A claridade ia tomando conta do quarto, e uma faixa de sol que passava pela persiana parou bem no rosto de Alfonso, que acordou incomodado. Ele se virou na cama, e estranhou por não encontrar Anahí ali. Procurou pelo comodo, mas este estava vazio. Desconfiado, ele checou sua carteira, e estranhou, por tanto seu dinheiro, como seu rolex que estava na mesinha de cabeceira, estarem ali. Ele tomou um banho e se vestiu, ainda pensando no porque ela saiu sem falar com ele nem pegar seu dinheiro.
Em outro hotel da cidade, Mane e Maite acordavam juntos. Ele pediu um farto café da manhã, e entre beijos e brincadeiras os dois aproveitaram o restante da manhã. Terminaram por tomar um banho juntos, e se arrumarem, para que Mane a deixasse em casa. Ela, ao entrar no pequeno prédio, viu um tumulto no corredor, e foi se aproximando dele que se bateu com Anahí, que também estava indo na direção do aglomerado de pessoas. As duas pararam no corredor do primeiro andar, e se depararam com Emily, filha de um casal de moradores dali, toda machucada e com o rosto coberto de marcas roxas, chorando nos braços da mãe. Mãe essa, que ao ver Anahí, foi em sua direção e lhe deu uma bela bofetada na cara.
- Isso é tudo sua culpa. - Apontou, enquanto Anahí tirava o cabelo do rosto, e levava sua mão ao lugar do tapa, que ardia. - Vá embora daqui Anahí, você é uma vergonha, e não merece morar aqui. - Jogou, direta e furiosa.
- Mas o que eu fiz? - Perguntou sem entender nada.
- O que você fez? Por sua culpa, abusaram e agrediram minha filha. - Dessa vez era o pai da menina quem respondia.
- E como isso pode ser minha culpa? - Estava extremamente corada por estar tendo aquela discussão em frente a todos.
- Enquanto você passava a noite com sabe-se la Deus quem, e onde, um de seus "clientes" esteve aqui, e Emily por azar do destino se esbarrou com ele, que por não te encontrar, resolveu mesmo assim cobrar o trabalho, porém com minha filha. - Cuspiu raivosa, a mãe dela.
Anahí menos entendeu, não estava no prédio durante a madrugada, e tampouco havia marcado com alguém ali. Ela se virou para Maite, e ao ver o olhar de desespero da amiga, soube que o homem não fora ali atrás dela, e sim atrás de Maite, que por estar com Mane até de manhã, havia se esquecido do homem com quem marcará.
- Me desculpe. - Pediu sincera aos pais de Emily, assumindo a culpa de Maite.
- Vá embora daqui Anahí, ninguém a quer aqui. Se não for por bem, faremos com que vá por mal. - Mandou raivosa. Maite bem que tentou intervir e assumir sua culpa, porém Anahí, ao perceber, fez um sinal negativo com a cabeça, e lançou um olhar calmo, tranquilizando a amiga.
- Eu já paguei o aluguel desse mês. - Contestou com vergonha.
- É dinheiro que você quer? - Perguntou o pai dela, tirando dinheiro da carteira - Pois bem, ai está o seu dinheiro. - Respondeu jogando-o no chão em frente a Anahí.
Ela olhou o dinheiro ali, sentindo o coração se contrair, e apertou as mãos em punho. Mesmo sendo humilhante, ela precisava do dinheiro, e foi se abaixando para pega-lo, terminando com a pouca dignidade que ainda tinha. Ela só parou quando uma mão puxou seu braço, impedindo que o fizera. Anahí olhou para cima, e reconheceu Phill, motorista de Alfonso, que logo a ajudou a se levantar. A mãe de Emily se aproximou dos dois, juntou o dinheiro do chão, e com o mesmo olhar de desprezo do marido, o entregou a Anahí.
-Agora vá embora. - Ordenou.
Anahí seguiu para seu apartamento, sendo seguida por Phill e Maite. Ao chegar no apartamento e se apressando em arrumar suas coisas, foi interrompida por Maite, que segurava o braço da amiga.
- Any, porque não me deixou assumir a culpa? - Perguntou confusa, e se sentindo ainda mais culpada.
- Ei Mai, poucas pessoas ou quase ninguém aqui sabem o que você faz, não se preocupe ok, eu vou ficar bem. - Prometeu, mesmo sabendo que estava em grandes problemas.
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Todo Cambio
FanfictionSua vida não era algo da qual ela gostasse, nem seu trabalho algo do qual se orgulhasse. Ser pisada e humilhada por uma sociedade que em sua grande maioria é preconceituosa, não deve ser algo que se enquadre nos planos de alguém com apenas vinte e c...