Capítulo 11

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No dia seguinte, a lembrança de que Alfonso havia bebido continuava ali, com uma ressaca insuportável, porém a culpa por ter desrespeitado Anahí também o acompanhava. Foi sentindo essa culpa que ele bateu no quarto da mesma.

- Anahí? - Chamou. - Podemos conversar?

- O que você quer? - Ainda estava com raiva.

- Eu estava bêbado, falei sem pensar, não penso mais em você como uma prostituta.

- Quando você ta bêbado fala o que realmente quer Alfonso. - Debateu grossa.

- Eu queria sexo, eu queria você. - Falou, olhando fixamente para ela. - Falei realmente numa tentativa de te ter.

- Bela tentativa. - Debochou, quase rindo.

- Eu sei. - Riu um pouco. - Mas acredita quando eu digo que não queria dizer aquilo de você. Você não é mais uma prostituta... Na verdade você nunca foi, não porque queria. Eu vejo isso agora. - Ela já havia mudado sua postura, e ele ao perceber, sorriu, a estava convencendo.

- Tudo bem, está perdoado. - Respondeu, também sorrindo. - Só, não me procura mais, não assim. - Pediu meio sem graça. É algo sobre os homens, eles tem o dom de estragar ainda mais as coisas.

- Duvido você não vir implorando. - Era para ser algo baixo, como um murmúrio, porém foi alto o suficiente para ela escutar.

- Quer dizer que toda essa cena de desculpas era mentira? - Perguntou ironica, e ele se virou para ela. - Porque você tem que estragar tudo? Eu tinha te desculpado seu imbecil. Você não é o fodão do mundo para eu implorar por uma noite com você Alfonso, na verdade, na minha concepção, você é um homem nojento. É preconceituoso igual a sua mãe, e um otário por fazer tudo o que faz com a Nina, ela merece coisa muito melhor. - Ele ia contestar, porém ela não havia terminado. - Você vai sair do meu quarto agora, e nunca mais vai encostar em mim. E eu só não saio daqui agora, porque ir para a casa da sua mãe não é uma opção, e não acho que Ian mereça saber o tipo de irmão que tem, e se eu dissesse que quero ir embora daqui, ele iria querer saber o motivo. - Que bolacha na cara ele havia levado.

Se ele não havia percebido antes, com certeza a ficha caiu agora, ela havia mudado, ele sabia que ela havia mudado, na verdade, ela nunca fora aquilo. Há sim, uma grande parcela de mulheres que gostam, ou sentem prazer fazendo esse tipo de trabalho, porém Anahí nunca foi uma delas.

...

Nos dias que se seguiram, os papéis se inverteram, se antes Alfonso tratava Anahí com indiferença, agora era ela quem o tratava assim. Se antes ela procurava uma conversa ou outra com ele, agora era ele quem a cercava o tempo todo, tentando puxar assunto sobre tudo. Só que Alfonso se descobriu bastante incomodado com aquela indiferença, na verdade ele se sentia culpado, sabia disso, mas não fazia a minima ideia do que fazer para que ela o desculpasse, afinal, ele não tinha experiência nisso, se sentir culpado por algo, era uma coisa extremamente nova para ele.

- Ai meu deus, que apartamento tedioso. - Nina reclamava da sala, onde tanto Anahí que estava ao seu lado, como Alfonso que estava na cozinha podiam ouvi-la. - Como vocês dois vivem assim? - Perguntou apavorada. Para uma pessoa extrovertida como Nina, aquele silencio chegava a ser irritante.

- A indiferença é reciproca então... - Anahí respondeu curta e grossa, mal dando atenção, enquanto mudava o canal da TV. Porém foi alto o suficiente para que Alfonso da cozinha a escutasse, e só ele sabia como aquilo o havia afetado.

- Alfonso, vai trabalhar hoje o dia todo? - Perguntou vendo o namorado passar pela sala em direção as escadas com um copo de suco na mão.

- Vou. - Respondeu tentando demonstrar uma mesma indiferença.

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