Escape e Recomeçe

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- Erika falou com Ramone Herrera?- Perguntei.
- Deu as coordenadas para que invadissem a torre, enquanto isso ela vai nos soltar.- Grece sussurrou.
- Falem mais baixo, eu ainda consigo ouvir.- Julie avisou.
- E quanto ao Lewis?- Perguntei.
- Ela quase matou ele, teve um surto.
- E por que não matou?
- Pelo amor de Deus Emmett! Não seja cruel, são irmãos!- Grece disse, eu dei risada da reação dela.
- E quando exatamente vão atacar?
- Bryce disse que mais rápido do que imaginamos.- Ela disse, ouvimos um estrondo e tudo tremeu.- Tipo agora.- Ela completou.
Julie abraçou Nancy, a criança parecia até comum, não demonstrava nenhum sinal de ser maníaca, era mais normal que Erika.
Tudo virou um caos, uma gritaria, os presos gritavam por ajuda enquanto ouvíamos uma sequência de tiros nos andares de cima, parecia que o teto ia desmoronar e matar todos nós porque com as - prováveis - explosões o calabouço tremia.
- E aí?- Nos viramos para o lado de fora da cela e Quincy estava tentando abrir a cela com a chave.
- Querem dar o fora daqui senhoras e senhores?- Ela perguntou.
- Gostei dela.- Julie sorriu, Quincy pela primeira vez deu um sorrisinho na nossa frente, ouvimos um barulho mais forte que o normal e Quincy caiu no chão.
- O que pensa que está fazendo?- Ouvimos a voz de Utah.
- Você atirou mesmo no meu pé?! Não podia ser no braço ou sei lá?!- Ela disse tentando se levantar.
- Eu te dei uma chance e é desse jeito que você me retribui?
- Nunca disse que deveria confiar em mim Utah, você confiou porque é otário.- Ela rebateu.
- Sua cadela.- Ele disse, tentou atirar mas ela se afastou desviando do tiro, o que era impressionante para uma humana. De repente ouvimos Utah gritar e vimos Bryce com uma bolsa na mão que provavelmente era de Erika, ele apertou um botão e todas as celas se abriram.
- Não tem como agradecer o que fez por nós garoto.- Eu disse, ele sorriu de um jeito irônico.
- Cai fora daqui Cypress.- Ele disse, Paris e Grece se abraçaram, Kurtis ficou observando.
- Quer um abraço também Emmett?- Kurtis perguntou.
- Não.- Eu disse em tom sério, ele riu.
- Precisam sair agora!- Erika apareceu correndo.- Não se preocupem, vamos manter contato. Obrigada por tudo.-  Ela agradeceu, Grece e Paris a abraçaram.
Quando ouvimos outra explosão apressei elas e saímos correndo, Utah estava desmaiado, Nancy e Julie seguiram o caminho mais discreto para fora, nós saímos pela frente.
Corremos como se tudo estivesse acabado, como se não tivessemos preocupação, atravessamos a multidão, a linha de tiro, os soldados de Lewis ou Ramone mal se importavam conosco.
Vimos motos de soldados de Lewis e subimos nelas, eu e Paris em uma e Kurtis e Grece em outra. Por sorte elas tinham gasolina então saímos a toda velocidade.
Não tínhamos mais medo de bater ou levar um tiro, tudo pareceu em paz pela primeira vez depois da morte da minha família.
Paris começou a rir.
- Nem acredito que conseguimos...estamos vivos!- Ela exclamou.
"Amor, dor, êxtase, tristeza, tudo isso é apenas uma confirmação de que está vivo. Então mesmo que doa, mesmo que parta seu coração em mil pedaços, não devemos nos deixar morrer por dentro porque essa é a pior morte. Estamos vivos e nada mais importa." Me lembrei exatamente do que Havanna me disse no funeral da mãe dela.
E percebi que tinha razão, eu estava vivo, e de alguma forma ela e Hortensia também estavam, mesmo que fosse apenas em mim.
Depois de um tempo paramos em frente a um laboratório abandonado.
- É aqui que vamos ficar?- Grece perguntou.
- Errado. É aqui que vamos tentar recomeçar.- Kurtis sorriu, eu sabia o que precisava fazer, precisava tentar fazer algo útil para a humanidade mesmo que isso me custasse noites de sono, nada é em vão se você adicionar esforço a isso.
Entramos no laboratório, tudo estava escuro e um pouco empoeirado, mas havia uma vela apagada, o que nos deixou curiosos na hora.
- Se tem uma vela, significa que tem alguém aqui?- Grece perguntou, ouvimos uma arma ser destravada, Kurtis levantou as mãos na hora.
- Virem-se devagar.- Um homem disse.
- Pai espera! Se estão aqui só podem ser humanos.- Uma garota disse, ela veio até nós, tinha o cabelo preto com uma franja dividida ao meio na testa e olhos azuis.
Ela jogou a luz de uma lanterna em nossos olhos e sorriu.
- São humanos!- Exclamou empolgada.
- Não sabe se são mesmo. Nomes?- Ele pediu.
- Grece Jensen.
- Paris Jensen.
- Kurtis Eagleman.
- Emmett Cypress.
Ele se aproximou de nós com uma lanterna e assim que viu nossos rostos pareceu surpreso.
- O cientista que criou essa praga?
Kurtis começou a rir e eu revirei os olhos.
- Eu mesmo.- Afirmei.
Ele abaixou a pistola que carregava.
- Prazer em conhecer vocês, sou Gwen Coleman.- A garota disse gentilmente.
- Sou Elliot Coleman, bem-vindos ao grupo...

Morbo: O começo_ Livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora