Clarke
-O que temos?- perguntei aos soldados em quanto chegava as pupilas.
-A gente precisa voltar- o soldado falou apressado e saiu correndo, o outro continuou imóvel ao meu lado.
-Soldado, o que aconteceu?
-Ele levou um tiro no braço -o outro falou se virando- e uma facada na perna.
Não tenho internos aqui, nem residentes, tudo está em minhas mãos e nas mãos de quem me ajudar.
-Preciso do raio x portátil- gritei.
-Está em uso, quinze pessoas na fila, vai entrar?
-Vou- respondi chocada- mas precisa ser agora, ele está baleado.
-Todos estão- o outro médico responde.
Certo, pensa Clarke, pensa.
-Soldado- chamei-o- como se chama?
-Luca Riggs- respondeu prontamente
-Certo, você vai participar de outra guerra comigo, a guerra para salvar a vida do...- falei para ele me dizer o nome do ferido.
-Jonh Dennt- ele respondeu.
-Pegue um pedaço de pano e amarre acima do ferimento na perna, o mais próximo possível, com força- pedi assim que percebi que Dennt estava pálido pela quantidade de sangue que saia por sua perna.- Me ajude a senta-lo falei assim que ele acabou.
-Isso doí para porra- Jonh gemeu de dor.
-Filha da puta você ta vivo- o outro comemorou.
-Prazer Dra.Griffin- falei sem tirar os olhos do ferimento da bala- sinto em te informar que a dor nem começou. Certo, vou começar agora- falei e fui até armário pegar o que seria preciso.- certo Jonh. Isso aqui é para de deixar hidratado- falei colocando o soro em sua veia- Isso é porque você está perdendo muito sangue- falei inserindo um cateter em sua mão- vou administrar 5mg de morfina para dor, certo?
-Não- ele respondeu rápido- eu preciso voltar.
-Você não vai poder voltar- falei- olha mesmo com a morfina você ira sentir muita dor, então se prepare- falei colocando as luvas e pegando a mistura antisséptica, comecei limpando os arredores do ferimento da perna, o corte por sorte era superficial, mas foi próximo a femoral, sorte dele estar vivo. Comecei a analisar o ferimento do braço, a bala não tinha atravessado, mentalmente pedi desculpa ao jovem e enfiei dois dedos dentro da ferida dentro de sua pele. O outro começou a gritar desesperadamente, continuei movendo minha mão a procura da bala perdida dentro daquele braço.
-Riggs, acalme-o, preciso que o braço dele fique parado- o outro continuava imóvel- RIGGS?- gritei- inútil- murmurei por fim.
-Jonh- chamei o homem que urrava de dor- olha para mim,-estudos dizem que manter o paciente distraído alivia cerca de 13% da dor, mantive o contato visual com ele por alguns segundos e depois voltei a mexer me dedo. Antes que o homem voltasse a gritar pus-me a falar- Você ama alguém?
-Sim- ele falou com a voz rouca e sofrida. O esforço de falar em momentos de dor pode piorar a dor em 6%.
-Que bom Jonh, amar alguém é algo muito importante para o ser humano, nos dá força para lutar. A vida me deu alguém para amar também, minha garota, ela é absolutamente maravilhosa, quanto de aparência quanto de personalidade. Ela é morena de olhos verdes, o cabelo dela é o mais cheiroso e macio do mundo. Ela está sempre aqui para me ajudar, mesmo quando a gente briga e aqui sem ela, o único motivo de lutar pela minha vida é para poder reecon- parei de falar assim que senti meus dedos encontrarem da bala.- certo Jonh, eu achei o projetil, não está muito profundo eu posso retirar, posso te dar mais 2mg de morfina, fazer um pequeno corte, retirar a bala com a pinça, cauterizar possíveis focos hemorrágicos e grampear, mas não vou mentir, vai doer muito.
-E se...-ele falou assustado
-Se eu não tirar, provavelmente seu braço infeccionará e precisarei amputa-lo.
