Capítulo 56

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- E você quem é? - Jack perguntou novamente, o cenho franzido.

- Sabe. - Começou. - Eu era uma criança, mas definitivamente me lembro de você. - Comentou. - Alfonso Herrera. - Estendeu a mão, e Jack sorriu malicioso assim que escutou aquele sobrenome, estendendo a mão de volta. - Será que eu posso... - Ele apontou para dentro, e Jack deu espaço para que ele entrasse.

- A que devo sua visita? - Perguntou se sentando e apontando a poltrona para Alfonso.

- Vou ser breve, quero apenas algumas respostas. - Disse se ajeitando. - O que minha mãe queria quando esteve aqui a três anos atrás? - Perguntou direto. Ele sequer sabia se Ruth havia estado ali para investigar Anahí, mas sendo essa a única informação que tinha, e o único lugar fora do comum que Ruth estivera, era provavelmente sua única chance de descobrir a verdade.

- Desculpe? - Perguntou sorrindo.

- Você me ouviu. - Alfonso respondeu sem paciência.

- Ela queria informações sobre algo. - Se limitou.

- Vamos Jack. - Incentivou. - O que eu posso fazer para você me dizer o que ela queria com você? - Ele olhou em volta. - Dinheiro talvez? - Perguntou, e estudou a reação de um Jack interessado. - Acertei não é?

- Talvez... Mas não vai sair barato. - Avisou.

- Faça seu preço. - Alfonso disse. - Mas antes, eu quero respostas. - Avisou. Alfonso viu Jack se levantar, e buscar no armário que havia no corredor uma pasta, que era acompanhada por um gravador, gravador esse que Alfonso na hora reconheceu. Não era o mesmo, afinal, o que Ruth o havia entregado, havia se destruído no acidente, porém o modelo era idêntico. - O que tem nesse... - Ele mal tornou a falar, e Jack o havia ligado, e novamente Alfonso escutava aquela suposta conversa entre Anahí e Manuel. - Foi isso que ela veio fazer aqui? -Perguntou assim que a gravação acabou, e Jack lhe passou a pasta com as mesmas informações. - Você é a pessoa que investigou minha ex mulher?

- Não Alfonso. - Ele negou. - Eu sou a pessoa que criou todas essas provas contra a sua ex mulher. - Admitiu sorrindo. Jack guardara tanto a pasta quanto o gravador por todos esses anos com um único objetivo, chantagem, porém, sem sequer precisar chegar a esse ponto, ele conseguia o que queria, dinheiro. - Agora será que podemos falar sobre meu dinheiro? - Perguntou a um Alfonso que encarava a pasta com os olhos marejados, parecia que não conseguia acreditar no que acabara de escutar.

- Eu preciso... - Ele se levantou tentando entender. Entender o porque acreditara em sua mãe, entender como fora tão cego ao ponto de perder o amor de sua vida, entender...

- Meu dinheiro. - Jack o barrou.

- Você o terá, eu cumpro minha palavra. - Alfonso sussurrou, e saiu.

O carro de Alfonso mal andou duas quadras e parou, ele não tinha condições de continuar dirigindo, pelo menos não agora. Alfonso parou, relembrando o dia em que sua mãe lhe mostrara as provas contra Anahí... Como? Era tudo o que ele se perguntava. Como pode ter sido tão estupido de acreditar nela? Como estava, ali, parado, ficou. Era noite quando ele finalmente decidiu ir para a casa. Queria mais que tudo conversar com Anahí e implorar por seu perdão, mas se sentia pesado, envergonhado de mais para isso.

Alfonso chegou ao seu apartamento, e se jogou na cama como estava, de calça, camisa e sapatos. Se sentia febril, sentia uma dor imensa, inexplicável, e definitivamente não sabia o que fazer. Passou a noite em claro, indo dormir apenas perto do amanhecer, e acordando perto do meio dia, com o celular vibrando no bolso, nem isso ele havia tirado.

- Alô? - Atendeu sonolento.

- Alfonso cade você? - Era Mane quem perguntava. - Temos que estudar aquele novo caso. - Lembrou.

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