Capítulo 44

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Ruth não esperou mais que uma semana antes de entregar as provas modificadas para Alfonso. O motivo da espera, mesmo não sendo grande, era apenas planejamento, afinal, ela precisava parecer que estava dizendo a verdade.

- Mãe? - Perguntou entrando na mansão.

- No escritório senhor Herrera. - Tania, a governanta, o avisava. Alfonso se dirigiu para lá, e assim que entrou sua mãe ligou o gravador com a suporta conversa de Anahí e Manuel.

"- Eu não aguento mais ficar aqui Anahí, quando você vai tirar dinheiro desse trouxa?

- Isso leva tempo Manuel, eu estou para me casar. Quando isso acontecer vai ser tudo mais fácil. - Para todo esse "show" Jack havia conseguido com seus contatos, uma gravação telefônica de Anahí, que após alterada, mudando o assunto, e o rumo da conversa para a que agora se escutava naquela sala, uma voz bastante parecida com a de Anahí, se não a mesma, havia sido inserida a conversa. - Alfonso está tão de quatro por mim que ele nem vai notar.

- E a conta já foi aberta? - Manuel perguntava. A parte dele nessa gravação era a unica verdadeira. Em um acordo com Jack, um acordo que nunca foi cumprido por sinal, ele telefonou para um número utilizando um celular que Jack o havia emprestado, e havia conversado com sabe-se lá quem, tudo o que ele ordenara.

- Já sim, prontinha esperando uma quantidade bem gorda de dinheiro entrar nela. - Haviam furos, mas era bastante convincente. - Preciso ir Manuel, não é seguro nós dois conversarmos, eu irei te visitar novamente."

- O que é isso? - Alfonso perguntava parado na porta, os olhos pesados, tentando processar o que recém escutara.

- Isso é o que eu venho tentando te falar desde sempre meu filho. - Ruth falava mais sínica impossível. - Aquela puta é uma aproveitadora.

- Não, não é possível, da onde surgiu essa gravação?

- Eu pus um detetive atrás dela. - Disse indo até ele. - Aqui, aqui tem mais provas. - Entregou a pasta para ele. - As chamadas telefônicas do numero de Manuel para Anahí. Você pode ligar se quiser, ele vai atender, eu mesma já fiz isso. - Mentiu. - E aqui. - Mostrou a outra folha para ele. - Uma conta no nome de Anahí Portilla realmente foi aberta na Suíça. - Alfonso olhava tudo aquilo sem saber o que pensar, e em quem acreditar. - Filho. - Ruth o chamou tocando seu ombro, porém ele deu um passo para trás.

- Não, não pode ser verdade. - Ele pegou tanto o gravador, quanto a pasta e saiu não correndo, porém andando particularmente rápido.

- Alfonso espere. - Ruth bem foi atrás do filho, porém ao vê-lo indo embora, parou na porta com um sorriso de quem havia vencido, ela sabia que havia conseguido.

A uma lei sobre Boston, o trafico da cidade é semelhante, quase igual ao de Nova York, e em NY, se você andar pelas ruas na velocidade em que Alfonso estava... Boa coisa não pode sair, e não saiu. Foi rápido, em um minuto ele estava tirando o celular do bolso, queria chamar Anahí, queria lhe perguntar o porque, porque ela o havia enganado assim, porque ela o havia deixado se entregar, se abrir da forma que ele havia se aberto com ela, e então aconteceu... Ele desviou quase nada para a pista ao lado, e o carro que vinha deu de frente com o dele. A Porsche de Alfonso voou no mesmo minuto, caindo primeiro encima do carro em que havia chocado, e em seguida, dando duas voltas mais para o lado, e finalmente parando no meio da pista, tendo arrastado dois carros mais consigo nesse processo.

...

Era meio da tarde de uma quarta feira, todos estavam trabalhando, Anahí estava no colégio, a probabilidade de alguém que pelo menos conhecesse Alfonso ver os noticiários eram minimas, e foi exatamente isso que aconteceu, ninguém o viu. As noticias começaram a correr bem meia hora mais tarde, após uma desesperada Ruth, já devidamente avisada, ligar para Robert, que estava no escritório, este saiu as pressas avisando a quem visse pela frente, e isso incluía Mane, que ficou no mesmo pé de desespero que Robert, e foi com ele para o hospital. Ligaram para Ian no caminho, que saiu da revista as pressas, passando por Nina, indo para o hospital.

- Pai? O que aconteceu? - Ian chegou, quase correndo, com uma Nina igual de apreensiva atrás de si.

- Ele sofreu um acidente filho. - Respondeu pondo uma das mãos no ombro do filho. Ele não tinha como acalma-lo, se estava igualmente nervoso.

Havia um porém ali, Mane estava naquele hospital, junto com o que chamava de família, mesmo que não fosse de sangue, porém seu pai não, e não estava por causa dele. Ele já havia ligado para Robert, e dado a força que o amigo precisava, porém não passou dai, não apareceu no hospital... E por incrível que pareça, seu filho preferiu assim. Ao invés disso, o apoio de Mane veio de quem mais o entendia naquela sala. Ele e Ian não precisaram dizer uma só palavra, ao se encararem, um de cada lado da sala de espera, um aceno de cabeça foi suficiente para que ambos entendessem que estavam ali um para o outro. Os presentes no hospital esperaram, uma espera angustiante e impaciente, porém por fim, o médico chegou, só que ele não trazia boas noticias consigo.

- Ele está em cirurgia. - Avisou de imediato. - Chegou aqui com um traumatismo craniano, e o cérebro está bastante inchado, ele quebrou duas costelas que por sorte não perfuraram nada, e também tem uma torção no joelho esquerdo. - Finalmente havia terminado. - Eu os manterei informados. - E saiu, deixando todos ali numa agonia inexplicável.

Passaram uma bem meia hora ali, até que Ian, que estava até então abraçado a Nina, se soltou dela, a puxou pela mão, levando-a a té Mane, e enfim falou sobre algo que os três já haviam pensado, mas nenhum deles havia dito.

- Como vamos fazer isso? - Parecia que se perguntava ao mesmo tempo que perguntava a eles. - Como vamos contar a ela?

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