Capitulo 47 - Bruno

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Eu estava no sétimo céu. Ter Alice de novo era o paraíso.
Estávamos na cozinha da confeitaria quando o delegado avisou que sabia quem tinha batido no carro dela. Essa pessoa não teria minha piedade não, que alguém me segure ou eu mato esse ser nojento.

[...]

Alice estava nervosa, sua mão soava e apertava a minha. Estávamos esperando o delegado nos chamar.
-Eu acho que você deveria ter ido para casa! - falei e ela me olhou de cara feia.
-Por que? A pessoa que fez isso matou o meu filho.
-Nosso filho, Alice. - respirei fundo. - Você está muito nervosa e isso não é bom.
-Eu estou bem. - falou extremamente irritada.
-Bruno Mendes, o delegado irá te receber. - falou um policial e nós levantamos.
-Boa tarde, Bruno. - ele olhou pra Alice. - Não sabia que iria vir Alice, boa tarde.
-Boa tarde, delegado. - falei e me sentei.
-Resolvi vir, preciso saber quem fez tamanha crueldade comigo e com meu filho. - o delegado olhou pra ela de rabo de olho e balançou a cabeça.
Eles se acomodaram e um silêncio pairou no ar.
-Então, acredito que seja um choque pra você. Sei o quanto vocês são amigos.
-Do que está falando?
-A pessoa que fez isso com a Alice, é a sua amiga Diana.
-Diana? - perguntei surpreso. - Isso deve ser um engano. - não queria acreditar.
-Essa vadia vai me pagar. - Alice apertou a cadeira e respirou fundo.
-Vocês já falaram com ela? - perguntei ainda em choque.
-Eu quis falar com você antes.
-Eu queria conversar com ela primeiro. - falei.
-Claro, Bruno.
-Ótimo. - levantei e saí rápido.

[...]

-Essa piranha vai me pagar! - eu estava no apartamento da Alice e ela não parava de falar sobre a Diana. Ela estava me irritando e não ajudando. Sem falar nada, eu levantei e fui em direção a porta.
-Aonde você vai?
-Resolver esse problema. - saí e corri pra casa da Diana.
Fiquei alguns minutos tomando coragem e logo depois entrei.
Ela abriu a porta com um sorriso enorme.
-Não esperava te ver por aqui. - falou e eu fiquei com nojo em ver aquela mulher.
-Como teve coragem? - perguntei e ela me olhou sem entender. - Você matou o meu filho e quase matou a minha noiva.
-Do que está falando, Bruno?
-Eu não sou idiota, você achou que ninguém iria saber? Meu Deus! Que monstro que você é?
-Não estou te entendendo.
-Ah, não? Quer que eu explique melhor? Você botou aquela calcinha branca dentro do meu escritório, você mandou aquelas fotos para o meu apartamento, você matou meu filho e deixou a minha noiva em coma durante 1 mês. Sua vadia, eu só não vou te bater porque eu não quero ir preso.
-Quer saber? Fiz mesmo e faria de novo. Não foi a primeira vez. - me deu um sorriso cruel. - Eu te conhecia bem antes de você me conhecer.
-Que?
-Matar aquela vadia da Laura foi fácil, agora Alice não morreu. - eu fiquei em choque.
-Foi vo... você que... - não consegui terminar a frase.
-Foi sim, eu arrumei aquele idiota pra bater no carro da Laura. O da Alice eu mesma fiz o trabalho, mas falhei. - dei um passo pra trás e respirei fundo. - Você é meu e sempre foi. Ou você não lembra é que antes de conhecer a Laura, nós ficamos juntos e no dia que você a conheceu, era o dia do nosso encontro? - e foi então que eu me lembrei. Claro que conheci a Diana antes, ela era super grudenta e eu dei um bolo nela pra tentar me livrar.
-Eu nunca iria ficar com você.
-Você ficou, por 5 anos. Eu sabia que tinha outras pela rua, mas eu sempre era a sua primeira opção. Até que aquela azeda apareceu na sua vida, você se transformou e me esqueceu. Eu não entendo o que você viu naquela tonta. - falou amargamente e eu não me segurei. Dei um tapa na cara dela que a derrubou no chão.
-Nunca mais toque no nome da Alice e muito menos no da Laura. Você me fez perder dois filhos, acha que eu iria querer ficar com você? - puxei ela do chão e segurei seus braços com força. Por incrível que pareça, eu não estava gritando. - Eu confiei em você, eu gostava de você como amiga. Nunca passou disso. Te ajudei a crescer na vida. E é assim que me retribui? Matando a Laura e tentando matar a Alice? Você é louca!
-Eu te amo, o que eu sinto por você é amor. - me deu um sorriso e tentou me beijar. Joguei ela no sofá.
-Eu tenho nojo de você, nojo! Sabe o que você merecia? Uma bela surra! Eu iria adorar fazer isso, mas infelizmente eu não posso. Agradeça aos céus por isso. Porque se eu pudesse, pode ter certeza, você não sairia viva daqui. - peguei no seu queixo enquanto falava e seus olhos transmitiram medo. - Vadia. Eu espero nunca mais precisar olhar nessa sua cara nojenta! - saí do apartamento dela e fui pra praia.
Meu celular não parava de tocar, Alice me ligava desesperadamente. Eu queria ficar sozinho um pouco. Precisava disso. Deitei na mesma pedra que achei Alice meses atrás.
-Minha Laura, me perdoa? Eu deveria ter te deixado longe de mim! Bem longe! Pelo menos estaria viva hoje. - uma lágrima escapou e eu a limpei rápido. Fechei meus olhos e acabei pegando no sono.
-Papai? - olhei para o lado e me deparei com um menino loirinho parecido comigo e ao mesmo tempo com a Alice.
-Eu sou seu pai?
-Sim, mas eu ainda não cheguei. Mamãe ficará com medo quando descobrir. Você vai ficar feliz?
-Claro que eu vou ficar.
-Eu vou fazer vocês muito felizes.
-Eu espero que sim. Qual o seu nome?
-Benjamin.
-Benjamin, seu nome é lindo.
-Foi você que escolheu.
-Eu estou doido para você chegar,garotão.
-Eu sei que sim, agora eu preciso ir, papai.
-Volta aqui Benjamin.
-A gente vai se encontrar em breve. - uma luz branca veio na minha direção e eu não vi mais nada.
Abri os olhos assustado e olhei ao meu redor. Que sonho estranho.
O tempo estava fechando e eu nem sei quanto tempo eu fiquei na praia. Alice deve estar preocupada. Peguei meu celular e tinham 70 chamadas perdidas dela. Meu Deus! Ela deve estar enlouquecendo. Disquei seu número enquanto ia para o meu carro.
-Bruno, aonde você está? Quer me matar do coração? Você sumiu a tarde toda, o tempo está fechando. Eu estou no seu apartamento. Já liguei para todos os hospitais, IML, delegacia, os seus amigos. Aonde você se enfiou?
-Alice, respira. - dei um sorriso. - Eu estou indo para casa. Você está no meu apartamento, certo?
-Sim.
-Eu vou chegar aí em alguns minutos. - desliguei e fui pra casa.

