Morbo: O começo_ Livro 4

Primeiros Testes

(Nova York; 12/06/2023)

"- A equipe do Laboratório e Centro de Pesquisas Cypress anunciou que um Nova Iorquino poderá se inscrever para ser cobaia do soro M18, as inscrições já estão abertas e o sorteio com os nomes dos participantes será no dia vinte de Junho de dois mil e vinte três, até lá as observações em cobaias animais prosseguirão.
Nancy Howard para o Diário de Manhattan."

Após terminar de escutar a notícia, Paris desligou o celular enquanto eu aplicava uma injeção com o soro em um rato de laboratório.
- Pronto, agora só precisamos analisar este e os outros dois cobaias por uma semana.- Eu disse.
- Será que é suficiente?- Ela perguntou.- Não estamos indo muito rápido com esse projeto?
- Nós temos que progredir rapidamente Paris, é simplesmente o projeto de nossas vidas! Como pode pensar em desacelerar agora?- Levantei as sobrancelhas.
- Emmett, sou sua amiga e como sua amiga vou te dar um conselho: Não precisa de tanta pressa, para quê? Não precisamos de tanta ambição.- Ela disse, respirei fundo.
- Precisamos terminar isso, não por ambição é mais por fascínio. Paris, depois do que fizermos neste laboratório o mundo vai mudar para sempre.- Eu disse, ela meneou com a cabeça.
- Sei disso, só temo que que as mudanças sejam mais negativas do que positivas.- Ela disse.
- Mudanças são necessárias. O mundo já não é mais o mesmo, ele muda constantemente e as pessoas mudam na mesma constância, ou você muda com elas ou fica para trás.- Rebati, ela suspirou.
- Tem razão.- Ela disse, eu liguei um aparelho e começei a checar as reações do organismo dos três cobaias, o soro havia entrado na corrente sanguínea como era de se esperar, tudo funcionava bem.
- Tudo em seu devido lugar, mesmo que eu tenha acabado de aplicar. Se as reações continuarem positivas até o dia dezenove no dia vinte já poderemos sortear um cobaia.- Eu disse.
- E temos que nos certificar que o cobaia vai estar saudável. Além do mais, vai com calma, ainda temos uma semana para observar as reações do organismo desses ratinhos.- Paris disse.
- Olhando por esse lado, você tem razão doutora Jensen.- Assenti, ficamos em silêncio a maior parte do tempo enquanto checávamos o organismo dos ratos.
- Ei.- Ela chamou, olhei para ela.- Acha que vai dar tudo certo mesmo?- Ela perguntou.
- Com certeza.- Afirmei.- Por que está tão...inquieta com relação ao projeto?
- Não estou inquieta é só que...- Ela hesitou.-...A minha irmã diz que esse projeto é revolucionário mas diz que sente que algo está errado, não costumo acreditar em tanto misticismo mas ela é a minha irmã, porque eu não deveria confiar nela?- Ela desabafou.
- Nunca me disse que tinha uma irmã.- Eu disse.
- Tenho. Ela se chama Grece, vive em Chicago, tem vinte e dois anos e faz medicina.- Ela sorriu.
- Ela é a caçula?- Perguntei.
- Sim.- Ela respondeu.
- Se é sua irmã e acredita que não vai dar certo então deve estar do lado dela. Paris o maior bem de nossas vidas é a família, nunca se sabe se sou mesmo confiável ou não então por via das dúvidas escolha confiar na Grece.- Eu disse.
- Obrigada Emmett. Por expulsar um peso a mais da minha mente.
- É o que os amigos fazem.

(Indianapolis; 12/06/2023)

- Só assiste jornal pai?- Perguntei entediado.
- Patrick, tente ser um pouco mais compreensivo, quero me manter bem informado sabia?- Meu pai perguntou.
- E eu quero usar o Netflix.- Eu disse.
- Você só pensa nisso Pat, o que tem de tão interessante em assistir séries ou filmes o dia inteiro?- Minha mãe apareceu.
- É bem mais legal do que ficar pesquisando sobre o M18.- Respondi.
- Pat, eu escrevo colunas para jornais, preciso de assunto e se não tiver bons assuntos provavelmente perco o emprego, é a lei da vida.- Minha mãe disse, ouvi meu celular tocar e vi que a ligação era de Mallory Brentwood, minha melhor amiga.
- É sua namorada?- Meu pai perguntou.
- Claro que não.- Eu disse.
- Dá uma chance para a garota.- Ele insistiu.
- Pelo amor de Deus pai, não enche.- Me irritei.
- Ah Patrick, quando vai arranjar uma namorada?- Ele continuou insistindo.
- Talvez um dia pai...Agora não.- Respirei fundo e atendi o celular.