Capítulo Vinte e Seis

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Já era quase de manhã quando voltamos para hotel.

Stormi, Cash e Mars ainda estavam do lado de fora, encostados na BMW que tinha visto mais cedo, na hora em que saímos do prédio. Eles perceberam que os machucados de Blake estavam limpos, o cabelo molhado e as roupas trocadas. E talvez tivessem percebido também que o meu cabelo também estava um pouco molhado, a maquiagem pesada que Stormi tinha feito mais cedo, tinha praticamente desaparecido. Mas Blake parecia bem melhor, de volta ao eixo, com a cabeça no lugar e era isso que importava.

Sendo a criança mimada que era, ainda ficamos cinco minutos no beco atrás do galpão onde os carros estavam estacionados, dizendo que ele precisava ir para o hospital, enquanto Blake insistia que estava bem, que uma bolsa de gelo e algumas horas de sono era tudo o que precisava.

Cansada de discutir, peguei a chave do Porsche da mão de Stormi e sentei no banco do motorista.

-Ou você entra nesse maldito carro ou vai andando de volta para Atlantic City.

Blake deu uma risada.

-Você sabe que esse carro é meu, não sabe? - Ele disse.

Dei de ombros.

-Boa sorte com isso, B. - Stormi disse, entrando na BMW, e olhou para Mars e Cash -Vocês dois, aqui dentro agora.

Se eles pensaram em discutir, desistiram logo depois de ela dar partida no carro.

-Ou vocês podem ficar aí e os três idiotas vão a pé para Atlantic City.

Os dois entraram no carro em velocidade recorde, enquanto Blake ficou parado com os braços cruzados e uma expressão irritada.

-Mars? - Blake olhou para ele, suplicante.

-Desculpa cara, mas ela pegou as minhas chaves. - Mars se defendeu.

-É o seu carro! - Blake insistiu.

-É a Stormi. - Mars respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Blake revirou os olhos.

-Isso é roubo. Vocês sabem disso, certo? - Blake disse.

-Então liga para a polícia, Blake. Chama a porra do FBI com o seu celular descarregado. - Stormi disse, com um suspiro.

Ele olhou para o banco do passageiro e o banco de trás, onde estavam Mars e Cash respectivamente, mas tudo o que ouviu foi:

-Desculpa cara.

-Foi mal.

-De repente é melhor ir no hospital mesmo.

-Na dúvida faz o que essas duas disserem.

Sem opções, Blake suspirou alto e resmungou até entrar no banco do passageiro do meu lado e jogar a bolsa no espaço do banco de trás.

-Inúteis. - Falou. - Aqueles dois traíras fazem tudo o que ela quer.

Revirei os olhos e dei partida no carro, seguindo Stormi até o hospital.

-Como se você não movesse montanhas com os próprios punhos por Stormi.

Blake, é claro, ignorou o meu comentário e continuou reclamando.

Ele reclamou quando chegamos no hospital e tivemos que esperar quase uma hora porque um acidente tinha acontecido em uma festa perto da praia e a emergência estava lotada. Ele reclamou quando o médico finalmente o atendeu e perguntou como ele tinha conseguido aqueles machucados. Ele reclamou enquanto a enfermeira cuidava das juntas quebradas dos dedos. Reclamou quando saímos com mais remédios do que ele tinha guardado naquele armário no banheiro de casa, e quando fizemos com que ele tomasse um por um até o hotel.

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