Clarke
Foi a coisa certa a fazer, meu cérebro sabe disso. Agora ele só precisa convencer meu coração de que eu realmente fiz a coisa certa. Me virei e segui para o vestiário sem olhar para trás. Se eu encontrasse os olhos da morena mais uma vez, meu coração amoleceria.
A noite é fria, o vento canta sozinho ao lado de fora. Meu coração pulsa ansioso, minha alma clama por uma cirurgia, clama para sentir a textura do sangue humano em minhas mãos novamente e no fundo clama por ter Lexa só para mim. Acredite quando lhe digo que a noite abre seus braços para acidentes. O tempo passa, a noite ainda mais fria, o vento canta mais alto, fazendo os vidros tremerem, tentando acompanhar a melodia. Noite tranquila para o hospital. Movimentada para meus sentimentos. Tirar uma soneca não é uma opção para o ser humano que mandou, o possível amor da sua vida, pensar em se deveriam ficar juntas. Estar dentro do hospital me sufoca como nunca aconteceu antes, como se tivesse uma vida fora dele, como se eu precisasse mais do que ser médica. Passei pelas portas do hospital que agora tremiam como se temessem a visita do vento. Sentei-me na encosta do hospital, apresentando-me como plateia para sua cantoria, encosto minha cabeça. Esperando um acidente acontecer.
-Olha Clarke- uma voz penetrou em meu ouvido, interrompendo o show que já durava uns quinze minutos- você não pode fazer isso...
-Alexia- falei ainda com os olhos fechados, sentindo falta da música do vento.
-Não, eu falo agora. Eu esperei, eu esperei- ela falava como se sua vida dependesse disso- você se recompor, não te perseguir quando você me abandonou em meu apartamento, cuidei de você quando você não conseguia responder por si própria. Te deixei livre para escolher. Você me escolheu, pediu por minha presença. E eu não aceito que você ande para trás agora, eu não vou desistir. Não agora que você disse o que queria. O que mudou?
-Nada mudou. Eu ainda quero você, mas você merece ter que passar por isso? A gente foi em um encontro hoje e uma mulher está quase morrendo lá dentro. Você entrou em pânico. Era para ser um encontro.
-Isso não é culpa sua. Se você não tivesse lá, ela estaria morta. Eu agradeço a um talvez Deus, que eu não sei se existe, por que você estava lá.
- Um talvez Deus- repeti sugestiva.
- O que? Você é religiosa?- ela perguntou assustada.
-Não -abri meus olhos, encarando sua imensidão verde. Puxei-a para um abraço- acho que somos iguais em alguma coisa- sussurrei em seu ouvido. Nosso olhos se encontraram. Sua bochecha estava avermelhada por conta do frio. Juntei nossas testas, pronta para terminar o quase beijo de mais cedo.
Bip bip. Foi o que eu ouvi, merda, meu paiger. Parece que eu estou sempre de braços abertos para desgraça. Selei rapidamente nossos lábios.
-Até mais Lex- falei entre selinhos.
-Até Loirinha.- ela sorriu, escondendo a decepção.
Sorri de volta e segui para emergência, realmente irritada.
- O que nos temos? – perguntei entrando no trauma 3
- menino, 3 anos- a enfermeira começou- caiu do 6 andar do prédio.
-Ele está vivo?- perguntei surpresa.
-Vivo e consciente.
-Consciente?- perguntei perplexa.
Entrei no na sala do trauma, fui a primeira médica a chegar. O menino ruivo de olhos verdes estava deitado no leito, era visível hematomas em seu corpo, e o choro sofrido e assustado da criança invadiam meu ouvido.
-Oi pequenino, como você se chama?
-Chuck- ele disse entre soluços- Chuck Launter
-Não se preocupe Chuck, nos vamos cuidar de você- falei calma- ok, dr. Mackor o que você acha de levar os pais do Chuck para fazer um passeio lá na lanchonete, acho que o Chuck quer um chocolate...- falei e Mackor levou os pais do menino para fora- 2mg de morfina, falei baixo perto da enfermeira.- Bipe a ortopedia e a geral. E você rapazinho, segue a luz como olhos para mim- reflexos normais- Você parece ser forte, aperta meu dedo o mais forte que você puder- força adequada para idade- Você sente cosquinhas?
-Sim- ele me respondeu com uma voz indefesa
-Então vamos rir um pouco- falei em quanto fazia cosquinhas em seus pezinhos, nada, nenhuma contração.- Mexe os dedinhos do pé para mim por favor.
-Assim?- ele me perguntou
-Assim mesmo, menino esperto- falei em quanto observava seu pé parado, me aproximei da enfermeira- me dê uma agulha fina. Ok Chuck, me diz se você sentir alguma coisa, tá bem?- fiz vários furinhos superficiais em seus pés.- está doendo?
-não- ele falou – eu sou forte.
- é você é- dr. Mackor retornou a sala- Mackor, leva para radiografar a coluna e uma tomografia da cabeça. Me bipe quando tiver os resultado.
Lutava contra as lágrimas que queriam escorrer de meu rosto, nunca é fácil. É a parte mais difícil do trabalho, dizer para os familiares que algo está errado. Ah, os senhores são os pais do Chuck? O filho de vocês que acabou de aprender a andar provavelmente está paralisado da cintura para baixo. Parece inumano falar uma coisa dessas, mas com outras palavras, é exatamente isso que vou falar para os pais do menino.
-Sr. E Sra. Launter – chamei-os- Aparentemente Chuck não tem nenhuma lesão no cérebro, mas- vi o sorriso aliviado deles se fechar no momento em que a palavra saiu de minha boca- o meu interno acabou de leva-lo para uma radiografia da coluna pois acredito que na queda a coluna absorveu o impacto-
-Ele está paraplégico?-o pai do menino perguntou com lágrimas nos olhos, interrompendo minha explicação.
-Ainda não sei, mas receio que sim... ele está na radiografia agora, mas irá para o quarto 506 assim que acabar, encontro vocês lá quando tiver o resultado.
Saí dali com lágrimas nos olhos, voltando para a encosta do lado de fora do hospital. Me assustei ao ver que o local já estava ocupado.
-Você está esperando por mim?- perguntei limpando as lágrimas.
-Você está chorando- Alexia disse me envolvendo em um abraço.
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Oi littler's!!!
Vou atualizar bastante até domingo, já que não estou tendo aula!!
Juro juradinho que o clexa kiss tá chegando!! Devo postar mais capítulos mais tarde!!!
xx//littleg
��5wi@
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apenas (sobre)vivendo
Любовные романыAcredito que a vida deveria ser mais do que apenas sobreviver, que se encontramos uma razão para sorrir, não deveríamos chorar. Acho que existe um propósito. Não acho que fomos enviados por Deus para seguirmos uma rotina. Não se, realmente...