No final de tudo, Blake resolveu cozinhar.
E me perguntei se era porque ele não queria dizer que não gostava de comida chinesa, nem japonesa, ou porque queria impressionar o meu pai e Elliot.
Papai e eu estávamos sentados na mesa, contribuindo da melhor forma que podíamos para o almoço, o que poderia ser resumido em ficar fora do caminho enquanto Blake tirava panelas e ingredientes dos armários que nem eu mesma sabia que estavam lá, como se já fizesse parte da casa.
Elliot apareceu um tempo depois, de banho tomado e um sorriso nos lábios bem diferente da carranca que tinha meia hora atrás.
-Você está estranhamente feliz. - Papai disse, servindo uma taça de vinho para Elliot, que se sentou na cadeira do lado da minha. - O que houve?
Meu irmão deu de ombros.
-Eu não posso simplesmente estar feliz?
-Depois do show que você deu agora a pouco? - Perguntei. - Improvável.
Elliot passou o braço pelos meus ombros e sorriu.
-Não foi um show, eu só estava protegendo a minha irmãzinha. - Ele olhou para Blake. - E agora todos nós estabelecemos que o Blakey não vai magoa-la de novo, certo Blakey?
Blake assentiu, com a expressão mais séria que consegui, enquanto fatiava pedaços de pão.
-Isso mesmo.
-Viu? Não tenho mais com que me preocupar. Podemos ser uma grande família feliz agora. - Elliot disse, com uma alegria exagerada. - Especialmente se isso significar quem não precisamos mais pedir comida todos os finais de semana.
-Vocês não cozinham nunca? - Blake perguntou.
Elliot fez que não com a cabeça.
-Nunquinha. - Ele disse.
-Não sabia nem que tínhamos panelas em casa. - Completei.
-Os entregadores já chamam eles pelo nome. - Papai disse.
Blake abriu uma das panelas em cima do fogão e o cheiro de molho de tomate preencheu a cozinha. Levando em consideração a falta de aptidão que Elliot, meu pai e eu tínhamos na cozinha, os ingredientes que tínhamos na cozinha eram apenas o suficiente para fazer macarrão com molho de tomate, pão de alho e alguma sobremesa com muito chocolate — que era provavelmente o único ingrediente que nunca estava em falta na residência Heyward.
-Então, Blake, de onde vocês são? - Meu pai começou a rodada de perguntas que sabia que viria mais cedo ou mais tarde.
-Meu pai e eu nascemos em Cardiff, minha mãe é de Amsterdam e minha irmã nasceu em Copenhagen. - Blake respondeu.
-Seus pais moram aqui?
Blake balançou a cabeça.
-Eles não conseguem ficar muito tempo no mesmo lugar. A base da nossa empresa é em Londres, então é aonde eles estão agora. Eu fico no escritório de Nova York e a minha irmã faz faculdade em Copenhagen.
-E você tem algum plano de voltar para o Reino Unido?
Blake tirou os olhos da comida e olhou para mim, com um sorriso.
-Não, senhor. Eu não vou a lugar nenhum.
Uma garfada no spaghetti de Blake e eu soube que tinha feito a escolha certa em trazê-lo aqui. Mesmo com a precariedade de ingredientes, ele fez um molho suculento de tomate e ralou queijo Grana Padano em cima, acompanhado do melhor pão com alho amanteigado que eu já comi na vida. Nem conseguia me lembrar qual tinha sido a última vez que comemos comida caseira aqui. Na geladeira da casa em Port Townsend nunca tinha muito mais que uma garrafa de vinho e frutas, e aqui mantínhamos somente o que a nossa cozinheira, Sra. Wynwood, comprava para fazer o café da manhã e um jantar leve antes de sair.
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Encontro você nas Estrelas
Romance"Eles disseram que tinha que parar. As bebidas. As apostas. Os amigos. Disseram que me dariam um tempo para provar que conseguiria me virar, que poderia continuar trabalhando, porque era o que ele queria que eu fizesse. Mas eu me perdi. Apostei...