Eu comecei a correr o mais rápido que podia, mesmo carregando Julie eu conseguia, mas eles eram mais rápidos que nós, eu nem olhava para trás mas já sentia a aproximação deles.
Me lembrei que estava desarmada e isso dificultava ainda mais a minha situação, o idiota do Killian não podia me proteger de qualquer coisa toda vez que eu precisasse.
Ouvia tiros e logo vi balas atingirem o chão perto de nós, foi um incentivo para que eu corresse mais rápido.
- Estão chegando mais perto, precisam correr!- Julie disse, finalmente chegamos perto de uma esquina, mas vi um outro pequeno grupo de maníacos correr em nossa direção também, o que nos cercava.
- Não tem jeito, vamos ter que descer a rua.- Killian pegou minha mão e me puxou para que eu corresse, só deixei porque ele corria mais rápido que eu e isso me dava vantagem.
Fomos descendo a rua correndo, ouvi o barulho de algo pequeno cair no chão.
- Ai não, é uma granada!- Julie avisou, eu olhei para um skate no chão e larguei a mão de Killian, coloquei Julie sentada em cima do skate e empurrei para que ela fosse mais rápido, ela reagiu bem então eu corri.
Eu era a que estava mais perto, por isso coloquei Julie no skate, com a força da explosão eu fui arremessada para o meio da rua e senti minhas costas arderem, sabia que tinha me ralado no asfalto. Felizmente eu não tive queimaduras.
Olhei para os maníacos que continuavam vindo, estavam muito mais perto do que eu imaginava, provavelmente só esperaram a bomba explodir e passaram.
Eu me levantei e corri, Killian estava na minha frente mas assim que ele olhou para trás e me viu correndo por alguma razão ele voltou.
- O que você está fazendo?- Perguntei.
- Se continuar correndo assim vai acabar morrendo aqui.- Ele disse e então pegou na minha mão e começamos a correr.
- Não fujam humanos, a festa acabou de começar!- Um dos maníacos gritou, ouvi alguns tiros serem disparados, mas nenhum deles nos atingia.
Julie pulou do skate, quando olhei para o final da rua percebi que estava murado, só havia um carro perto do muro.
Julie entrou no carro e fez um sinal de positivo, eu corria mais ainda, estávamos chegando perto, os maníacos que estavam mais atrás tentavam atirar em nós mas era difícil mirar com todos os outros na frente e essa foi a nossa sorte.
À medida que nos aproximávamos meu coração batia mais rápido, quando finalmente chegamos até o carro eu apenas entrei assim como Killian, a chave estava lá, ele tentou ligar uma vez e o carro falhou, tentou a segunda vez e novamente não obteve sucesso.
- Anda.- Ele resmungou, percebi que os maníacos estavam muito perto.
- Grath!- Exclamei, o carro ligou e ele acelerou ouvi tiros e um deles perfurou o vidro e atingiu o ombro de Killian.
Coloquei o cinto de segurança, e vi que atropelamos vários maníacos enquanto saíamos.
Quando finalmente saímos de perto deles me senti aliviada por termos escapado, eu mal conseguia respirar, meu coração batia em um ritmo extremamente acelerado.
- Não se acostumou à adrenalina, não é?- Grath perguntou.
- Isso nunca aconteceu conosco.
- Respira fundo ou vai acabar tendo um infarto.
- Não está ajudando sabia?
- Só respira fundo.- Ele disse, senti um impacto forte na traseira do carro e ouvi o barulho de uma explosão, isso fez com que o carro "voasse" e saísse capotando.
Eu bati minha testa e a minha cabeça várias vezes até ficar tonta, sentia minha coluna, meus braços e pernas doerem, sentia enjôo e o gosto de sangue na minha boca só colaborava para que eu passasse mal, senti uma agonia tomar conta de mim, algo fazia meu braço esquerdo arder.. Quando o carro parou de girar estava de cabeça para baixo e amassado demais.
- Fica calma ok?- Ele me disse, tudo girava, parecia que eu ia desmaiar, olhei para Julie e para o meu alívio ela estava bem e de alguma maneira aquilo era tudo o que importava.
Killian conseguiu abrir a porta do carro e soltou seu cinto, ele conseguiu sair, depois ajudou Julie, depois me ajudou.
- Meu Deus, olha só para você, está muito ferida.
- Eu me viro.
- Não tenta bancar a invulnerável Nancy, ninguém é. Vai precisar de alguma coisa para melhorar disso.
- Você levou um tiro.- Ele assentiu e apenas enrolou um pedaço da própria camisa no braço.
Ele me ajudou a levantar e olhou para trás.
- Deve ter sido o disparo de uma bazuca.- Julie disse.
- É a possibilidade mais plausível.- Grath disse, ele olhou para mim.- Tem um hospital aqui perto, vou precisar te levar lá.
- Não precisa.- Eu disse.
- Nancy, você bateu sua cabeça várias vezes, deve estar com sono, já notou que a sua cabeça está sangrando? E tem cacos de vidro no seu braço, e as suas costas vão precisar de álcool ou tem possibilidade de infeccionar.
- Você por acaso é médico?- Perguntei.
- Não mais eu trabalhava no exército, não temos muito tempo para ficar conversando aqui, vamos logo.
Assenti e começamos a andar, eu sentia dores cada vez mais fortes e aquilo começou a me incomodar muito, eu ainda não havia me recuperado da minha tontura.
Depois de muito tempo andando, chegamos ao hospital que Grath mencionou, estava escuro e bagunçado, tive medo, mas eu não tinha opção, então segurei a mão de Julie e entrei...
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Morbo: O começo_ Livro 4
Science-FictionEu acredito em destino. Acredito em muitas coisas, para ser sincera; mas não há nada mais relevante do que: "Tudo tem um começo, um meio e um fim". Por três vezes a mesma epidemia mundial da mesma doença castigou a humanidade, a contaminação era ráp...