Agora, o tempo parou. Estamos com um Logan de dois anos e sete meses, convivendo feliz da vida com os dois pais. Ele não entendia muito bem porque tinha que ir para a casa de um e do outro toda a semana, mas sendo muito pequeno, não ligava muito, apenas ia, e se divertia. Era assim que Anahí o via, feliz, e ela também estava, se seu filho estava feliz, ela estaria feliz, só que Alfonso não pensava exatamente assim. Não em relação a Logan a felicidade dele era tão importante para ele quanto para ela, mas ver uma Anahí feliz, enquanto ele definhava de raiva por dentro, pelo que ela supostamente havia feito, na cabeça de Alfonso não estava certo, e ele certamente tomaria uma atitude, ou melhor, já estava tomando.
Ian estava no apartamento de Anahí, com Logan. Era o dia dela ficar com o filho, porém tinha uma festa de aniversário de uma colega da faculdade, e após muito ele insistir, garantindo que ficaria tudo bem com o menino, ela foi. Ele havia dado a janta e o banho de Logan, e este agora estava na sala assistindo a um filme, os olhos já insinuavam cansaço, e seria questão de minutos até ele dormir. Ian estava na poltrona, lendo algo, e vigiando o menino que volte e meia soltava um sorriso sonolento para o tio que sorria de volta. A conexão que os dois tinham era algo inexplicável, Logan era grudado no tio. Foi quando Ian viu, na mesa de centro. Algumas cartas entreabertas escondiam uma que estava em baixo, porém Ian reconheceria aquele envelope, ainda fechado, em qualquer lugar e ocasião, pudera, crescera vendo o pai e depois o irmão enviarem cartas e mais cartas com aquele mesmo envelope. Sabia que era errado, porém estava intrigado, e o abriu... Que bom que o fez.
...
- Alfosno, que merda é essa? - Ian aparecia no apartamento do irmão, já sendo tarde da noite, e ao vê-lo na sala, jogou o envelope na frente dele.
- Vejo que já estão enterados do meu pedido de guarda. - Respondeu calmo, colocando seu copo de whisky na mesa e se levantando.
- Não, ela ainda não sabe... E nem vai saber. - Respondeu enojado.
- Eu vou pedir a guarda do Logan, e ele vai passar a viver aqui, sem esse intercambio de casas que eu particularmente não acho saudável. - Essa era a desculpa que ele deu? Sério Alfonso?
- Se fosse para ele morar na casa de alguém, deveria ser na dela, e não aqui. - Ian cuspiu. - Agora eu quero a verdade, porque está fazendo isso? - Perguntou, e era evidente a raiva tanto em seu olhar quanto em seu tom.
- Porque eu quero que ela sofra o que eu sofri. - Respondeu após algum tempo.
- Você sofreu porque quis, foi você quem foi embora sem dar explicação nenhuma, foi você que voltou parecendo que haviam feito uma lavagem cerebral, ou melhor, parecendo que a Ruth havia feito uma lavagem cerebral em você.
- Aconteceu muito antes disso Ian. - Respondeu, os olhos fechados por se lembrar da gravação que estava intacta em sua memória.
- Então me diz o que aconteceu. - Pediu. - Você voltou não sendo você e... Seguiu a vida sem nos dar nenhuma explicação. Eu perdi o meu irmão, o Mane perdeu seu melhor amigo, me conta Poncho. - Poncho, golpe baixo.
- No dia do meu acidente a mamãe me chamou na mansão. Ela me mostrou um áudio, onde a Anahi e o Manuel conversavam sobre uma conta na Suiça, e sobre ela transferir dinheiro da minha conta para essa, e os dois iriam fugir. - Ian escutava com atenção. - Eu vi o extrato com as chamadas dele para ela, eu vi o comprovante da conta na Suiça, no nome dela. Era por dinheiro Ian, sempre foi. - Respondeu, estava raivoso, porém também estava cabisbaixo, lembrar daquilo doía.
- Eu não acredito que você acreditou na Ruth. Por Deus, é a Ruth Alfonso. - Ian disse, os braços abertos. - E você... Não pensou em investigar essas provas? Meu Deus. - Ele estava com raiva, não sabia de que, mas estava. - Você é um advogado Alfonso, você faz perguntas, não sai tirando conclusões, e no "caso" mais importante da sua vida, você não fez uma unica pergunta, você aceitou o que te foi dado e ficou por ai.
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Todo Cambio
FanfictionSua vida não era algo da qual ela gostasse, nem seu trabalho algo do qual se orgulhasse. Ser pisada e humilhada por uma sociedade que em sua grande maioria é preconceituosa, não deve ser algo que se enquadre nos planos de alguém com apenas vinte e c...