No dia seguinte decidi que já tinha ficado tempo demais longe do trabalho. E pela primeira vez em um bom tempo, finalmente tinha acordado com um propósito.
Antes das 8h, já tinha dois copos grandes de Frappuccino nas mãos e a pasta que meu pai deixou na porta do meu quarto ontem a noite.
Ainda sem saber exatamente para onde ir, decidi ficar no último lugar que morei antes de ir para Port Townsend.
O meu quarto na casa do meu pai não tinha mudado muito desde que fui para a faculdade, e as minhas coisas já estavam todas lá. Por isso, até encontrar uma solução a longo prazo, resolvi que daria menos trabalho ficar lá.
O meu pai, é claro, ficou extasiado. Desde que Elliot e eu nos mudamos, ele ficou naquela casa enorme sozinho.
Durante todo o caminho até o meu escritório, os funcionários me cumprimentaram educadamente, como se eu não tivesse desaparecido completamente nos últimos cinco meses e suspeitei que Elliot também teria alguma coisa a ver com isso.
A familiaridade daqueles corredores aquecia o meu coração e me fazia sentir borboletas no estômago. Desde que eu tinha dez anos, sabia que era exatamente ali que eu pertencia. Catorze anos depois, isso continuava sendo verdade.
Passei por todos os andares no elevador, então por todas as salas no último andar até parar no cubículo em frente a minha e colocar um dos copos de café sobre a mesinha.
-Errr... Obrigada, Srta. Heyward.
Olhei para trás quando não reconheci a voz.
-Hannah, certo? - Perguntei para a secretária baixinha, de óculos grossos e cabelo loiro preso em um coque.
Ela assentiu.
-Sim, senhora.
-Onde está a Viv?
Hannah desviou o olhar o olhou para baixo, batendo os dedos uns nos outros nervosamente.
-Eu... É... A Srta. Greyson... Pensei que a senhora soubesse...
Coloquei a mão firme em cima da mesa.
Liguei para Vivienne assim que papai e eu saímos do terraço ontem. Não nos falamos muito depois que fui para Port Townsend, mas queria vê-la antes de vir para o escritório hoje. E, quando não ela não atendeu o telefone, senti que tinha alguma coisa de errado.
Agora, vendo o nervoso de Hannah, precisava saber o que era.
-Soubesse de que? - Falei um pouco mais alto do que deveria.
-É que a Srta. Greyson-
-Eleanor? - A voz do meu pai a interrompeu. - Não sabia que você vinha agora de manhã.
Ele pareceu notar a tensão no ar.
Cruzei os braços na frente do corpo.
-Alguém pode me dizer o que está acontecendo? - Hannah continuou com a cabeça abaixada. - Pai?
-Vem, vamos para a sua sala.
Olhei de relance para Hannah e vi que ela deixou os ombros caírem.
Que droga estava acontecendo?
-Onde ela está? - Perguntei sem rodeios.
Meu pai se jogou no sofá da saleta e fez um gesto para que eu me juntasse a ele. Continuei parada até que ele finalmente desistisse.
-Vivienne não trabalha mais aqui. - Meu pai disse, por fim.
-COMO ASSIM VIVIENNE NÃO TRABALHA MAIS AQUI? - Gritei.
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Encontro você nas Estrelas
Romantizm"Eles disseram que tinha que parar. As bebidas. As apostas. Os amigos. Disseram que me dariam um tempo para provar que conseguiria me virar, que poderia continuar trabalhando, porque era o que ele queria que eu fizesse. Mas eu me perdi. Apostei...