Capítulo 46

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Do outro lado de Boston Mane recém entrava na rua em que Maite morava. Os dois saíram do hospital no mesmo silêncio em que se encontravam agora, voltando a se falar apenas quando ele estacionou o carro.

- Obrigada. - Ela sussurrou. - Não precisava ter me deixado aqui. - Comentou, e se virou para olhar ele, pois até então estava de cabeça baixa. O que Maite viu quando se virou, foi um Mane implorando por consolo, mas orgulhoso o suficiente para não pedi-lo. - Você quer subir? - Perguntou.

- Eu não sei eu.. Eu só não quero ir para casa. - Respondeu, e viu ela saltar do carro, e segundos depois abrir a porta do motorista.

- Vem. - Estendeu a mão e ele pegou.

Os dois subiram, Maite o sentou no sofá e pegou um copo de água.

- Eu me sinto vulnerável assim. - Confessou de cabeça baixa. - Sofrendo. - Explicou.

- Eu já acho que isso mostra o quão humano você é... Mais do que eu já sabia que era, e conhecia. - Falou isso ajoelhada a sua frente, e com seu rosto entre as mãos. Os dois ficaram assim, até a hora que ela lhe deu um beijo... No rosto, porém um beijo que ele sentia mais falta que tudo.

- Posso ficar aqui hoje? - Pediu.

- Claro que sim. - Respondeu de imediato. - Toma um banho, relaxa, eu peço alguma comida. - Ele assentiu se levantando.

- Preciso de um banho. - Concordou indo para o banheiro.

Mane entrou de cabeça, e finalmente, com a água escorrendo por seu corpo, ele pode sentir que um pouco daquele peso que estava sentindo desde o dia anterior, estava indo embora. Saiu alguns minutos depois, enrolado na toalha.

- Maite? - Andou pela quitinete chamando por ela, que não estava. Ele sentou na cama, checando o celular, e esperou mais alguns minutos antes de Maite voltar. - Onde você foi?

- Comprei algumas roupas pra você em uma loja aqui perto. - Avisou, entregando a sacola para ele. - Não é o estilo de roupa que você usa mas é pra pelo menos você passar a noite.

- Está tudo bem. - Respondeu, voltando para o banheiro e pondo as roupas. Saiu de lá com uma calça de moletom, e uma camisa branca. - Obrigada. - Agradeceu.

- Mane... Posso pergunta uma coisa?

- Sim.

- Aquilo que você falou no hospital, de que...

- Que eu te amo... Bom, não com essas palavras, mas eu espero que você tenha entendido assim.

- Eu entendi. - Respondeu, já ficando vermelha. - Eu sei que... Talvez esse não seja o melhor momento para falar disso mas...

- Qualquer momento é o melhor momento Mai. - Falou calmo. - Mesmo com tudo acontecendo, e o mundo parecendo que vai desabar, eu continuo te amando. - Disse convicto.

- Eu continuo tendo medo... - Ela viu Mane suspirar. - Não, não, me escuta. - Pediu. - Mas desde o momento em que eu sai da sua casa, eu percebi que... Meu medo se torna algo tão pequeno perto do que eu sinto por você. - Confessou, e viu ele esboçar um sorriso. - E com isso que está acontecendo com o Alfonso, eu percebi que não da de esperar. Eu não posso, eu não quero esperar mais nenhum dia para dizer que eu te amo, e para estar com você.

- Eu te amo. - Deu dois passos até ela, a agarrou, e a beijou. Ele caminhou até a cama dela, e a deitou, ficando por cima.

- Você tem certeza disso? - Ela o parou, e perguntou.

- Tenho. Eu preciso pensar em outra coisa, e além do mais... Eu estou morrendo de saudades de você. - Ela assentiu e voltou a beija-lo.

Mane arrancou a roupa de Maite como pode, e se apressou em tirar a sua, os dois estavam sedentos por aquilo, precisavam se sentir, precisavam tirar o atraso, precisavam que o ar voltasse para seus pulmões, porque foi assim quem ambos se sentiram durante todo o tempo que estavam separados, que o ar lhes faltava. Ele começou a massageá-la com os dedos, enquanto alternava entre beijos em sua boca e seu pescoço.

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