Capítulo 16

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No final de semana, Mane convidou os irmãos, Nina e Anahí para um jantar em seu apartamento. Eles, Ian, Alfonso e Mane, procuravam sempre fazer desses encontros descontraídos sempre que podiam, sem o luxo e a sofisticação de um restaurante, que as vezes cansava. Nina volte e meia os acompanhava, e agora com Anahí e Maite, o ambiente ficava ainda mais animado.

- E bom... - Estavam todos na sala, o assunto já tinha variado entre futebol, e por incrível que pareça, Animais Fantásticos e Onde Habitam, afinal, todos os seis ali foram da era de HP, e não perderiam por nada esse filme. E agora estavam na experiência de Anahí ao voltar a estudar. - Nina você tinha razão, física não foi algo criado por Deus. - todos riram.

- Qualquer coisa, peça ajuda a Alfonso, ele entende bastante de física. - Sugeriu, cutucando o namorado que estava ao seu lado.

- E todo mundo sempre te tratou numa boa? Ou teve aquele pé atrás por você ser mais velha. - Era Mane quem perguntava, ele estava encostado no sofá, com Maite, que havia se aninhado a ele com uma taça de vinho na mão.

- No começo eu sentia alguns olhares. - Lembrou rindo. - Mas na verdade nunca me importei com isso. - Largou tranquila. - E agora já até tenho algumas colegas.

Maite estava um pouco distante dali, estava feliz pela amiga, obviamente, porém vê-la estudar, e ter todas essas oportunidades, lhe causavam... Não era inveja, era saudades, saudades do tempo em que também estudava. Foi um jantar descontraído aquele. Pediram algumas pizzas, e acabaram por come-las ali mesmo na sala, tomaram um bom vinho, e algumas cervejas, e após algum tempo e muita pizza, se dispersaram um pouco pelo apartamento. Anahí estava na varanda, olhando uma Boston que agora dormia, era lindo. Anahí e Alfonso já haviam voltado a se falar normalmente, verdade seja dita, ele estava sendo bastante atencioso com ela, indo leva-la e busca-la todos os dias, e ela não gostava de guardar rancor, juntando essas duas coisas, ela resolverá por acabar com a rotina de indiferenças e poucas palavras, e fora ali mesmo, no jantar que começará uma nova rotina.

- Oi. - Alfonso, com uma taça de vinho, se juntou a ela na varanda. - O que foi aquilo? - Ela franziu o cenho. - Acabamos com a maratona de indiferença? - Ela riu.

- Não gosto de guardar rancor. - Respondeu.

- Então já me perdoou? - Tentou, e ela riu.

- Melhor você me perguntar isso daqui a alguns dias. - Respondeu rindo.

- Eu também não gosto... De guardar rancor. - E os dois ficaram ali, apenas vendo como era bonito Boston durante a noite.. - Ok então... - Falou após algum tempo. - Continuarei lutando pelo seu perdão. - Ela riu.

- Você estava lutando? - Brincou.

- Não, não faça assim. - Estavam rindo. - Estou lutando a semanas por ele, não deu pra perceber não? Indo te levar e te buscar a todos os lados. - Ela assentiu rindo. - Mas olha, não é só por isso que eu estou fazendo tudo isso. - Começou, agora já mais sério. - Eu faço isso, porque eu quero, porque eu também me assustei, e sigo assustado. Você me conhece, se eu não quero uma coisa, eu...

- Você simplesmente não faz. - Interrompeu, entendendo onde ele queria chegar.

- E eu quero estar lá. - Explicou. - Como queria estar lá pra te buscar no seu primeiro dia, pra ver a felicidade com que você saiu da aula, você merece Anahí, e você nunca foi o que eu pensei que era, eu entendo isso agora. - Um silêncio tomou  conta da varanda. - Eu não te toquei mais Anahí, como você pediu, mas acima disso, eu não o fiz porque eu entendi, entendi que você não merece menos respeito que ninguém. Se eu visse que você estava se aproveitando de tudo, do meu irmão, eu não ligaria, mas eu te conheço agora. - Terminou.

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