Capítulo 47

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- O que? - Maite, ao lado dela, perguntava ainda raciocinando o que recém havia escutado.

- Você disse que está... - Nina não conseguia terminar, mas apontava para a barriga de Anahí, que assentiu.

- Eu vou ser tio? - Mane perguntava.

- Eu tive a mesma reação Mane. - Ian comentou rindo do amigo.

- Anahí meu Deus do céu. - Nina saia da poltrona, e se ajoelhava em frente a amiga abraçando-a. Maite seguia em estado de transe, porém ainda assim conseguiu se levantar e caminhar alguns passos. Anahí, assim que soltou Nina, se levantou e ficou de frente para a amiga.

- Mai?

- Você está gravida. - Anahí assentiu sorrindo, e com os olhos marejados Maite se lançou para abraçar a amiga.

Em meio a toda a tragédia que estava acontecendo, aquela noticia veio para trazer um pouco de alegria para todos. Os cinco ainda ficaram boa parte da tarde ali, Anahí os atualizou com o que a médica havia lhe dito, o que não era muito, e a principio estava tudo bem.

- Anahí nós podemos ficar. - Eles foram sair só no fim da tarde, porém havia uma preocupação da parte de todos em deixa-la lá.

- Esta tudo bem Nina. - Tranquilizou. - Eu preciso ficar sozinha aqui uma hora ou outra.

- Se precisar de qualquer coisa. - Maite tomava a frente, e pegava a mão da amiga.

- Eu sei, obrigada. - Apertou a mão da amiga em agradecimento

- Eu te busco amanhã para te levar ao hospital. - Ian avisou, e ela assentiu.

- Agora somos só nós. - Falou, ainda na sala, com a mão na barriga. Ela subiu para o quarto, e parou na porta.

- Deus, como meu marido é gostoso. - Comentou a um Alfonso de toalha que recém saia do banho.

- Você está ai. - Ele se virou, e foi até ela, dando-lhe um beijo.

- Estou. - Deu outro beijo nele, e no meio deste, o interfone tocou. - É a comida, eu vou. - Avisou, e saiu do quarto. Voltou algum tempo depois com uma bandeja, Alfonso já estava de calça de moletom, na cama, lendo algo no IPad. - Voltei.

- Ei. - Deixou o IPad de lado, e se ajeitou dando espaço para ela. - Porque está coberto Anahí? - Perguntou, quando viu seu prato na bandeja coberto.

- Ah, é que eu pedi uma comida diferente, dai quis fazer surpresa. - Comentou dando de ombros.

- O que? Ao invés de sushi pediu temaki? - Perguntou rindo, sabia o quanto a mulher era viciada em sushi. Alfonso tirou o cloche do prato sequer prestando atenção nele, ele ria junto com Anahí, então, foi um baque e tanto quando ao invés de comida, ele se deparou com dois sapatinhos de bebê, verde água. - Ahm... - Parou olhando, e então olhou para ela, e voltou ao prato. - O que é...

- Eu ainda não sei o que, então escolhi verde. - Disse, aguardando ansiosa por alguma reação dele, porém se passaram minutos, e ele não dizia uma palavra sequer, apenas encarava o prato. - Eu sei que é cedo, eu sequer terminei o colégio ainda, e nós não estávamos planejando, e nunca nem conversamos sobre isso, talvez você nem queira mas...

- Eu nunca tinha parado pra pensar nisso na verdade. - Eram as primeiras palavras que ele finalmente dizia. - Mas agora que ta acontecendo, eu percebo que... Era o que eu mais queria em toda a minha vida. - Ele viu os olhos dela marejarem. - Não tem essa de ser cedo, é no momento que é pra ser. - Completou, e a puxou para um beijo. - Você tem ideia do quanto eu te amo? - Perguntou sorrindo.

- Eu te amo. - Ela disse em meio ao beijo que veio.

- Seria perfeito se fosse assim não é? - Perguntou, ainda parada na porta. A incógnita ali, era saber com quem ela falava, talvez consigo mesma, talvez com o pontinho que estava em sua barriga. - É... Não vou conseguir dormir aqui. - Decidiu, entrando apenas para pegar seu pijama, e uma toalha, e saindo dali, não sem antes fechar a porta. Acontece que aquele quarto era tão... Deles, tantas coisas, tantos segredos, tantos orgasmos já haviam sido compartilhados ali, por eles, que ela não seria capaz de passar uma noite sequer sozinha ali, mesmo que não estivesse mais sozinha, ainda assim, não era ele.

...

Algum tempo depois, e do outro lado de Boston, Mane estacionava em frente ao apartamento de Maite.

- Obrigada. - O beijou. - Quer subir? - Perguntou antes de abrir a porta.

- Porque eu não... Te espero fazer sua mala, e você vai comigo para o meu apartamento? - Perguntou coçando a cabeça.

- Mane eu não sei se é uma boa ideia, acho melhor não. - Abriu a porta e saiu, porém ele não se daria por vencido.

- Porque não? - Abriu sua porta, e saiu junto.

- Nós acabamos de... Nem sei direito se voltamos. - Ele a encarou de sobrancelha erguida. - Ok, mas ainda assim, é meio apressurado de mais não?

- Não é pressa... É amor. - Ele respondeu. - É você voltar pra onde nunca deveria ter saido.

- E se não dermos certo? Não é melhor esperar mais um tempo?

- Eu não sou tolo. - Ele a segurou pela cintura. - Eu sei que vamos ter problemas como casal, todos os casais tem, mas Maite... Eu confio no amor que sentimos um pelo outro, no que eu sinto por você. - Maite escutava atentamente o que ele a dizia. - Não tem o que esperar, perante a esse amor, não tem mais o que esperar Mai. Nós já esperamos tempo de mais, e já erramos com nós mesmos, eu não quero esperar pelo próximo erro, porque eu sei que ele vai chegar, mas quando isso acontecer, nós vamos enfrenta-lo juntos. - E diante daquelas palavras, ela não tinha outra resposta para dar.

- Me ajuda a pegar minhas coisas? - Perguntou, passando os braços por envolta do pescoço dele, e puxando-o para um beijo em seguida.

- Claro. - Respondeu, após o beijo.

...

- Você acha que ela vai ficar bem? - Nina e Ian, recém chegavam ao loft que o mesmo agora morava.

- Não é mais o que eu acho, é o que ela precisa, ela precisa conseguir, precisa ser forte por dois agora. - Ian respondeu, tirando seu casaco e pendurando na cadeira, porém etsava distante.

- O que você tem? - Perguntou abraçando-o por trás. - Como esta?

- Com medo. - Confessou. - Por ela, por mim, com medo de que ele não...

- Ele vai acordar Ian, só que vai ser no tempo dele. - Tentou confortar, e ele assentiu, puxando-a para sua frente. - Vem, vamos por banho.

- Eu te amo sabia? - Comentou, ao ser puxado para o banheiro.

- E a que vem isso agora? - Perguntou parando no meio do caminho, e se virando novamente para ele.

- É só que... Eu soube desde o segundo um, que não conseguiria ter essa força, ou passar por... Metade disso se não fosse com você. - Respondeu, e viu ela encara-lo com um sorriso que se escondia, mas ainda assim se mostrava.

- Eu também te amo meu amor. - Disse por fim, antes de puxa-lo para um beijo.

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