Quatro meses depois
Finalmente tinha chegado aos nove meses de gestação. Minhas crises de choro diminuíram bastante, e Bruno estava mais atencioso do que nunca. Saia de madrugada para realizar os meus desejos, me dava carinho e quando eu chorava ele me abraçava e dizia que tudo ia ficar bem.
Nosso casamento estava mais quente e maravilhoso a cada dia. E eu estava mais feliz com o passar dos dias. Tudo em mais perfeita ordem.[...]
Dobrei a última peça de roupa do Ben e guardei no armário. O quarto dele estava lindo. Bruno me implorou para ajudar em tudo e eu praticamente deixei tudo em suas mãos, ele ficou tão animado que fez um ótimo trabalho.
Estava sentindo um pequeno incômodo desde da hora que eu acordei, mas acredito que seja normal.
Meu celular tocou e eu peguei já sabendo quem era.
-Oi, amor. - atendi animada.
-Oi, liguei para saber se está tudo bem?
-Sim e você?
-Estou sim. - respirou fundo. - O dia está cheio hoje. Tenho três reuniões importantes. Estou doido para ir pra casa e ficar com vocês.
-Eu queria que estivesse aqui. - falei e senti aquela dor novamente, só que um pouco mais forte. - Ai!
-O que foi, Alice?
-Nada, só um incômodo.
-Quer que eu vá pra casa?
-Não, sei que está ocupado. Vou ficar bem.
-Bruno, sua reunião vai começar em 2 minutos. - ouvi a voz da Jú.
-Obrigado, Jú. - respirou fundo. - Amor, preciso desligar. Nos vemos mais tarde. Eu te amo.
-Também te amo, boa reunião. Beijos.
-Beijos. - encerrou a chamada e eu fui terminar de fazer as coisas.[...]
A dor estava aumentando com o passar do dia, mas estava tão ocupada trabalhando pelo notebook que nem me importei.
Levantei para beber alguma coisa quando senti uma água descer pelas minhas pernas. Merda! Merda! Merda! Minha bolsa estourou. Peguei meu celular e disquei o número do Bruno, que não atendeu. Disquei o da secretária e nada. Porra! Disquei o do Alex.
-Monteiro. - sua voz estava seria.
-Alex, é a Alice.
-Alice, algum problema? - perguntou preocupado.
-Sim, não consigo achar o Bruno e minha bolsa estourou. - falei respirando fundo porque tinha vindo uma contração forte.
-Meu Deus! Acabamos de sair de uma reunião! Vou atrás dele e você respira. Quer ficar falando comigo ao telefone?
-Não, só preciso que mande o Bruno pra casa. - desliguei e sentei. Estava doendo muito e com intervalos pequenos.
Não sei quanto tempo fiquei sentada naquela poltrona, mas Bruno entrou na nossa casa que nem um desesperado.
-Amor, você tá bem? - abaixou na minha frente.
-Bruno, liga para a médica. Pega as coisas no quarto e eu vou caminhando para o carro.
-Tá, tá. - correu para pegar as coisas e eu fui caminhando devagar para o carro.[...]
Já estavamos na sala de parto e a dor estava suportável. Olhei para Bruno e ele estava suando.
-Tá tudo bem? - perguntei e ele concordou com a cabeça freneticamente. Sinal de nervosismo.
-Bruno, relaxa. - dei um sorriso e ele beijou minha testa.
-Você está com medo? - perguntou.
-Não, sei que tudo vai correr bem.
-É, tudo vai correr bem.
-Você está com medo?
-Estava, mas sei que você é forte. - passou a mão pelos meus cabelos.
-Alice, começe a fazer força quando a contração vier. Já estou vendo o seu bebê. - a Dra. falou e eu fiz o que me mandou. Senti uma coisa estranha e logo depois um choro agudo invadiu a sala. Meu bebê nasceu! Dei um sorriso ao ouvir aquele chorinho.
Vi uma enfermeira entregar um pacotinho amarelo para Bruno e ele deu um sorriso enorme.
-Meu Deus, Alice! Ele é a pessoinha mais linda que eu já vi. - falou com a voz trêmula.
-Deixa eu ver o nosso bebê. - Bruno trouxe ele para os meus braços e eu vi aquele ser tão pequeno e tão dependente. - Você me deu o melhor presente do mundo. - falei e ele me olhou confuso.
-Vocês são o meu presente. - sussurrou no meu ouvido e beijou minha testa.
-Nossa família está completa agora. Nós vamos ser muito felizes juntos! - concordei com a cabeça e fiquei observando o fruto do meu amor com o Bruno. Ele seria muito amado e não a nada no mundo que ele quisesse que ele não teria.[...]
Três meses depois
-Eu estou doido para ir pra casa, estou morrendo de saudade de vocês! - Bruno falou com dificuldade. Ele fez a primeira viagem a trabalho desde que o Benjamin nasceu. Estava a três dias fora de casa e a saudade estava grande.
-Nós estamos morrendo de saudade também. - olhei no berço e Ben estava dormindo como um anjo.
-Quando eu chegar em casa, meu filho nem vai me conhecer mais.
