Encontro você nas Estrelas

Capítulo Doze

-Mais um?

Ouvi Logan perguntar, segurando o copo de vidro na minha frente. Assenti, mais por hábito que qualquer coisa e voltei o olhar para o envelope na minha frente.

As palavras pularam do papel e senti como se meu coração estivesse despencando em queda livre. Mantive os olhos fixos nele, apertando com força, como se as palavras fossem magicamente desaparecer se continuasse fazendo isso por um pouco mais de tempo.

Fechei os olhos, apertando a ponte do nariz.

Eu estava com dor de cabeça e, por mais que soubesse que a bebida só a tornaria pior, virei o copo de uma vez e abri os olhos quando o barulho do vidro deslizando na madeira ecoou no bar vazio.

-Obrigada.

Ele não disse nada, apenas balançou a cabeça, virou de costas e voltou a organizar as coisas atrás do balcão. Logan nunca foi muito bom com as palavras. Era um bom ouvinte na maioria das vezes, e uma ótima companhia quando eu queria ficar sozinha sem estar sentir sozinha, mas palavras definitivamente não eram o seu forte.

Naquele dia, como em todos os outros dias como aquele, sentei no banco de couro falso vermelho e fiz o meu melhor para me manter firme ali, enquanto os copos continuavam a vir cheios. O envelope com a carta marcadas pela caligrafia de Mason, jogada no balcão sujo e grudento. O relógio na parede mostrava que já tinha passado das quatro da manhã.

O bar já deveria ter fechado.

Merda.

Virei a última dose na minha frente e, dessa vez, não senti arder tanto assim. Foi aí que percebi que estava tão dormente quanto a vodka havia feito a minha garganta.

-Ei, sinto muito, Logan. Não vi a hora.

Ele virou e foi até mim, se apoiando no balcão na minha frente. Seus olhos caíram diretamente nos papéis dispostos na mesa e ele fez de tudo para que não transparecessem toda a pena que estava sentindo.

-Outra carta dele? - Perguntou.

Dei de ombros, mas ele continuou parado, esperando uma resposta.

Suspirei.

-Você sabia delas também?

Ele desviou o olhar e encolheu os ombros.

-É sobre a Vivienne e o bebê. - Disse.

-Eu imaginei, pela hora.

-Faz muito tempo que estou aqui? - Perguntei, percebendo que não fazia ideia de que horas havia batido na porta do bar.

Logan olhou para o mesmo relógio na parede, então de volta pra mim.

-Umas quatro horas? Talvez cinco.

Arregalei os olhos.

Cobri os olhos com a mão, sem apertar demais para controlar a tontura, e balancei a cabeça.

-Sinto muito. - Falei, ainda sem olhar pra ele.

Ele tirou as minhas mãos dos olhos e sorriu.

-Você já disse isso.

Não via Logan sorrindo com frequência. Pelo menos não desde que o Sr. Lodge morreu. Ele era bonito, mesmo com a expressão séria e cansada, alto como o pai era, mas mais forte. O cabelo castanho e a barba estavam bem aparados, as roupas sempre bem passadas e os olhos esverdeados brilhavam.

Tirei o pano úmido que ele segurava e comecei a esfrega-lo pelo balcão.

-O que você vai fazer sobre isso? - Perguntou.