[...]

Assim que eu entrei em casa, vi um vulto pular em cima de mim.
-Eu estou bem.
-Onde você se enfiou? - perguntou irritada e com o rosto vermelho. Ela andou chorando.
-Eu fui resolver um problema, e depois fui pensar. Queria respirar um pouco.
-O delegado ligou e disse que prendeu a Diana agora a pouco. Ela estava tentando fugir.
-Imaginei que fosse fazer isso. - respirei fundo. - Amor, quando você ficar grávida vai ser de um menino. E ele se chamará Benjamin.
-Que papo estranho é esse?
-Você não iria acreditar, se eu te contasse. - dei um beijo na sua bochecha e segui para a dentro do apartamento. Fui tomar um banho e relaxar um pouco mais. Alice não precisava saber da conversa com a Diana, agora era só seguir com a nossa vida. E esquecer que um dia essa louca apareceu.
Saí do banho e resolvi ligar para o delegado.
-Bruno, queria mesmo falar com você.
-Delegado, prendeu a Diana?
-Sim, mas ela está o acusando de agressão.
-Dei um tapa na cara dela, deveria ter dado mais. Eu vou pedir para o meu advogado entrar em contato com você.
-Não será preciso, irei deixar passar.
-Delegado essa vadia matou a Laura, minha ex namorada, que morreu em um acidente.
-Ela já contou tudo, e sinceramente, essa mulher é louca. Ela não vai sair tão cedo da prisão.
-Fico aliviado em saber.
-Era só isso?
-Sim, obrigado pela ajuda.
-Meu trabalho é esse. Tchau.
-Tchau. - desliguei e me joguei na cama.
-Você bateu na Diana? - ouvi a voz da Alice e olhei na sua direção.
-Um tapa, deveria ter feito mais. - ela soltou uma gargalhada.
-Se eu soubesse teria ido te ajudar e se ela te denunciar?
-Ela tentou, mas o delegado me deu uma ajuda. - pisquei e ela concordou com a cabeça.
-Quer ver um filme?
-Opa, vamos. - levantei e no caminho para o sofá eu dei um tapa na sua bunda.
-Mania feia. - brincou e nós deitamos no sofá.
Eu só precisava esquecer que esse dia aconteceu. Tudo estava confuso.

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