Capítulo 29

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Alfonso se demorou mais uma meia hora no apartamento de Maite, e foi embora. Ainda saiu para comprar um remédio que dopasse Maite para dormir, se despediu da namorada, e foi. Normalmente, em seu lado da cidade, esses remédios, só eram vendidos com prescrição médica, porém no Brookline, bastava ter o dinheiro, que você os conseguia. Maite os tomou, e levou bem quinze minutos para apagar como pedra.

Mane estava do outro lado da cidade... Com Lis. Havia marcado um jantar com ela, e não desmarcara, mesmo após saber do que havia acontecido com Maite, porém Lis percebeu que seu corpo estava ali, porém sua cabeça estava em outro lugar.

- Ok, quer me dizer o que houve? - Perguntou, e viu ele lhe dar atenção. - Você olha pra esse celular como se alguém fosse sair dai de dentro. - Comentou.

- Desculpe, é que... Houve um problema, e eu estou preocupado com isso. - Contou por cima.

- Você quer ir embora? - Perguntou direta.

- Não não, esta tudo bem... Onde estávamos? - Perguntou, tentando voltar para o assunto que ele sequer havia prestado atenção a noite toda.

- Mane, vá, está tudo bem, nós marcamos outro dia. - Disse  sorrindo para ele.

- Obrigada. - Disse se levantando num baque. - Vem, eu te levo. - Ofereceu.

- Não se preocupe com isso. - Tranquilizou, e viu ele jogar algumas notas na mesa, pagando a conta.

- Obrigada. - Disse novamente, antes de sair as pressas.

Chegou ao apartamento de Maite algum tempo depois. Esta por sua vez, já estava apagada. Anahí e Nina estavam na sala, uma no celular, e a outra assistindo TV.

- Mane? - Anahí havia levantado para atender a porta.

- Como ela está? - Perguntou agoniado. Alfonso havia lhe contado que Manuel não havia conseguido fazer nada com ela, porém isso não diminuiu nem um pouco sua preocupação.

- Ela vai ficar bem. - Nina tentou tranquilizar. Mane então a viu, o apartamento de Maite era uma quitinete, de maneira que, era possível  ver sua cama da porta. Ele sequer pediu permissão, simplesmente entrou,e se ajoelhou ao lado da cama.

- Eu tive tanto medo meu amor. - Sussurrou, passando uma das mãos por seu rosto, porém Maite sequer se mecheu. Ele ficou ali, apenas olhando-a, velando seu sono, por um tempo antes de se levantar. - Por favor, não digam a ela que eu estive aqui. - Pediu, e viu tanto Anahí como Nina assentirem. Ele agradeceu, se despediu das duas e saiu.

Nina e Anahí bem tentaram dormir. Se ajeitaram uma na cama de Maite, que era de casal, e outra no sofá. Porém já ia dar duas da manha quando Nina, que estava na cama, desistiu, e se levantou para fazer um chá. Tentou fazer silencio, porém Anahí, acordada como estava, a viu.

- Nina? - Chamou se sentando.

- Desculpe, te acordei? - Ela perguntou.

- Não não. - Tranquilizou. - Também não consegue dormir? - Nina assentiu.

- Vou fazer um chá, você quer?

- Sim obrigada.

Nina fez o chá, e se sentou no sofá com Anahí, passando uma caneca para ela.

- Eu não entendo. - Anahí murmurou após alguns goles. Nina se virou para ela franzindo o cenho. - Essa reação da Mai, esse desespero evidente.

- Como não? - Perguntou de imediato.

- Eu já passei por isso, mesma situação... Com uma diferença. - Pausou antes de reviver aquele dia de novo. - Não tive um sapato, e muito menos um vizinho para impedir Manuel. - E viu Nina fechar os olhos, parecia que queria afastar a imagem de sua cabeça.

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