-Faça.- ele falou- Riggs, riggs cara, se eu morrer diga a Erika que a amo e dia a Sarah que ela será para sempre a garota do papai, cuide delas por mim.
-Você não vai morrer hoje afirmei- prendi-o na cama, com os velcros de encaixe que estavam estrategicamente posicionados, acredito que microcirurgias sem anestesias eram frequentes.- Riggs segure o braço dele- mesmo estando preso o braço do homem precisava ficar parado, peguei o bisturi e encarei-o, nem nos piores hospital de Seattle eu passaria por uma situação dessa- Certo Jonh, como eu estava dizendo, o meu único motivo de lutar pela vida é voltar para reencontra-la- falei assim que fiz o pequeno corte, o homem gritava, tudo o que eu queria ela que ele desmaiasse, mas ele resistiva- eu vejo um futuro para gente sabe, eu, ela e nossos filhos- peguei o afastador e ampliei o buraco- acho Mathew e Thomas legal para meninos- peguei a pinça,
os gritos pararam, olhei para o homem na mesa e ele tinha desmaiado- Acalme-se Riggs, ele desmaiou por conta da dor, vamos continuar. – Retirei a bala e contive uma pequena hemorragia que surgiu, como não tinha internos, precisei fazer o acompanhamento a cada duas horas, salvei cinco pessoas hoje, precisei realizar procedimentos como esse e até piores, perdi três pacientes, uma mulher que foi baleada na cabeça, e dois homens, um teve a garganta cortada e pela falta de equipamento não teve como salva-lo e o outro baleado no pulmão, é praticamente impossível salvar alguém com uma bala no pulmão aqui, de novo pela falta de equipamentos, balas no pulmão são casos graves, difíceis de se curar até em hospitais de ponta e até para cirurgias como Octavia Blake.Fui até a cabana que eles chamavam de banheiro e deixei a água fria escorrer pelo meu corpo, vesti o pijama nada confortável do exercito, e segui até o refeitório. Assim que avistei O, peguei minha sopa enlatada e me sentei ao seu lado.
-As coisas aqui estão muito piores do que eu imaginava- lamentei ingerindo a primeira colher.
-Salvei 6 , perdi 4- deu para perceber o cansaço na cara da morena- todas as mortes foram causadas pela falta de equipamentos.
-Salvei 5, perdi 3- lamentei- um teve morte cerebral, mas outros também pela falta de equipamentos.
Estávamos tão cansadas que após esse dialogo deixamos o aconchegante silêncio se estalar. As rondas da noite eram realizadas pelos dois médicos de plantão.
-Vamos para o dormitório, você está acabada- O falou.
-Não estou pior do que você- falei puxando-a pelo braço.
Me deitei na minha cama e peguei meu celular, sorri ao ver a foto de Lexa na tela bloqueada, com esforço digitei "clexagoals" senha que O tinha colocado e me impedido de mudar, liguei para meu amor e fechei os olhos em quanto esperava ela atender.
-Clarke?- minha voz favorita apareceu do outro lado, fiz esforço para abrir o olho, mas não conseguia abri-lo, acho que estou naquele estado, quando nosso corpo esta tão exausto que age como se já tivéssemos adormecido, mas nossa alma ainda está acordada- Boa noite meu amor, obrigada por ligar e mostrar que está tudo bem, sinto sua falta, amo você C, fique bem.- A voz de minha amava ecoou em minha cabeça, até tocar em minha alma, dando-lhe o que ela precisava para adormecer.
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Oioi gente
O cap saiu mais tarde do que eu esperava.... sorry!
Devem ter mais um ou dois caps na guerra!!!Só para preparar o core de vcs, acho que vou dar uma de Shondanas(p qm ve greys) ou Jason( p qm ver t100)...
Tentarei postar amanhã, obg pelo carinho de sempre
Xx//littleg
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apenas (sobre)vivendo
RomanceAcredito que a vida deveria ser mais do que apenas sobreviver, que se encontramos uma razão para sorrir, não deveríamos chorar. Acho que existe um propósito. Não acho que fomos enviados por Deus para seguirmos uma rotina. Não se, realmente...