Supernatural Teens

Recuperando o fôlego

A cidade parece ser bem antiga.
Os prédios rachados e empoeirados com as tempestades de areia que ali ocorriam. Os mercadores em todo o lugar nos oferecem objetos provavelmente roubados ou bem antigos. E por todos os becos e vielas que passamos encontramos pessoas morrendo de fome ou de uma doença grave.
Luke está na frente e Selena ao seu lado, eu e Nina depois, atrás Matt e Louis ajudando Jennifer a andar e Damian no final.
-Tentem ser discretos. -Luke diz olhando para dois guardas, mas eles estão distraídos demais passando a mão e beijando o corpo de prostitutas.
Da multidão de pessoas surge dos caçadores da Legião.
-Sigam-me. -Diz Luke entrando num beco e começando a correr.
Um dos caçadores vê e corre atrás de nós empurrando as pessoas.
-Ei, vocês aí. -Ele grita correndo pelo beco.
-Vão, vão, vão!!! -Luke grita.
Selena, eu e Nina vamos na frente e Matt, Jennifer e Louis atrás.
Luke e Damian disparam contra o caçador.
-Flechas não vão pará-lo. -Diz Luke.
-Vai se eu acertá-lo. -Damian prepara uma flecha no arco e aponta para a Lixeira onde o caçador está escondido, mas Luke atira com uma arma de pólvora o acertando. Ele sorri para Damian.
-Você é um cretino egoísta, sabia? -Diz Damian.
Luke ri.
Outros dois caçadores aparecem.
-Corre! -Luke e Damian saem do beco e se juntam a nós.
Entramos, dessa vez num beco sem saída.
-Droga. -Diz Nina.
Olhamos para os guardas vindo até nós, mas são surpreendidos com uma tempestade de areia que os cerca.
-Louis, quebre a parede. -Luke ordena.
Louis bate na parede com toda sua força. A parede começa a rachar e então desmorona.
A tempestade se dissipa.
-Vamos.
Atravessamos pelos destroços da parede destruída, corremos para a esquerda e encontramos uma mulher toda de preto, apenas seus olhos azuis brilhantes aparecem.
Ela nos chama fazendo um gesto com a mão.
Como não temos escolha a seguimos.

Em Nova Jersey

Allan está no seu quarto bagunçado procurando saber mais sobre os sobrenaturais.
O chão do seu quarto está cheio de papéis espalhados por todo canto, entre os papéis há fotos de sobrenaturais da antiguidade e da modernidade.
Allan está cheio de olheiras, fedendo, com o cabelo bagunçado e com uma marca de caderno no rosto, provavelmente cochilou.
-Encontrei. -Diz animado e despertando o sono.
Ele abre um vídeo na Internet do ocorrido no teatro da nossa escola. Nela se vê uma fada voando em meio às chamas e alguém no palco atirando com um arco. Allan dá zoom e consegue identificar a fada e o homem com o arco.
-Matt?! Gabi?!

Em um abrigo, no Egito

-Coloquem-na ali. -Diz um senhor vestido de escoteiro.
A mulher coberta aponta para uma cama no canto do pequeno abrigo retângulo.
Matt acaricia a testa de Jennifer.
-Sentem-se, respirem, vou buscar algo para molharem a garganta. -O senhor sai da sala onde estamos.
Não precisava nem pedir para sentar, me lanço em cima de uns colchões no chão. Nina e Louis despencam ao meu lado. Luke e Selena ficam do lado de fora montando guarda.
O senhor volta com uma garrafa de água e uns recipientes para bebermos.
-Obrigada. -Agradeço.
-Não por isso. -Ele diz indo até Jennifer. -Isso está feio. -Ele tira a atadura que fizemos no ombro dela.
Matt o afasta.
-Eu posso ajudá-la. -Ele diz. -O curativo elfico retardou a infecção, mas não a dissipou.
-Tudo bem. -Matt consente.
-Quem são vocês? -Nina pergunta para a mulher de preto.
-Não adianta puxar papo com ela, Pó é muda. -Diz o senhor lavando as mãos para cuidar de Jennifer.
-Pó?
-Sim, é como eu a chamo. -Ele diz. -Bem, segure-a. -Diz a Matt.
O senhor joga um pouco de álcool na ferida. Jennifer trinca os dentes. -Calma. -Ele enrola um pano em volta do braço. -Sorte que colocaram esse medicamento elfico, ela morreria se não fosse por ele.
-Por que? -Matt pergunta.
-Veneno. -Diz Damian. -Aliás, você não teria outro pano?
-Desculpe. -Diz Louis.
-Não, tudo bem. Você tem o braço bastante forte. Sorte sua, Luna. -Ele diz sorrindo.
Faço o mesmo.

Na entrada do abrigo

Luke, com sua espada e aljava, observa tudo com bastante atenção.
-Oi. -Selena chega.
Luke olha para ela e volta seus olhos para as pirâmides.
-Por que está me evitando? Está assim desde quando voltou. -Selena pergunta.
Luke respira fundo e finalmente diz:
-Quando parti disse que voltaria quando você me quisesse, então eu voltei e você já estava com outro. -Ele diz sem olhar para Selena.
Ela ri.
-Eu só o estava ajudando com as coisas dele.
-Ajudando quem te fez mal.
-É o certo.
-É certo você me dar esperanças falsas? -Luke se vira para ela. -Eu merecia, pelo menos, um telefonema dizendo que pra você só bastava amizade, mas nem isso.
-Eu e Allan não temos nada. No máximo só a amizade. -Diz Selena ficando enfurecida.
-"Amizade"?!
-As pessoas mudam, ele mudou... você mudou. -Selena baixa o tom.
-É, deve ser porquê eu larguei meu pai, fugi da minha família, abandonei tudo o que acredito para proteger vocês, para proteger você. -Luke entra no abrigo deixando Selena pensativa.

-Então, quem você é? -Pergunto para o senhor.
Ele se senta com dificuldade por causa da perna de madeira.
-Meu nome é Vincent. -Ele sorri.
Nina não tira os olhos da perna de madeira.
-Onde eu consegui isso? Bem, foi defendendo as pirâmides de historiadores fofoqueiros. -Diz Vincent.
-Perdeu a perna impedindo a entrada de historiadores? -Diz Luke chegando e colocando sua espada sobre sua mochila.
-Não impedindo a entrada, impedindo a saída. -Ele diz e pó baixa o olhar.
Nos olhamos sem entender.
-Senhores, gostariam de ouvir uma história? -Ele pergunta.