(Chicago; Data: 22/ 07/ 2023)
Quando Erika me contou sobre a garota que ela e Bryce trouxeram e sobre a situação atual das "gangues" de maníacos eu simplesmente fiquei mais estressado, não fui grosso nem ataquei ninguém mas eu me irritei.
É incrível não é? Você pensa que não pode piorar e fica três vezes pior.
Quincy era quieta demais, sempre na dela, Erika tentava socializar mas era difícil.
Eu só pesquisava bastante o tempo inteiro para me livrar de ter problemas com eles.
- Emmett, temos que ir, já está anoitecendo.- Grece disse, eu fiquei calado, apenas apaguei as luzes e fui andando para frente do laboratório.
- Você é um cretino, sabia?- Parei de andar ao ouvir a garota falar.
- Só vim ver como está.- Ouvi uma voz familiar, mas não era a de Bryce, Grece e Paris também ficaram curiosas.
- E por que se importa? Você mata humanos o tempo inteiro, você e Ramone são iguais.
- Não sou como ele, eu ajudei Erika e meu meio irmão a te trazerem a este lugar.
- Eu me lembro bem de quando desmaiei, você é um mentiroso e nunca vai passar disso.- Ouvi os passos dela entrando e me escondi com Grece e Paris atrás de uma estante metálica.
- Por que não confia em mim?
- Não haja como se fosse inocente! Mandou matar humanos a sangue frio! Que tipo de...coisa, rende pessoas em um círculo para fazer uma chacina?!
- É o necessário para que minha raça prevaleça.
- Você e Ramone são iguais.
- Não me compare com ele.
- Seus homens mataram minha família inteira e os dele me levaram como se eu fosse nada, então a menos que queira que eu desconte isso em você suma da minha frente.- Tudo ficou em silêncio por certo tempo.
- Ok, vou te deixar em paz agora mas quero saber se ficar bem.
- Sai daqui Utah!- Quincy exclamou irritada, então eu esqueci de tudo, do plano que eu tinha de não matar Utah, eu só queria me vingar dele e finalmente tinha a oportunidade para fazê-lo.
- Tchau Quincy.- Ouvi passos e a garota bufou, saímos de trás da estante, ela passava a mão no cabelo e andava de um lado para o outro, assim que nos viu ela ficou assustada.
- Fala sério, estavam escutando tudo?
Respirei fundo, sabia exatamente o que queria dizer.
- Paris, Grece, podem nos deixar a sós?- Perguntei.
- Claro Emmett.- Grece abriu um sorrisinho e puxou a mão de Paris para que saíssem, quando percebi que haviam saído olhei para Quincy.
- Como conheceu Utah?- Perguntei.
- Foi no dia em que Erika me salvou que o vi pela primeira vez, mas fico muito nervosa perto dele, parece que ele vai me matar a qualquer minuto e agora ele simplesmente age como se importasse.- Ela confessou.
- Ele matou sua família?- Perguntei, pude ver que ela virou o rosto para que não começasse a chorar.
- Não é problema seu.
- Olha garota, Utah matou minha esposa Havanna e minha filha Hortensia. Não é a única a perder a família por aqui.- Eu disse, ela parecia mais frustrada.
- Os homens que mataram meus pais e minhas irmãs estavam lá a mando dele...só que por um segundo eu achei tê-lo visto lá e agora quando eu vejo ele eu tenho vontade de fazer com ele o que ele fez com o meu pai.- Ela rosnou.
- Nós dois queremos vingança Quincy, se me ajudar ajudo você.
- Faria mesmo uma coisa tão desprezível assim?
- O que ele faz é desprezível.- Argumentei, pareceu cogitar a ideia e então olhou para mim.
- Precisamos de um plano.- Ela finalmente disse.
- Você é o plano.- Eu disse, ela semicerrou os olhos.
- Cheguei gente!- Erika chegou sorrindo, ambos apenas a encaramos.
- Por que não me contou sobre Utah?- Perguntei a ela, ela empalideceu na mesma hora e ficou olhando para nós.- Responda.- Eu insisti.
- Eu sinto muito...você é uma pessoa boa Cypress, não queria que deixasse sua dor guiar você.- Ela disse.
- Saiba que o "cessar fogo" acabou.
- Cypress não precisa ser assim.- Ela franziu a testa.
- Não importa o que você diz, eu sei o que eu quero.- Eu sai andando, toda aquela raiva parecia veneno nas minhas veias.
- Se tocar no meu irmão não vou te perdoar.- Ela disse quando eu estava quase cruzando a porta.
- Não é o seu irmão que eu quero.- Eu respondi, finalmente saí daquele lugar.
Minha mãe me dizia que o ódio é a pior coisa que um ser pode sentir, que ele te corrói e destrói você de dentro para fora, a questão é: Como não sentir ódio quando ele é a única coisa que resta a você?
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Morbo: O começo_ Livro 4
Ficção CientíficaEu acredito em destino. Acredito em muitas coisas, para ser sincera; mas não há nada mais relevante do que: "Tudo tem um começo, um meio e um fim". Por três vezes a mesma epidemia mundial da mesma doença castigou a humanidade, a contaminação era ráp...