-Não exagera, Bruno.
-É sério.
-Ele vai conhecer o cheirinho do pai. Às vezes eu acho que ele chora de saudade de você. - falei, mas me arrependi no momento em que ouvi Bruno fungar.
-Não faz isso ficar mais difícil do que já está. Eu volto em breve. Preciso desligar. Amo vocês.
-Também amamos você. Tchau.
-Tchau. - desligou e eu saí do quarto.
Fui arrumar umas coisas e descansar enquanto Ben estava dormindo.[...]
Escutei o chorinho pela babá-eletrônica e levantei para pegar meu bebê.
-Oi, meu gostosinho. - peguei ele e o abracei. Ganhei uma boa babada no rosto e sorri. - Está na hora do banho. - falei e ouvi Thor vindo correndo. Ele ficava o dia inteiro perto do Ben, só saia para comer e beber água.
Depois de ter dado banho nele, deitei na cama com ele no meu colo. Benjamin era uma bebê grande para 3 meses, e era bem gordinho.
Estava brincando com ele quando ouvi um suspiro. Olhei na porta e meus olhos não acreditaram no que estavam vendo.
-Bruno? - ele riu. Estava todo lindo, com uma calça jeans, uma blusa branca e o blazer preto. Deitei o Ben na cama e pulei no seu colo.
-Minha pérola, que saudade. - me deu um beijo na bochecha e eu segurei seu rosto entre as minhas mãos.
-Eu estava morrendo de saudade de você. - falei séria e ele me olhou de uma forma tão intensa enquanto segurava minhas pernas na sua cintura.
-Então, vamos matar essa saudade agora. - me deu um beijo feroz e eu me entreguei. Por mim teria matado essa saudade alí mesmo, mas um certo bebê fez barulho fazendo Bruno parar de me beijar e olhar na direção da cama.
-Você conheceu a voz do papai, né garotão? - Bruno me soltou e correu em direção a cama. Pegou Benjamin no colo e deu o sorriso mais lindo. - Minha vida, não aguentava mais de saudade de você. - cheirou nosso bebê e me olhou.
-Você não iria chegar só daqui a dois dias?
-Sim, mas a saudade falou mais alto. - deu de ombros e mordeu a bochecha do Ben.
-Que bom, está com fome? - perguntei e ele me olhou de uma forma sensual.
-Muita fome, em todos os sentidos. - respondeu e meu corpo estremeceu.
-Irei preparar algo para você comer enquanto mata a saudade do Ben. - saí do quarto rápido e fui para cozinha. Preparei um negócio para ele comer e comecei a arrumar umas coisas.
-O Ben dormiu. - entrou na cozinha falando.
-Ele só dorme. - dei uma risadinha e Bruno enlaçou minha cintura.
-Eu pedi muito para ele dormir a noite inteira.
-É? E posso saber por que pediu isso?
-Porque preciso matar a saudade da minha esposa linda. - beijou meu pescoço.
-Acho que gostei da ideia. E ele aceitou seu pedido?
-Disse que iria fazer o melhor. - ele me virou para ele e me deu um beijo. Esqueci até o que estava fazendo. Senti ele puxar minhas pernas e colocar em volta da sua cintura. Me levou para até o quarto e estávamos com tanta saudade, vontade que nos jogamos no chão e nos envolvemos alí mesmo.[...]
-Que saudade desse corpo. - falou beijando minha barriga. - Nunca mais vou ficar longe de vocês. - falou olhando dentro dos meus olhos e eu respirei fundo.
-Eu espero mesmo, esses três dias longe de você foram difíceis.
-Imagina para mim, você ainda tinha o Ben. - beijou minha bochecha.
-Verdade. - mordi sua orelha. Ouvi o choro do Benjamin e levantei. Peguei a blusa do Bruno e coloquei.
-Oi, bebê. - peguei ele no colo. - Está com fome, né? - ele parou de chorar e me olhou. Sentei na poltrona do seu quarto e ele começou a mamar.
-Essa é uma das cenas mais lindas. - Bruno falou e eu ri.
-Você acha tudo lindo.
-É que depois que você apareceu, tudo ficou lindo na minha vida. - sentou no chão ao meu lado.
-Isso é uma coisa linda de se dizer.
-Verdade. - sorriu e eu parei para pensar em tudo o que nós passamos. Cada momento ruim, cada momento difícil. E hoje nós estamos aqui felizes, com a família formada e nos amando cada dia mais.
-Eu te amo. - falei e ele me olhou nos olhos profundamente.
-Também te amo. - me deu um beijo rápido e beijou o Ben.
Sim! Minha felicidade estava alí! Não importa o que a gente ainda passe, se estivermos juntinhos, estaremos bem. Iremos enfrentar qualquer obstáculo.

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Aprendendo A Recomeçar
RomanceComo todo mundo, eu tenho um passado. E como poucos, ele era triste e doloroso! Eu era sócio e melhor amigo do Alex, sempre resolvemos tudo junto. Até que um dia, Alex contratou uma secretária que me abalaria de uma forma que eu nunca vi. Fisicamen...