Capítulo 19

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Não demorou muito mais depois que Nina foi embora, para que Alfonso finalmente pudesse ver Anahí. Este, ao entrar no quarto e vê-la virada para a janela, sentiu um alivio imenso no aperto que estava sentindo.

- Anahí? - Chamou, ainda parado na porta, e viu ela se virar para ele.

- Oi. - Falou, e viu ele cruzar o quarto a passos largos, se sentar com cuidado na ponta da cama para finalmente abraça-la, com cuidado, e encher o rosto dela de beijos.

- Graças a Deus você está bem, eu fiquei tão preocupado. - Desabafou, e ela se aconchegou no abraço dele. - O que houve? - Perguntou soltando-a algum tempo depois.

- Manuel. - Respondeu, e viu a cara de confusão dele. - Ele foi ao apartamento, não sei como, mas foi para se vingar. Iria me... - Ela não conseguiu completar a palavra, mas ele entendeu muito bem. - Mas quando eu cai e desmaiei, ele aparentemente desistiu. - Explicou.

- Você tem certeza, que ele não fez nada? - Alfonso estava numa mistura de raiva, preocupação e alivio.

- Sim. - Confirmou de imediato. - Eu acordei de madrugada e conversei com uma enfermeira, ela logo chamou a ginecologista que me fez diversos exames e aparentemente ele não me fez nada. - Alfonso deu um suspiro de alivio. - Eu não ia deixar ele me tocar de novo. - Com essa, Alfonso franziu o cenho.

- De novo?

- Antes de eu conhecer o Ian, antes de... Toda essa mudança acontecer... - Ela iniciou, aquela, não seria uma conversa fácil. - Você lembra quando ele veio até mim, cobrando dinheiro? - Alfonso assentiu. - Bom, antes, se eu não tivesse esse dinheiro ele... Cobrava mesmo assim, mas de outra forma. - E com essa, Alfonso franziu o cenho tentando afastar a imagem de sua cabeça.

- Sinto muito por isso. - Disse sincero.

- Ta tudo bem. - Ela também era bem sincera. - Não foi facil, mas foi algo que eu superei. Bem, não era como se na época eu pudesse me dar ao luxo de ficar deprimida ou algo.

- Isso é tão injusto.

- É, mas já passou, e eu superei.

- Eu vou cuidar pra que ele pague. - Manuel iria pagar, isso era algo mais que esclarecido na cabeça de Alfonso. - Ele não vai sair impune de nada, eu prometo. - E viu sua expressão de preocupação.

- Mas não faça nada que te arrisque. - Pediu.

- Não, não meu amor. - Falou tão inconsciente quanto ela ouviu. - Eu vou usar o que de melhor sei, a lei. - A acalmou. - Deus, eu fiquei tão desesperado quando eu vi você caída. - Disse após algum tempo, e os dois ficaram ali, apenas se encarando.

...

Ian havia levado Nina a uma cafeteria não muito longe do hospital, seus sentimentos estavam confusos. Saber que ela tinha terminado com Alfonso não o deixava triste, pelo contrario, porém vê-la sofrer pelo irmão o estava matando.

- Você é forte. - Falou, após finalmente acalma-la. - Eu sei que tira isso de letra. - Deu força, e ela assentiu, limpando as lagrimas uma ultima vez e levantando a cabeça para encara-lo.

- Eu vou. - Era a primeira palavra positiva das poucas que tinha falado desde que se encontrara com Ian.

- Essa é a Nina que eu conheço, a que não se rende por nada. - Tentou anima-la, secando uma ultima lagrima em seguida. - A dor é inevitável, mas você tem que usa-la como combustível para cumprir suas metas.

- Obrigada Ian. - Agradeceu sincera. - Eu só não... Queria perder você. - Falou por fim.

- Não vai, porque ai é que está, eu também não quero te perder. - Confessou, e viu ela finalmente sorrir.

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