.
-Sem problemas, você não podia imaginar.
-É, eu sei.
-Eu nunca levei ninguém a sério.
-Depois da Laura não, né? - pronto! Falar da Laura era meu ponto fraco. - Você já contou pra ela?
-Não, nem sei quando vou contar. E se realmente vou contar.
-Você sabe que isso é errado, né?
-Sei.
-E sabe que pode perder ela?- ouvir aquilo me deixou meu desesperado. Passei a mão pelos cabelos nervoso.
-Sei também, mas estou correndo o risco.
-Então tá, a decisão é sua. Preciso desligar! Nos falamos em breve! Beijos.
-Beijos. - encerrei a ligação e joguei meu celular. Suspirei e meus pensamentos foram diretamente para a conversa com a Diana. Contar ou não sobre a Laura? Acho que eu não quero correr o risco de ficar sem a Alice.