Capítulo Dois

97 5 0
                                    

Estava tudo bem. Nós estávamos bem.

Então Mason colocou a mão na mesa e abaixou a cabeça como se estivesse enjoado.

-Está tudo bem? - Perguntei.

Ele curvou o corpo, virando de lado na cadeira e caiu, apoiando primeiro o peso inteiro nos joelhos até que cair completamente no chão com as mãos no peito.

Senti as paredes se encolhendo, o som ao nosso redor morrendo, enquanto pulei da cadeira e fui até ele.

Ele se debatia no chão, a mão apertando o peito e o rosto vermelho.

-Alguém ajuda! - Gritei. - LOGAN!

Algumas pessoas se aglomeraram no meio, tentando ver o que estava acontecendo. Segurei Mason da melhor forma que conseguia, tentando não entrar em pânico.

-Alguém liga para uma ambulância! - Ouvi a voz de Logan.

Mason fixou o olhar no meu e abaixei do seu lado, colocando sua cabeça no meu colo. Ele agora estava pálido e ainda se contorcia de dor.

-A ambulância está vindo. - Mais alguém falou.

Quando a adrenalina tomou conta das minhas veias, tudo pareceu acontecer em câmera lenta.

Senti meu coração apertando e reconheci o olhar de Mason nos meus. Medo. Nós estávamos com medo. Segurei sua mão e esperei.

Não sei quanto tempo a ambulância demorou para chegar. Não sei por quanto tempo ficamos ali no chão do bar com as pessoas a nossa volta sem saber o que fazer. Não sei como entrei no carro da ambulância, nem o que disse para os médicos. Não sei quando eles começaram a fazer massagens no seu peito e tentar acorda-lo.

-Está tudo bem, Mason. - Disse, pouco antes dos paramédicos entrarem pela porta do Lodge's, o mais confiante que sabia ser no momento. - A ambulância está vindo. Eles vão fazer ficar tudo bem. Eles vão fazer o seu coração bater de novo... Um milhão de batidas por segundo, se lembra?

Ele sorriu e balançou a cabeça quando senti, de alguma forma, que estava escapando de mim.

-Eu estou morrendo, princesa.

Precisou de tudo o que eu tinha para não deixar essas palavras me sufocarem, para me fazer forte, não me deixar sucumbir ao medo e olhar bem para o fundo dos seus olhos e dizer:

-Não, você não está. Você não pode morrer, Mason. Você não pode morrer e me deixar aqui, ouviu? Eu preciso de você.

-Ellie... - Ele me chamou e colei os ouvidos nos lábios dele. - Sinto muito, princesinha.

-Não! - Gritei quando ele fechou os olhos. - Não!

Foi quando os paramédicos me afastaram dele e o levaram para longe de mim.

A ambulância parou na porta do hospital e rapidamente o levaram, passando pelos corredores brancos, com luzes fluorescentes que irradiavam nos meus olhos. Segui os médicos e enfermeiros que se juntaram ao redor dele, até que um deles parou e ficou para trás, enquanto os outros fecharam a porta atrás de si.

-Vamos leva-lo para a sala de cirurgia. - Ele disse, com a voz calma e controlada, como se o meu melhor amigo não estivesse morrendo. - Você pode esperar aqui.

O enfermeiro apontou para os bancos na porta da sala.

-Não! Quero ir com ele! Preciso ir com ele! Ele...

Usei todo o resto de força que tinha em mim e tentei correr em direção a sala.

-Por favor, preciso que espere aqui. - O médico repetiu, me segurando pelo ombro.

Encontro você nas EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora