Capítulo 61

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Em outro apartamento, localizado mais ao centro de Boston, Mane se encontrava na sala, conferindo algo em seu celular, quando sua concentação foi levada para outro comodo da casa.

- Mais que droga. - Maite falou, um pouco alto de mais, do quarto.

- Mai? Amor? - Ele se levantou, e foi até o quarto dos dois. - Está tudo bem? - Perguntou se aproximando.

- Não. - Respirou fundo antes de continuar. - Mane... Eu estou atrasada.

- Que? Pra que? Eu te levo. - Sim, ele realmente havia dito isso.

- Não, ai meu Deus. - Ela abaixou a cabeça em negação, e quando ergueu, evidentemente mais nervosa do que antes, explicou. - Minha menstruação Mane, minha menstruação está atrasada.

- O, o que? - Perguntou todavia meio perdido.

- Ai meu Deus, eu não posso estar gravida, não agora. - Falou enquanto andava pelo quarto, as mãos enterradas no cabelo.

- Mas só esse atraso é suficiente para desconfiar? - Perguntou, e viu ela olha-lo de sobrancelha erguida. - Não, não amor, não faz essa cara, é que... Eu não entendo, eu não entendo dessas coisas. - Contou, e ela assentiu.

- Sim, só uma menstruação atrasada é muito motivo para desconfiar. - Explicou, e tornou a andar. - Olha, eu sei que não é o melhor momento, meu Deus. - Ela parou de andar quando sentiu um puxão dele.

- É o momento perfeito. - Falou sorrindo. - Nós vamos dar um jeito em tudo. - Prometeu, e a beijou.

- Você está feliz? - Perguntou estranhando, e viu o sorriso do marido surgir, e tomar conta do rosto dele.

- É claro que eu estou. - Disse seguro. - E mais. - Ele se afastou dela. - Estou indo na farmácia agora, comprar alguns desses testes. - Avisou tirando a camiseta que usava, e colocando uma apropriada, a primeira que pegou no armário. - Você. - Ele foi até ela assim que terminou de vesti-la. - Fique aqui e beba bastante água. - Avisou, e saiu sequer dando tempo da mulher falar algo.

O mesmo sorriso com que Mane saiu daquele apartamento, o acompanhou durante todo o trajeto, até a farmácia, no caixa, e depois voltando para casa, porém, uma cara conhecida que ele realmente não esperava encontrar, o interrompeu dos mil planos que ele já criava em sua mente com um bebê, e o trouxe de volta para a realidade.

- Mane? - Chamou, e ele se virou.

- Lis? Meu Deus, oi. - Se aproximou, e a cumprimentou. - Como está, tudo bem? - Perguntou.

- Sim... Vou me casar. - Contou, feliz da vida, mostrando o anel em seu dedo.

- E eu estou para descobrir se vou ser pai. - Ele ergueu a sacola com no mínimo uns cinco testes de gravidez.

- Ai meu Deus. - Ela pôs uma das mãos na boca. - Como você está se sentindo com isso? - Perguntou.

- Eu não vou mentir, estou muito nervoso. - Confessou. - Mas também estou torcendo de mais para que saiam dois tracinhos aqui nesses testes. - Ele sorria. - Bom, eu... - Ele fez menção de se virar.

- Claro, claro, vai lá. - Os dois se despediram e ele ia seguindo seu caminho quando. - Mane. - Chamou. - Não fique nervoso, você vai ser um pai extraordinário. - Contou como em uma confissão, e ele sorriu.

- Maite, amor. - Chamou assim que entrou em casa.

- Estou aqui. - Respondeu do quarto, e ele a encontrou bebendo o final de uma garrafa de água.

- Toma. - Entregou a sacola, e ela, assim que a pegou, ergueu rindo, de nervoso mesmo, pela quantidade de testes que haviam ali. - Pra garantir. - Disse de ombros. - Ande.

- Ok, ok. - Foi indo em direção ao banheiro, e assim que o viu segui-la, o parou. - O que está fazendo? - Perguntou de sobrancelha erguida.

- Vou com você. - Disse como se fosse algo obvio.

- Eu já estou nervosa o suficiente para deixar que você venha comigo. - Disse, e fechou a porta na cara dele.

Os próximos minutos foram os mais longos da vida de Mane e Maite. O silêncio rondava o apartamento, e mesmo Mane querendo perguntar a ela se estava tudo bem, sabia, que quando ela estivesse pronta, e após descobrir o resultado, sairia, então, tentou ao máximo se acalmar, e se preparar para um possível negativo. Cinco minutos depois de entrar no banheiro, Maite saiu, sem dizer nada, sem olhar pra nada que não fosse o teste. Ela começou a andar pelo quarto, e Mane, no aguardo de uma resposta dela, começou a segui-la.

- Mai? E ai? - Perguntou, mas nenhuma resposta veio. - Mai? - Chamou novamente. - Hey, o que houve? - Dessa vez, ele a virou para si. - O que houve amor?

- Nada, só que... Nós vamos ter que reformar o quarto de visitas todo. - Respondeu ainda de cabeça baixa, e então sorriu.

- O que? - Perguntou não acreditando. - Nós vamos ter um bebê. - Sussurrou para si, levando seu olhar em seguida para a barriga ainda plana de Maite. Ele a puxou para si, e a ergueu em um abraço. - Eu te amo, te amo, te amo. - Repetiu. - E não se preocupe com nada ok? - Ela assentiu, compartilhando daquela mesma felicidade, porém achando graça dele.

- Eu também te amo Mane. - Respondeu, e os dois se beijaram.

...

A madrugada ia tomando conta de Boston, e voltamos ao apartamento de Anahí, mais precisamente ao quarto dela. Alfonso acariciava o braço desta, que estava deitada sobre seu peito dormindo, bom, era o que ele achava.

- Ok. - Ele se ergueu um pouco, para poder encara-lo. - O que houve? - Perguntou.

- Pensei que estivesse dormindo. - Disse de cenho franzido.

- Não consigo dormir com essa sua respiração pesada. - Contou.

- Desculpe.

- Pare de se desculpar, apenas... Me conte o que está acontecendo Poncho. - Pediu em tom de desespero.

- É só que... Nós somos tão diferentes, eu te fiz tanto mal... Eu não entendo como isso. - Ele gesticulou em volta. - Pode dar certo. Onde nós dois nos encontramos em meio a tanta dor, e tanta diferença? - Ele viu ela se ajeitar, e encara-lo.

- Nos encontramos aqui. - Uma das mãos dela estava em seu peito. - Na nossa cama, no nosso amor, no nosso filho. - Ele a olhava atentamente, e quando ela terminou, ele a puxou para um beijo.

- Eu já disse uma vez que você é... Tão mais humana que eu, tão mais pura, tem um coração tão cheio de vida. E eu só comprovo mais uma vez agora, você me perdoou. - Falou.

- Eu te perdoei porque... Simplesmente não fazia sentido não perdoar. - Disse como se fosse simples. - Eu te amava, te amo, e você estava se redimindo, esse perdão viria uma hora ou outra. - Contou tranquila. - Não pense mais nisso Poncho. - Pediu. - Nós perdemos tempo de mais nos fazendo mal, vamos apenas viver isso, esse amor.

- Eu te amo. - Sussurrou baixinho e ela o beijou.

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Bom gente, tenho uma noticia que eu descobri ontem mesmo assim que terminei de escrever o ultimo capitulo... Semana que vem, eu estou postando os últimos dois capítulos, na mesma ordem de sempre, um na terça, e o Epilogo na sexta. É uma noticia meio dolorosa, até pra mim, porém necessária.

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